Depois de um ano de muita jogatina, chegou a hora de revisitarmos o melhor que o ano de 2024 nos ofereceu em termos de experiência de jogo. De clássicos instantâneos a verdadeiras surpresas que vão do AAA ao indie, foram três jogos que receberam a mais alta honraria do GameBlast no ano que se encerrou, além de vários outros que se destacaram durante o período. Vamos relembrá-los?
Tekken 8
A primeira nota perfeita do ano veio para um jogo de luta. Carlos França Jr. elogia a capacidade que Tekken 8 tem em superar todas as expectativas ao seu redor ao trazer revitalizações tanto a nível técnico, como a inclusão do Heat System, quanto a nível narrativo, dando continuidade à trama da família Mishima, e coloca o título como um marco capaz de ofuscar até seus concorrentes diretos no gênero, elevando o nível da franquia como um todo.
A franquia Tekken sempre teve uma constância forte em meio aos demais jogos de luta, seja pela história coesa, seja pela jogabilidade característica. O que Tekken 8 fez foi maximizar a experiência proporcionada aos jogadores a um nível de excelência que rouba os holofotes de Street Fighter 6 e Mortal Kombat 1 com uma execução perfeita e entrega primorosa.
Astro Bot
Após algumas incursões que podem ser resumidas à demos técnicas, Astro Bot é a primeira grande aventura do robozinho do Team Asobi, consolidando seu papel como mascote da marca PlayStation e, de quebra, servindo para comemorar os trinta anos da marca em 2024. Em sua análise, Victor Vitório eleva o título a uma das principais experiências já produzidas para o gênero de Plataforma 3D ao combinar diversão e criatividade enquanto traz mundos deslumbrantes e referências em um dos jogos que melhor utiliza os recursos exclusivos do PlayStation 5 e do DualSense.
Astro Bot continua o bom trabalho de representar a história da PlayStation e abrir sorrisos com inúmeras referências adoráveis, mas tem muito mais que isso a oferecer, sendo um jogo divertido, criativo, dinâmico e lindo em cada detalhe, merecendo um lugar no panteão dos melhores plataforma 3D de todos os tempos.
God of War Ragnarok
Já tendo o privilégio anterior de testar a versão de PC do primeiro God of War da série nórdica, Alan Murilo retorna agora à série para trazer suas impressões a respeito do port de God of War Ragnarok, que aqui amplifica todos os aspectos positivos trazidos pelo antecessor. Esmiuçando não só tudo o que o jogo oferece por si só, como sua narrativa envolvente e combates elaborados, ele também pondera positivamente a respeito da adaptação que o título recebeu para o PC, elogiando o desempenho e o suporte às tecnologias da plataforma, reforçando ainda mais o caráter atemporal do game.
Como dito anteriormente, God of War é um dos melhores jogos de todos os tempos, e um dos poucos que eu classificaria como essencial para qualquer gamer que se preze. A adaptação impecável para os computadores pessoais faz desta a versão definitiva deste clássico moderno e o aperitivo perfeito para um certo Ragnarök que se aproxima este ano. Imperdível.
O Clube do 9.5
Enquanto as notas 10 são a maior honraria que um jogo pode receber de seu analista, é válido ressaltar que ainda existem aquelas que chegam muito perto desse objetivo supremo. Assim, confira também nosso recorte (em ordem de publicação) com os games quase perfeitos que, infelizmente, deixaram de alcançar a glória eterna por meros detalhes e acabaram ficando com 9.5 de nota.
The Last of Us Parte II Remastered (Matheus Senna de Oliveira)
The Last of Us Parte II Remastered vale muito a pena, inclusive do ponto de vista do custo-benefício. Afinal, esta é a versão melhorada de um vencedor de mais de 300 prêmios de Jogo do Ano, com um ótimo enredo (ainda que polêmico), produção de primeira e jogabilidade ainda melhor. O desconto para donos de uma cópia para PS4 é válido e vale como incentivo para retornar ao game. No final, temos mais uma adição praticamente obrigatória para a tua biblioteca.
El Paso, Elsewhere (Luan Gabriel de Paula)
El Paso, Elsewhere é uma viagem melancólica sobre relacionamentos modernos, quando eles dão errado e como nos apegamos a uma vida que não existe mais. É sobre enfrentar os demônios (literalmente) e encontrar uma forma de fazer as cicatrizes irem embora. É também um videogame, e não se esquece disso em nenhum momento, com monstros, muitos tiros e um arsenal de armas para destruir qualquer ameaça em seu caminho, com muito estilo e slow motion.
Promenade (Victor Vitório)
Promenade foi um passeio prazeroso do início ao fim, mantendo-me fisgado até finalmente conseguir encontrar todas as muitas peças de engrenagens. As ressalvas são mínimas, ofuscadas diante da execução excelente que dá tanto conteúdo para a diversão e engajamento de diferentes idades e habilidades.
Final Fantasy VII Rebirth (Ivanir Ignacchitti)
Final Fantasy VII Rebirth traz um excelente trabalho de repensar o universo de um dos maiores clássicos do gênero. Há determinados elementos que mereciam mais polimento, especialmente em nível técnico, mas o resultado geral é uma experiência fantástica e mais uma vez uma referência dentro de seu gênero.
Horizon Forbidden West Complete Edition (Alan Murilo)
Horizon Forbidden West Complete Edition é mais um ótimo port da Sony e mais um acerto da iniciativa PlayStation PC. Com uma vasta quantidade de opções gráficas ajustáveis, suporte a altas taxas de quadros e notável escalabilidade, a sequência da história da Aloy impressiona e se firma não somente como um dos jogos mais belos de todos os tempos, mas também como uma obra recomendável a todos os entusiastas de uma boa aventura em um fascinante mundo aberto. Tendo em vista a qualidade da adaptação, posso afirmar: esta não é somente a edição completa como anunciado, mas sim a definitiva. A paciência, neste caso, foi recompensada.
Monster Hunter Stories (Ivanir Ignacchitti)
Monster Hunter Stories é um ótimo RPG de captura de monstrinhos e uma adição de alta qualidade para o PC, PS4 e Switch. A experiência ainda é cativante e vale a pena conferir para qualquer jogador interessado no gênero.
MARVEL vs. CAPCOM Fighting Collection: Arcade Classics (Carlos França Jr.)
Mesmo com menos jogos que a coletânea anterior, devemos reconhecer que MARVEL vs. CAPCOM Fighting Collection: Arcade Classics contém seis títulos que têm um peso enorme na história dos jogos de luta. A aura que eles exalam desde o primeiro play é absurda, a ponto de arrepiar o fã mais fervoroso. É algo que parece que outros nomes mais atuais do gênero acabaram perdendo; aquela mistura de charme e dinamismo que acaba levando quem está no controle sempre a tirar só mais uma partida depois da “última”. Se você nunca jogou nenhuma dessas pérolas, a hora é agora. Se você já era um fã, sinta-se agraciado com a melhor coletânea de jogos de luta disponível atualmente, sem exagero.
Caravan SandWitch (Hiero de Lima)
Caravan SandWitch, como toda boa ficção científica, conta a história do nosso planeta sem usá-lo como pano de fundo. A paixão pelas ideias que defende pode ser vista em todos os aspectos da narrativa, principalmente no carinho com todos os personagens e com a comunidade maior que formam. Tudo isso está envolto em uma experiência de gameplay simples e tranquila, que faz da aventura em Cigalo uma verdadeira alegria.
Prince of Persia: The Lost Crown - Mask of Darkness (Gustavo Souza)
Acredito que a palavra que melhor descreva Prince of Persia: The Lost Crown - Mask of Darkness seja intensidade. O DLC é curto e direto ao ponto, trazendo consigo novos inimigos, desafios de plataforma e uma batalha final desafiadora e divertida. Tanto os jogadores novatos quanto experientes terão que se readaptar às habilidades de Sargon e quebrar a cabeça para entender as novidades apresentadas. Todas as novidades trazem um frescor à aventura de Sargon, mostrando que a equipe da Ubisoft Montpellier pode trazer muitas boas novidades para a franquia dentro dessa estrutura de metroidvania.
Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven (Ivanir Ignacchitti)
Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven é um remake que consegue transitar entre as qualidades do original e a modernidade esperada de um jogo atual, apresentando-se como uma experiência ousada e única no mercado de RPGs. Um testamento do esforço de experimentação da franquia ao longo de décadas, temos aqui um jogo que absolutamente todos os fãs do gênero, e até mesmo aqueles que querem se desafiar a ver RPGs sob um novo prisma, deveriam experimentar.
Wilmot Works It Out (Hiero de Lima)
Wilmot Works It Out traz graça e delicadeza ao mundinho de seu protagonista, anteriormente confinado a um armazém respingado de cinismo sobre o mundo moderno. De certa forma, acaba por ser um tratado a respeito da busca por equilíbrio entre lazer e trabalho, e pede que nós, quadradões que somos, não percamos de vista aquilo que nos faz felizes. É um bom lembrete — e um jogo melhor ainda.
Shiren the Wanderer: The Mystery Dungeon of Serpentcoil Island (Lucas Oliveira)
Shiren the Wanderer: The Mystery Dungeon of Serpentcoil Island é um roguelike extremamente divertido e desafiador, além de ser um dos títulos mais viciantes que já tive o prazer de experimentar. Com exceção da ausência de legendas em português, que se torna uma limitação significativa devido à alta necessidade de leitura dos itens, e a relevância do fator sorte, que pode influenciar muito a jornada (algo inerente ao próprio gênero), não tenho nenhuma ressalva ou ponto negativo relevante a apontar sobre o jogo.
Menções Honrosas
Ficando um pouco mais longe dos scores referentes à perfeição ou à quase-perfeição, os jogos que alcançaram 90 pontos em 100 possíveis não são de se jogar fora, ainda sendo universalmente recomendados e verdadeiras referências para seus respectivos gêneros. Confira, então, nossas menções honrosas de 2024 (em ordem de publicação).
Revisão: Beatriz Castro