O caótico e tenso mundo do RPG roguelike Darkest Dungeon II continua a crescer com expansões e adições. Desta vez, um personagem clássico retorna no pacote pago Inhuman Bondage, que chega ao mesmo tempo de Kingdoms, uma nova modalidade gratuita que reimagina as mecânicas principais em uma campanha para defender um reino. Apesar de bem produzidos, os novos conteúdos são mais interessantes para os entusiastas do título.
Explorando criptas com uma criatura monstruosa
A primeira das novidades está no DLC pago Inhuman Bondage, que traz de volta o herói Abominação do primeiro jogo. Este alquimista é capaz de se transformar em uma fera poderosa, mas a forma monstruosa aumenta constantemente os níveis de estresse do grupo. Ele está disponível desde o início, porém é necessário visitar os altares de lembrança para presenciar suas origens e desbloquear a habilidade de transformação.O personagem é bem versátil, contando com habilidades que mudam a posição dos inimigos, ataques capazes de aplicar veneno e muitos efeitos de combo, tornando-o uma ótima opção para estratégias coordenadas. Assim como os outros heróis, a Abominação conta com versões alternativas que alteram significativamente seu estilo de jogo, como uma opção focada em suporte e outra que é fortalecida de acordo com o nível de estresse.
Outra adição do pacote é a minirregião Catacumbas. O local está infestado por uma nova facção de inimigos: criaturas gelatinosas que se dividem constantemente, soterrando o grupo com ataques implacáveis. A nova área é bem arriscada, mas vale a pena explorá-la por conter itens exclusivos, como recursos de combate que não desaparecem completamente após o uso.
No mais, Inhuman Bondage é uma expansão bem produzida, mas discreta em impacto. A Abominação é um personagem versátil que abre novas possibilidades estratégicas, enquanto as Catacumbas elevam a tensão com desafios implacáveis. No entanto, a adição desses elementos apenas complementa o que já existe no jogo base, sem transformações significativas.
Enfrentando perigos em reinos expansivos
Junto com Inhuman Bondage, Darkest Dungeon II recebeu um modo inédito via atualização gratuita. De nome Kingdoms, a nova campanha nos desafia a defender um reino de uma invasão. Para isso, é necessário viajar por diferentes regiões administrando o nível de fadiga dos guerreiros e melhorando estalagens enquanto enfrentamos uma nova facção implacável.Diferentemente do modo principal, Kingdoms adota um extenso mapa repleto de eventos únicos. A movimentação entre as localidades ainda ocorre por meio de viagens de carruagem, mas agora com rotas mais curtas, tornando a progressão mais dinâmica. Com dificuldade crescente, o gerenciamento de recursos se torna crucial, pois os itens são limitados e a morte, definitiva.
Embora compartilhe elementos da campanha principal, Kingdoms adiciona novas camadas estratégicas à jogabilidade. Como as localidades são distantes, planejar bem as rotas e ações evita desperdício de tempo. A mecânica de fadiga impõe um ritmo mais tenso, exigindo mudanças frequentes na composição do grupo para manter a eficiência. Além disso, encontrar o chefe final requer o cumprimento de missões específicas, baseadas na interpretação de pistas espalhadas pelo mapa.
O principal problema de Kingdoms está na falta de clareza de suas mecânicas, tornando a experiência excessivamente punitiva. Com explicações superficiais, os jogadores precisam recorrer à tentativa e erro, o que pode levar à perda de horas de progresso por falhas de compreensão. A campanha também sofre com momentos repetitivos, nos quais a travessia por cenários já explorados passa a parecer um obstáculo maior do que os próprios inimigos. Apesar disso, sua proposta estratégica ainda pode agradar aqueles dispostos a superar a curva de aprendizado.
O resultado é uma interpretação notável das mecânicas principais, apesar de ser necessário insistência e dedicação para conseguir avançar. Um ponto positivo é que há muitas opções para customizar a experiência, como tamanho do mapa e aspectos de dificuldade, e a desenvolvedora promete disponibilizar ainda mais campanhas no futuro. No mais, Kingdoms é uma alternativa para aqueles que desejam explorar o universo do jogo de uma maneira diferente.
Novidades modestas e para poucos
No geral, as novidades de Darkest Dungeon II oferecem conteúdos que expandem a experiência sem reinventá-la. Em Inhuman Bondage, a Abominação retorna como um herói versátil e estratégico, enquanto as Catacumbas adicionam novos desafios aos jogadores mais experientes. No entanto, o impacto do DLC é modesto, sendo mais interessante para quem já está imerso no jogo e deseja testar variações nas composições de equipe.Já o modo Kingdoms apresenta uma abordagem distinta, adicionando elementos estratégicos que exigem planejamento cuidadoso. A estrutura de progressão é intrigante, mas a falta de explicações claras e o ritmo lento podem tornar a experiência frustrante para alguns. Ainda assim, suas opções de customização e a promessa de mais conteúdos no futuro fazem dele uma adição promissora para quem busca uma forma diferente de enfrentar os desafios brutais do universo de Darkest Dungeon II.
Prós
- A Abominação é uma adição versátil, expandindo as opções estratégicas;
- O modo Kingdoms é uma interpretação criativa e robusta das mecânicas principais.
Contras
- O conteúdo incluído em Inhuman Bondage é simples demais;
- As mecânicas do modo Kingdoms poderiam ser melhor explicadas.
Darkest Dungeon II: Inhuman Bondage — PC — Nota: 7.0
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Análise produzida com cópia digital cedida pelo Red Hook Studios
Análise produzida com cópia digital cedida pelo Red Hook Studios