30 anos de Mortal Kombat 3: um jogo quase esquecido da franquia

A falta de personagens populares como Scorpion e Raiden marcou o jogo de maneira intensa.

em 26/04/2025
1 comentário


2025 traz a marca de 30 anos do lançamento de um dos games mais icônicos da década de 90: Mortal Kombat 3. Produzido pelos mesmos criadores dos jogos anteriores, Ed Boon e John Tobias, e pela mesma empresa, Midway, o game procurou trazer mais novidades enquanto ainda lidava com o balanceamento entre a “violência” e a diversão.

Apesar de ter fugido da escala anual (Mortal Kombat saiu em 1992 e MK2 em 1993), ganhando assim mais tempo para produção, o game ainda é visto como um patinho feio da franquia nessa geração, sendo ofuscado por Mortal Kombat Trilogy, que é aclamado como uma versão definitiva. Um dos principais fatores que contribuiu para isso foi a falta de Scorpion no jogo. Sim, um dos maiores nomes do Mortal Kombat simplesmente não apareceu na terceira edição. Até hoje é o único jogo da franquia principal a não ter o ninja amarelo.


Outros grandes nomes como Raiden, Johnny Cage, Baraka e Kitana também não apareceram no jogo. Para sanar esse problema, a Midway lançou no mesmo ano uma versão atualizada, chamada Ultimate Mortal Kombat 3. Essa versão trouxe Reptile, Mileena, Kitana, Jade, Scorpion e Sub-Zero Clássico de volta, mas também introduziu um novo personagem: Ermac.

Mesmo com esses problemas, o game fez sucesso comercialmente e recebeu boas reviews, principalmente por sua gameplay fluida e novas mecânicas adicionadas. Além, claro, da história que sempre foi um dos pontos fortes de MK.

Fazendo diferente

O tempo maior para a produção do game foi bem utilizado pelos desenvolvedores. Várias novidades surgiram em MK3. A principal é o botão de correr, que veio como uma resposta à comunidade que acreditava que o jogo cadenciado favorecia muito a quem estivesse defendendo. Junto do botão, foi adicionada uma barra de corrida, que era drenada ao correr e ao usar combos.


Outra novidade foi a aparição dos Animalities. Para realizar essa finalização, era necessário primeiro fazer o Mercy, que consistia em dar uma segunda chance ao adversário quando o “FINISH HIM!” aparecia na tela, fazendo-o recuperar um pouco da vida. Ao derrotar novamente o inimigo e aparecer a segunda finalização, aí sim era possível inserir o comando do Animality e transformar seu personagem em um animal para acabar com o oponente.

Pela primeira vez cenários interativos apareceram no jogo. Ainda de maneira básica, mas era possível usar um gancho para mudar o campo de batalha. Ao todo, seis cenários estavam conectados, em pares: The Subway levava para The Street, The Bank levava para The Rooftop e The Soul Chamber levava para The Balcony.


Uma das novidades que perdura até os dias de hoje é a coloração do sangue de personagens. Em MK3, Sheeva e Motaro tinham sangue verde, os três robôs (Cyrax, Sektor e Smoke) possuíam sangue preto (óleo, na verdade), enquanto o sangue dos demais personagens era o tradicional vermelho.

Os “Kombat Kodes” fizeram sua estreia nesse game. Eles eram uma combinação de até seis dígitos, inseridos no modo de batalha de dois jogadores, que causavam modificações na partida. Coisas como diferentes níveis de energia, a tela toda preta, desabilitar o botão de bloqueio, dano aumentado, entre outras várias opções, eram possíveis de realizar, mas apenas uma por vez.

História

Diferente de seus antecessores, que traziam um torneio (o Mortal Kombat) para decidir o destino da Terra (ou Earthrealm), MK3 inovou até nesse ponto. Shao Kahn cansou das “brincadeiras” e reviveu sua falecida esposa, Sindel, e começou arbitrariamente uma fusão de Outworld com Earthrealm, para assim poder realizar a anexação de mais um reino ao seu império.


Por isso, vários cenários do jogo trazem a mistura entre elementos do nosso mundo com coisas de outra dimensão. Devido à fusão parcial dos reinos, Raiden perde seu poder (não os possui em Outworld) e por isso precisa que seus guerreiros escolhidos lidem com a ameaça e expulsem Shao Kahn.

Como sempre, cada personagem possui um final ao terminar o modo arcade, sendo que alguns são conflitantes. Divididos entre canônicos, semicanônicos e não canônicos, essas histórias acabavam sendo confirmadas ou refutadas no próximo lançamento da franquia (neste caso, Mortal Kombat 4).

Impacto

Apesar de ter sido muito bem recebido por critica e público, Mortal Kombat 3 padeceu pelo seu erro na escolha do elenco de personagens. A saída de membros populares e a inclusão de outros nem tão populares assim (como Stryker) pesaram para que o jogo não fosse alçado ao mesmo nível de seus predecessores.

Diversas mecânicas relevantes foram introduzidas em MK3 e permaneceram por um bom tempo na franquia. Outras novas ideias cosméticas ou curiosidades também mostraram seu valor, aparecendo em mais de uma edição. 

Mesmo tendo um lançamento positivo, o jogo pecou ao longo do tempo por escolhas relacionadas aos pesonagens presentes. Embora tivesse esse problema, o game ainda foi relevante para toda a franquia. Isso mostra que, apesar de ter recebido duas atualizações, Mortal Kombat 3 soube se diferenciar o suficiente dos outros, ao mesmo tempo que manteve a essência da saga.

Revisão: Ives Boitano


 

Siga o Blast nas Redes Sociais
Moreno Valerio
Jornalista, Técnico no papel, engenheiro não praticante e mestre Pokémon nas horas vagas. Passa 80% do tempo falando de games. Nos outros 20% torce para alguém falar sobre games, só para poder falar mais um pouco.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).