Quase três anos se passaram desde esse anúncio, e enquanto muita coisa foi revelada (desde mecânicas de gameplay até detalhes da trama), ainda há mais perguntas do que respostas. Aqui exploraremos os mistérios que envolvem essa sequência aguardada. Atenção: spoilers à frente!
Depois do Fim
Death Stranding 2: On The Beach começa algum tempo depois do primeiro título. Sam Bridges (Norman Reedus), após reconectar os Estados Unidos e impedir um novo Death Stranding (as explosões de matéria antimatéria) ao isolar Amelie (Emily O'Brien) na praia e resolver a chuva Timefall, criou a BB28, batizando-a de Louise. Ela aparece no trailer de revelação do título, junto a Fragile (Léa Seydoux), e pelo contexto desse, Fragile parece não conseguir salvá-la, o que resulta na bebê virando uma EP.
O destino sombrio da bebê Louise não é o único mistério nesse jogo, longe disso. Se no primeiro jogo Sam trabalhava para a Bridges, organização focada em religar a América, agora ele se alia à Drawbridge, uma entidade privada e liderada por Fragile. A bordo da nave Magellan, Sam terá a missão de expandir a conexão além das fronteiras estadunidenses, integrando ainda mais pessoas à Rede Quiral. O intrigante é que em uma das cenas Sam aparece de cabelo grisalho, aparentemente mais velho. Esta é mais uma pergunta a ser respondida.
Além de Norman Reedus e Léa Seydoux retornando, o trailer confirma Troy Baker, que provavelmente não reprisará Higgs, mas interpreta um líder de seita com aparência cyberpunk, cujo corpo artificial lembra uma cápsula de BB. Ele ataca robôs com uma guitarra elétrica, trazendo o ar de um vilão caótico e teatral. Outra figura conhecida é Hartman (Nicolas Winding Refn, que captura sua imagem em performance capture), cujo papel permanece um mistério.
Temos muitos personagens novos já revelados:
- Tomorrow (Elle Fanning): uma jovem envolta em teorias. Alguns especulam que ela é uma versão adulta de Louise (possivelmente de uma linha temporal alternativa?);
- Rainy (Shioli Kutsuna): não se sabe muito dela, a não ser da sua gravidez e do seu envolvimento com a Drawbridge;
- Dollman (Jonathan Roumie): um homem preso em um corpo de fantoche que atua como parceiro de Sam;
- Capitão Tarman (George Miller/Marty Rhone): uma peça chave para a Drawbridge, atuando como capitão e piloto da Magellan, além de médico e geofísico. O personagem tirou a inspiração do físico do diretor George Miller.
Todos esses mistérios e perguntas reforçam a frase dita pelos materiais: “should we have connected?”, em tradução livre “Deveríamos ter reconectado?”. Mesmo após a difícil jornada de Sam, a América continua fragmentada, e, seguindo a filosofia de Kobo Abe, se o primeiro jogo foi sobre a Corda (conexão), esse segundo será sobre o Bastão (desconexão/uso da força), pelo menos é o que os materiais indicam e o gameplay pode reforçar a ideia.
Missão no Antigo Centro Americano
A nova jornada de Sam e sua equipe ultrapassa as fronteiras dos Estados Unidos, começando no México, como é indicado nos trailers. A paisagem permanece desoladora: desertos infinitos, cadeias de montanhas imponentes e assentamentos isolados esculpidos em rochas compõem o cenário das longas travessias. A entrega de cargas, porém, é mais desafiadora do que nunca. Os jogadores podem construir pontes e estruturas para facilitar o transporte, mas agora esses elementos estão sujeitos a danos ambientais, como visto em uma cena em que uma enxurrada destrói uma ponte. Um sistema de ciclo dia/noite também parece ter sido implementado, embora seu impacto na jogabilidade ainda não tenha sido detalhado.
Para enfrentar a vastidão do terreno, novos veículos foram revelados: um novo caminhão (similar a uma carruagem sem cavalos) e um novo triciclo invertido. Além disso, as armas ganham destaque. Se antes o foco era em equipamentos não letais, Death Stranding 2: On The Beach introduz opções mais poderosas, alinhadas à metáfora do Bastão (proteção através da força). A mecânica mais intrigante, porém, está na possibilidade de remover a mochila durante combates, liberando movimentos ágeis e adicionando uma camada tática aos confrontos.
Os EPs retornam como inimigos recorrentes, mas a maior novidade é a seita liderada pelo antagonista de Troy Baker, que parece combinar fanatismo religioso com tecnologia distorcida. Em uma cena, ele ataca robôs com uma guitarra elétrica, sugerindo um estilo de combate caótico e performático, mesmo que tenha ficado claro como isso funcionaria no gameplay.
Ainda não está claro, também, se a morte do jogador ou dos NPCs terá o mesmo impacto do primeiro jogo (causando um Death Stranding e corrompendo áreas do mapa), mas há indícios de combates contra robôs hostis, possivelmente ligados a facções rivais, e um dos trailer mostra que provavelmente vamos lidar com alguns deles em forma de cachorro. Quanto às boss fights, a comunidade espera que sejam mais dinâmicas, evitando a repetição de mecânicas como "correr em círculos atirando granadas de sangue".
Evolução Técnica
Tudo em Death Stranding 2: On The Beach ganha vida por meio da Décima Engine, ferramenta de desenvolvimento originalmente criada pela Guerrilla Games (estúdio por trás da série Horizon) e utilizada no primeiro jogo. Além da beleza gráfica impressionante, como modelos de personagens quase fotorrealistas e cenários que mesclam grandiosidade e decadência, a engine passou por aprimoramentos significativos. Agora, ela suporta eventos dinâmicos complexos, incluindo desastres naturais que alteram o terreno em tempo real (como enxurradas que destroem estruturas) e um possível ciclo dia/noite. Essas inovações reforçam a imersão em um mundo pós-apocalíptico.
O modo foto recebeu atenção especial, com mecânicas inéditas que permitem ao jogador capturar imagens com liberdade criativa. No trailer da Tokyo Game Show do ano passado, Kojima mostrou a mecânica funcionando, de maneira que as personagens brinquem na frente da câmera, como em um estúdio de verdade. O diretor vai além, insinuando que isso também pode impactar de alguma a narrativa, dizendo que “seria melhor tirar boas fotos“. Mesmo que não tenha ficado claro, tudo o que foi mostrado ficou muito impressionante.
A Espera Está Perto Do Fim
Death Stranding 2: On The Beach tem lançamento previsto para 2025 primeiramente para PlayStation 5, ainda sem uma data definida. No entanto, a ansiedade dos fãs pode ser amenizada em breve: no dia 9 de março, a Kojima Productions e a PlayStation farão uma apresentação especial na SXSW. O evento promete novas gameplays, possíveis revelações sobre a trama e, quem sabe, a tão aguardada data de lançamento oficial.
Enquanto isso, a comunidade especula e analisa cada frame dos trailers já divulgados. Uma coisa é certa: a jornada épica de Sam Bridges está prestes a recomeçar – e as novidades prometem ser inesquecíveis. Acompanhe as atualizações aqui no Gameblast e não perca nenhum detalhe!
Revisão: Juliana Piombo dos Santos