Impressões: Ruffy and the Riverside demo é um ótimo aperitivo de um plataformer criativo

Transforme o mundo para conseguir avançar neste curioso título indie.

em 11/02/2025

Em Ruffy and the Riverside, o herói altera as texturas de objetos para resolver puzzles e outras situações. Essa ideia central criativa é explorada amplamente em um vasto mundo aberto repleto de desafios que muitas vezes têm mais de uma solução. Uma versão de demonstração já está disponível e oferece uma boa ideia do que esperar da aventura completa, que chegará ao PC e consoles em breve.

Usando um poder peculiar para salvar o mundo

A região de Riverside está em perigo, pois uma criatura sinistra chamada Groll está planejando destruir o Miolo do Mundo, o que vai espalhar o caos por todo canto. Para impedi-lo, Ruffy, o Escolhido, precisará viajar por todo o mundo desfazendo inúmeras confusões. Durante a jornada, Ruffy conta com a ajuda de personagens carismáticos, como Pip, uma abelha tagarela, e Eddler, uma toupeira que adora aventura.


O grande trunfo de Ruffy é um poder que permite alterar a textura de objetos do cenário. Caixas de metal podem ser transformadas em madeira, que é destruída com um simples soco; água se torna sólida ao ser congelada; plantas podem ganhar novas cores e propriedades; até mesmo o sol pode ser metamorfoseado na lua, mudando completamente o ambiente. Usar a habilidade é simples, bastando apontar para a textura que queremos copiar e depois aplicá-la em outros objetos.

O universo do jogo conta com grandes áreas expansivas de mundo aberto repletas de atividades, segredos e colecionáveis, com inúmeras situações que exigem criatividade e observação para serem concluídas. Além da ação e plataforma 3D, há trechos 2D que se passam nas paredes e que também contam com puzzles de troca de textura. As inspirações nas aventuras do encanador bigodudo são claras, porém a promessa é oferecer várias ideias próprias.

Em uma jornada inventiva, variada e carismática

A premissa central é no mínimo curiosa, mas será que funciona? Tive acesso a uma demo do jogo e cheguei à conclusão de que o conceito é explorado com louvor e inventividade, apesar de algumas ressalvas.

Na aventura, o objetivo é coletar estrelas, que abrem portas para novas áreas. A região da demo é só uma parte do mundo, contando com dez estrelas a serem encontradas. De longe, a característica mais legal é modificar os cenários, às vezes por pura diversão: transformei um lago em uma poça de areia movediça, deixei uma floresta toda colorida ao alterar o pigmento das árvores e fui capaz de mudar a composição de um castelo.


Os comandos são simples e precisos: basta um botão para copiar a textura de um objeto e aplicá-la a outros por um curto intervalo de tempo. A mecânica funciona bem, mas há algumas limitações — nem todas as texturas podem ser aplicadas livremente, o que restringe um pouco a criatividade. Ainda assim, essa restrição não chega a comprometer a experiência.

O uso dessa mecânica é intuitivo e criativo. Em um puzzle, precisei copiar partes específicas de um painel para recriar um padrão; para alcançar uma estrela em um local alto, transformei uma cachoeira em uma imensa trepadeira escalável; já em um oceano, transformei a água em gelo e em lava para destruir blocos e chegar a uma ilha distante. É tudo muito maluco e parte da graça está justamente em experimentar as possibilidades.


Algumas ressalvas me incomodaram. Para começar, as situações apresentadas são muito simples, com soluções óbvias ou com instruções de outros personagens. Além disso, os enigmas têm uma única solução, apesar da flexibilidade do poder do protagonista. Talvez a versão de demonstração foque justamente em apresentar as mecânicas, então torço para que a versão final seja mais robusta nesse aspecto. Já foi anunciado que o título contará com um recurso de customização, o que permitirá colocar a criatividade em ação.

Fora isso, já está claro que o universo do jogo é vibrante e convidativo. O visual, que mistura cenários 3D e personagens 2D simulando folhas de papel, é colorido e carismático. Os mapas são amplos, repletos de rotas alternativas, segredos, atividades e colecionáveis, incentivando a exploração minuciosa. Se a mecânica de troca de texturas for explorada de forma criativa e variada, o título tem tudo para ser uma aventura envolvente do início ao fim.



Uma troca promissora

Ruffy and the Riverside se destaca com sua mecânica inovadora de troca de texturas que adiciona uma camada única de criatividade à exploração e resolução de puzzles. Apesar de algumas limitações na aplicação das texturas e na simplicidade dos desafios da demo, a experiência mostrou-se divertida e promissora, com um mundo vibrante, variado e cheio de segredos. Se a versão final expandir as possibilidades e oferecer enigmas mais desafiadores, essa aventura tem tudo para ser memorável.

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Phiphen Games
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Farley Santos
é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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