Impressões: Capcom Fighting Collection 2 vem para relembrar franquias amadas que caíram no esquecimento

Com uma seleção de clássicos da virada dos anos 90 para 2000, o novo compilado da Capcom traz queridinhos e pérolas inusitadas.

A Capcom decidiu reunir grande parte do seu acervo clássico em coletâneas, uma ideia que parece ter sido muito bem-vinda desde o início. Após o alvoroço, e consequente sucesso, de Capcom Fighting Collection e MARVEL vs. CAPCOM Fighting Collection: Arcade Classics, chegou a hora da empresa japonesa trazer mais alguns títulos pesados e queridos para as gerações atuais.

Capcom Fighting Collection 2 continua na mesma pegada dos anteriores, trazendo títulos que estiveram distantes por um bom tempo, mas que nunca deixaram de ser queridos. São os seguintes: Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 Pro, Capcom vs. SNK 2: Mark of the Millennium 2001, Capcom Fighting Evolution, Project Justice, Power Stone, Power Stone 2, Plasma Sword: Nightmare of Bilstein e Street Fighter Alpha 3 UPPER.

A coletânea só chega em 16 de maio para PlayStation 4, Nintendo Switch e PC, mas o GameBlast teve a oportunidade exclusiva de testar Capcom vs. SNK: Millennium Fight 2000 Pro, Power Stone 2 e Plasma Sword.

Um trio de épocas gloriosas

O primeiro CvS, lançado nos anos 2000, faz jus ao nome e coloca os ícones de Street Fighter, Darkstalkers, Fatal Fury, The King of Fighters e Samurai Shodown no que realmente pode ser considerada a “luta do século”. Os 23 lutadores foram divididos em categorias chamadas “ratio, que tentam balancear a força dos personagens. 

Eles foram classificados em grupos de força que vão de 1 a 4, e a partir disso podemos escolher o quanto pudermos sem ultrapassar o limite, ou seja: é possível formar um time quatro personagens mais fracos, dois de categoria mediana, um mais forte e outro mais fraco ou tentar a sorte com os personagens secretos, que ocupam todo o ratio sozinhos.

A possibilidade de colocar Ryu e Ken, contra Terry e Kyo, ou finalmente ver se Rugal e Geese são mais poderosos que Bison e Akuma realmente mexeu com os fãs dos jogos de luta. Não surpreendentemente, este é um dos títulos mais chamativos da coletânea.

Agora partindo para o lado mais curioso do projeto, temos Plasma Sword, que na verdade é a continuação de Star Gladiator - tanto que no Japão ele tem o nome de Star Gladiator 2: Nightmare of Bilstein. Vale citar que este foi um dos primeiros jogos em 3D com a chancela da Capcom, que logo depois daria sequência a esses “experimentos” da época, com Street Fighter EX e Rival Schools.

O título traz um embate espacial e tem um elenco variado, com uma dinâmica que consiste de uma dupla de personagens com características e golpes similares, como se estivessem espelhados. Por exemplo, Hayato e Black Hayato tem especiais e mecânicas similares, e o mesmo vale para os pares na tela de seleção de personagens.

Uma das características únicas de Plasma Sword são os Plasma Fields. Por um curto espaço de tempo, o gladiador espacial altera o campo de jogo, mudando as propriedades dos seus ataques ou do próprio corpo. Alguns ficam mais rápidos, outros aumentam sua força e ainda há quem mude o próprio tamanho, alcançando proporções gigantescas.

Para fechar a trinca, temos Power Stone 2, que é um jogo raro e clássico absoluto do Dreamcast, assim como o primeiro. Aqui temos a versão lançada para os arcades, que é mais direta e não tem opções vistas no console, como loja de itens e catálogo de colecionáveis, mas ainda assim mantém o principal da ação presente e intocado.

Este é o único jogo da coletânea que comporta até quatro jogadores. As batalhas acontecem em campos abertos, tridimensionais e com a câmera em um ângulo superior. A ideia de PW2 é uma aventura na qual todos os personagens estão presos em um castelo e precisam escapar, passando por cenários que mudam com o tempo. É possível escolher se a batalha terminará com apenas um vencedor ou com dois sobreviventes, mas isso não torna o jogo colaborativo.

O principal chamariz da série Power Stone são os comandos simples — um botão para ação, um para bater e outro para pular — e as transformações. Ao coletarmos três diamantes coloridos, ocorre uma poderosa metamorfose, que nos garante novos poderes, mas ela se esgota com o tempo. É possível coletar outros itens como espadas, bazucas, leques, marretas e machados, para derrotar seus oponentes, mas eles também têm duração finita.

Aqueles facilitadores bacanas que não podem faltar

Como não poderia faltar, temos presentes alguns recursos que tornam a jogatina mais interessante e dinâmica. Um dos mais legais é o remapeamento de botões, com o qual podemos até escolher os especiais mais complexos para serem executados com apenas um botão — e sim, executar o Raging Storm de Geese Howard dessa maneira é um alívio.

Outro recurso bem bacana é o de habilitar os personagens secretos logo de cara, sem precisar de macetes mirabolantes. Curiosamente, os três títulos testados contém poucos lutadores ocultos, que não ficam escondidos em algum canto da tela. Eles aparecem já na seleção de personagens.

Para quem quer esmiuçar cada detalhe e combo possível, agora é possível entrar em um modo Treino pelo menu principal. Como de costume, os ports trazidos pela coletânea sempre são da sua versão lançada nos fliperamas, por isso não há outros modos de jogo ao iniciar cada título. Podemos praticar da maneira convencional, ou preencher a tela com informações, como a área de acerto e dano dos bonecos e o input dos comandos.

Também é possível salvar seu progresso a qualquer momento durante os jogos. Basta acessar o menu e fazer o salvamento rápido. Entretanto, assim como nos compilados anteriores, só há um espaço de salvamento para todos os jogos.

Quanto às disputas online, como testamos os títulos com uma grande antecipação do lançamento, não foi possível jogar partidas em rede, mas há uma série de recursos interessantes. Seja jogando partidas ranqueadas ou casuais, podemos passar nossa espera por um oponente enquanto estamos em lutas offline ou percorrendo as belas artes do museu.

O mais bacana é que não é obrigatório que nós fiquemos no mesmo título o tempo todo. É possível jogar o arcade de Plasma Sword enquanto esperamos um rival em Power Stone 2 por exemplo. Além disso, podemos selecionar em quais jogos estamos disponíveis, o que possibilita limitar apenas um ou incluir todos os oito títulos disponíveis, permitindo o confronto com um adversário em qualquer um deles.

Resumindo, não há muito que distancie Capcom Fighting Collection 2 dos outros dois compilados lançados pela Capcom, a não ser pelos seus títulos. Os recursos são os mesmos, o que nesse caso não é demérito nenhum, pelo contrário. Será mais uma reunião de ótimos nomes do gênero com uma série de ótimos recursos.

Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Texto de impressões produzido com cópia digital de prévia cedida pela Capcom
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Carlos França Jr.
é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no @carlos_duskman
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