Porém, a verdade é que a guerra neste universo fictício está, felizmente, bem longe de acabar. O seu mais novo DLC, Omens of Destruction, prova isso, reinventando mecânicas de facções subutilizadas e adicionando novos Senhores Lendários, unidades e heróis para os jogadores conquistarem o Velho Mundo em um verdadeiro presente de Natal antecipado.
Presságios da destruição
Da mesma forma que os pacotes de expansão anteriores Thrones of Decay e Forge of the Chaos Dwarfs, Omens of Destruction acrescenta mais personagens jogáveis ao já riquíssimo elenco do título. Ao todo, são três novas adições, que podem ser adquiridas tanto de forma individual quanto em um único pacote, com desconto. São elas:
Catacrânios: pertencente à facção Khorne, o poderoso demônio Catacrânios é o maior de todos os sanguinários escolhidos pelo Deus Sangrento. Abraçando a violência e a destruição, ele ceifa os crânios de nativos e invasores com o mesmo prazer. Ao derrotar outros Senhores poderosos, o seu exclusivo Manto de Crânios permite ao jogador fortalecer sua facção.
Gorbad Garra de Ferro: Gorbad conhece apenas uma forma de se comunicar: a guerra. Infame até entre outros Orcs, este Senhor é reconhecido por sua capacidade de liderar os seus comandados, inclusive concedendo bônus de ataque e defesa em um raio 100% maior que o usual. Na dúvida, a ordem será de seguir “U Plano”, pois não há ninguém “mió” que os Orcs.
Come-homem Golgfag: Ao lado de seus comparsas (criativamente chamados de Come-homens de Golgfag), este ogro ganhou imensa notoriedade como um experiente líder mercenário, capaz de devorar até mesmo os seus contratantes. O seu gosto pelas viagens e a sua falta de lealdade o impediram de se tornar um grande líder até agora, mas, por meio de espólios e violência, talvez a glória ainda seja alcançável nas mãos do jogador certo, principalmente com o acesso a contratos outrora impensáveis.
A chegada dos novos líderes é acompanhada pela atualização 6.0 do título, que também adiciona de forma gratuita o Senhor Lendário Arbaal, o Invicto (um dos mais leais guerreiros de Khorne), e aprimora alguns aspectos das facções que recebem os novos personagens, como buffs em alguns stats e redução dos gastos com recrutamento.
É bom reforçar também que, como esperado, os entusiastas terão as novas ferramentas e objetivos à disposição tanto na campanha O Reino do Caos quanto em Impérios Imortais, totalizando horas de jogo e grande fator replay para ambos os modos.
Ainda mais formas de conquistar o tabuleiro do título
Quando falamos em expansões para um jogo que já é tão rico em possibilidades quanto WARHAMMER III, julgo ser primordial que essas justifiquem a sua existência, como, por exemplo, adicionando novas (e desejadas) formas de interagir e também de conquistar as duas campanhas do título.
Em sintonia com essa forma de pensar, desde que Shadows of Change falhou em conquistar os corações dos jogadores, a Creative Assembly revisou os critérios para os seus DLCs, optando por adições mais impactantes tanto em termos de conteúdo quanto de jogabilidade. A prática deu certo com Thrones of Decay e, felizmente, continua com Omens of Destruction, que deve agradar principalmente os fãs de Khorne e quem prefere abordagens mais agressivas na conquista do mapa.
Jogar com o Catacrânios, por exemplo, certamente agradará quem prefere batalhas a gerenciar territórios. Isso porque a única preocupação do demônio envolve matar Senhores dignos e coletar Essências de Campeão, que são drenadas para o Manto de Crânios a fim de potencializar seus poderes e habilidades. Fortalecer nove crânios e ocupar/espoliar/devastar 30 povoados diferentes já é o suficiente para garantir uma vitória curta.
Já Golgfag é, de longe, a melhor adição do DLC. Isso porque, devido ao seu perfil mercenário, alianças com outras facções se tornam impossíveis — em vez disso, diferentes raças podem recrutá-lo como mercenário, pagando recompensas conforme as missões forem concluídas e os clientes estiverem satisfeitos.
Outra mecânica muito interessante é que, para ajudar na agilidade dessas demandas, Golgfag pode viajar instantaneamente até um dos povoados do cliente uma vez por contrato, eliminando aquele que talvez seja o maior problema dos exércitos com pouca mobilidade (como os ogros): a quantidade de turnos necessários para se deslocar de uma ponta a outra do mapa.
Por fim, incorporar o estrategista Gorbad significa ter acesso a várias táticas especiais sob o manto do “U Plano”. Algumas dessas táticas precisam primeiro ser desbloqueadas para estarem disponíveis, enquanto outras requerem unidades específicas para serem ativadas.
Com a ativação de cinco táticas distintas sendo obrigatória para a vitória na campanha, aqui há nas entrelinhas um grande incentivo ao jogador para “sair da mesmice” e de fato experimentar a variedade de unidades e diferentes formações à disposição do pele-verde. No fim, se você aprecia a experimentação e gosta de ser desafiado do ponto de vista estratégico, há muita diversão a ser encontrada sob Gorbad, embora o meu personagem preferido desta leva continue sendo o mercenário Golgfag.
Como nem tudo são flores…
No mais, se há um ponto negativo a ser destacado, é que este DLC muito provavelmente não agradará tanto os jogadores que preferem progredir de forma mais defensiva; outros personagens, como os presentes no DLC Anões do Caos, são muito mais indicados para esse estilo de jogo do que os apresentados aqui.
Também cabe mencionar que, para a escrita desta análise, joguei uma versão ainda em desenvolvimento do título, o que resultou em alguns bugs ocasionais, como a incapacidade de se teletransportar com Arbaal, e pelo menos dois crashes para a área de trabalho.
Fica a expectativa se a versão final estará um pouco mais polida; a necessidade de patches adicionais, porém é evidente para que o título mantenha o seu status (conquistado a duras penas, diga-se de passagem!) de bem otimizado nos computadores.
Um bom DLC que chega como um presente de Natal para os fãs do título
Omens of Destruction é, sem dúvidas, bem-sucedido em sua missão de adicionar peças significativas e divertidas ao fantástico tabuleiro de WARHAMMER III. Escrevo isso porque, quando se trata de um jogo que já é tão rico e complexo em sua versão base, a recomendação ou não de um DLC reside, ao meu ver, na capacidade que o conteúdo adicional tem de justificar sua existência.
Com mecânicas novas para cada um de seus carismáticos personagens, esta nova expansão faz jus não somente à sua concepção, então, mas também à “destruição” presente em seu título, introduzindo ferramentas que serão muito apreciadas pelos jogadores que prezam por campanhas agressivas, com foco na ação e nas dinâmicas dos campos de batalha em vez do (por vezes cansativo) microgerenciamento de povoados espalhados pelo mapa.
Logo, aqui está mais um bom e recomendado DLC pós-Shadows of Change e que chega às lojas virtuais como um presente de Natal antecipado para os fãs de WARHAMMER. Como dito no início do texto, a verdade é que a guerra neste universo fictício ainda está longe de acabar. Mas, contanto que o suporte da Creative Assembly continue neste nível, quem verdadeiramente ganha com isso somos nós, os jogadores — aguardemos “U Plano” para 2025.
Prós
- Promove a adição de três novos Senhores Lendários, que, condizentes com a temática do DLC, se provam ótimos para quem prefere campanhas baseadas na aniquilação dos oponentes;
- Como prometido, beneficia os entusiastas das subutilizadas facções Peles-verdes, Khorne e Reinos Ogreiros, proporcionando ainda mais variedade na composição dos exércitos;
- Aumenta ainda mais o fator replay de um título que já é impressionante nesse quesito;
- Legendas e menus em português brasileiro.
Contras
- Provavelmente não vai agradar quem prefere um estilo de jogo mais defensivo em suas campanhas;
- Bugs e crashes eventuais provam a necessidade de patches adicionais para que o título mantenha sua reputação de ser bem otimizado.
Total War: WARHAMMER III - Omens of Destruction — PC — Nota: 8.0
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela SEGA