Impressões: Wild Woods é uma frenética e promissora aventura cooperativa

Chame os amigos e tentem não morrer neste charmoso e intenso multiplayer.

em 29/01/2025

Em Wild Woods, gatinhos guerreiros protegem uma carruagem enquanto atravessam uma floresta perigosa. O foco é a cooperação entre os participantes, pois sem isso é praticamente impossível sobreviver aos inúmeros obstáculos que aparecem pelo caminho. Lançado no PC em acesso antecipado, o jogo apresenta uma base bem-estruturada, mas a variedade limitada de conteúdo mostra que ele ainda precisa melhorar em vários aspectos.

Unindo-se em uma jornada complicada

Wild Woods é uma aventura de ação em que até quatro gatinhos guerreiros participam de uma expedição cujo objetivo é proteger a carroça de perigos. As partidas alternam entre dois momentos: durante o dia, coletamos madeira, ervas de cura e outros itens; durante a noite, enfrentamos monstros que vão fazer de tudo para destruir o veículo. O jogo suporta até quatro jogadores, seja localmente ou online.

Como a carruagem se move sozinha, é preciso rapidez para coletar recursos antes que fiquem para trás. Durante a noite, a fogueira da carroça deve permanecer acesa. Sem ela, os heróis sofrem dano pelo frio e a visibilidade é severamente comprometida. O desafio, então, é conseguir coordenar todas essas tarefas simultaneamente.


Em determinados pontos da estrada, aparecem encruzilhadas nas quais o grupo precisa decidir qual rota seguir. Cada um dos caminhos oferece desafios e recompensas distintos, e os participantes precisam entrar em consenso para avançar — é melhor enfrentar monstros poderosos para encontrar grandes tesouros ou é vantajoso ir por uma estrada tranquila e com muitos recursos?

No decorrer da partida, obtemos melhorias para os heróis e para a carroça, o que permite chegar mais longe e oferece algumas possibilidades estratégicas. O jogo é um roguelike, o que significa que as partidas apresentam eventos e elementos distintos, e recomeçamos do início após sermos derrotados.



No frenesi do caos multiplayer

A premissa cooperativa de Wild Woods fez com que ele entrasse no meu radar, afinal parecia perfeito para aproveitar com os meus amigos nos nossos encontros de multiplayer local. Experimentei algumas partidas com quatro jogadores em um Steam Deck e a experiência foi divertida, apesar de limitada.

Mecanicamente, o título é fácil de entender, então em alguns minutos todos já estavam coletando madeira e lutando contra os inimigos. Os melhores momentos foram aqueles mais frenéticos em que precisávamos dar conta de ondas de oponentes enquanto mantínhamos a tocha acesa — é tudo caótico, com uma pessoa gritando comandos para o outro, sendo bem recompensador quando tudo dava certo. As encruzilhadas foram bem interessantes, pois nosso grupo precisava parar e discutir as opções.


Entre os momentos mais marcantes estão os confrontos contra chefes, que exigem ainda mais coordenação do grupo por causa das mecânicas mais complexas. O primeiro mestre, por exemplo, às vezes focava em um único herói, que podia direcioná-lo para obstáculos espalhados pela arena, o que o deixava atordoado. Foi necessário dividir tarefas e a tensão foi grande.

Cheguei a testar o título sozinho e a experiência foi bem sem graça em comparação com jogar com os amigos, pois os aspectos cooperativos inexistem — ele é claramente pensado para o multiplayer. Há um modo online, mas não consegui encontrar ninguém nas salas de partidas.



Uma base sólida, mas ainda incipiente

Apesar de divertido, o êxtase frenético de Wild Woods logo se perde. Para começar, o ciclo de jogo é extremamente limitado: o dia se resume a jogar recursos na carroça; os combates noturnos são muito simples e completados ao atacar repetidamente. De vez em quando aparece algo imprevisível, como pedras obstruindo a estrada, mas são acontecimentos de pouco impacto.

Outro problema é a variedade de situações. Os eventos não são muito interessantes, consistindo em ondas com inimigos mais fortes ou raros puzzles de apertar botões na ordem correta. Os dois biomas disponíveis atualmente são bastante parecidos, com o segundo introduzindo apenas trechos aquáticos que adicionam risco de afogamento. Além disso, as partidas são longas, com cerca de uma hora por região, o que pode comprometer o ritmo do jogo.


No fim, eu e meus amigos aproveitamos nosso tempo em Wild Woods, porém foi consenso que, no estado atual, não há motivos para jogá-lo novamente, pois as partidas são muito repetitivas e demoradas, e não há desbloqueáveis notáveis fora novas skins. A ideia em si é interessante, no entanto é necessário adicionar conteúdo variado para tornar as jornadas mais únicas. Além disso, alterações na estrutura para tornar o jogo mais ágil seria algo muito bem-vindo.

Como se trata de um lançamento em acesso antecipado, é compreensível que ainda haja ajustes necessários. Os desenvolvedores estão atentos às críticas e prometem novidades significativas no futuro. Inclusive, dias depois de jogar com meus amigos, o título recebeu uma nova classe de herói que ataca à distância, o que contribui levemente para trazer variedade.



Um multiplayer para ficar de olho

Wild Woods é uma experiência cooperativa promissora, e seus momentos caóticos e de trabalho em equipe oferecem diversão genuína, especialmente quando compartilhados com muitos amigos. A combinação de coleta de recursos, combate noturno e tomadas de decisão estratégicas nas encruzilhadas cria uma base sólida, mas que ainda carece de maior profundidade e diversidade.

Contudo, a repetitividade das partidas e a falta de elementos únicos e recompensadores enfraquecem a longevidade do jogo. Apesar disso, é importante lembrar que Wild Woods está em acesso antecipado, e seus desenvolvedores demonstram compromisso em expandir e refinar a experiência. Com atualizações que adicionem conteúdo variado, mais biomas e mecânicas de jogo mais elaboradas, o título pode se consolidar como uma ótima opção para fãs de aventuras cooperativas.

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Daedalic Entertainment
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Farley Santos
é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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