Meus jogos favoritos de 2024 — Victor Vitório

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 16/12/2024

Em questão de videogames, 2024 foi incrivelmente bom para mim. Antes mesmo da metade do ano, parte desta lista de novos amores já estava formada, rendendo várias expectativas alcançadas, outras superadas e, ainda, excelentes novidades inesperadas.

No meu artigo de favoritos do ano passado, eu fiz a resolução de diminuir minha dose de reviews, mas não foi possível. Por uma série de motivos pessoais, eu acabei acelerando a dinâmica jogar-analisar-escrever como uma necessária válvula de escape para minha mente atribulada. Foram 54 análises de jogos, divididas entre o GameBlast e outro site, e você pode conferi-las na minha página do Opencritic.

Vamos direto ao meu top 10 do ano, mais algumas menções muito honrosas e jogos de anos recentes nos quais só pus as mãos agora e fui marcado positivamente — ou não. Para finalizar, uma rápida menção aos mais esperados de 2025.

10- Enotria: The Last Song


Soulslike na Itália, com clima mediterrâneo e lindíssimos cenários à beira mar? Combate responsivo em que até eu consigo fazer parry e sistema de builds alternáveis? Enotria: The Last Song foi um dos raros que me fez rejogar logo após acabar pela primeira vez, e isso é um sinal de que foi um dos meus favoritos do ano.

9- The Talos Principle 2: Road to Elysium


Em 2023, The Talos Principle 2 foi para mim um jogo perfeito. Inventivo, profundo e desafiador com seus puzzles e altas doses de filosofia, deixou sua marca em mim. Menos de um ano depois, a expansão Road to Elysium trouxe mais uma enxurrada de quebra-cabeças que comprovam a versatilidade das mecânicas simples, que são incrivelmente configuradas de maneiras sagazes que dão nós nos nossos cérebros. A satisfação de desatar esses nós é um dos maiores prazeres que já tive em videogames.

8- Nine Sols


O ano de 2024 teve tantos jogos incríveis para mim que até me surpreendo em Nine Sols estar apenas no oitavo lugar. Pode até parecer que está longe, mas, na verdade, está bem na cola dos primeiros. A estética é excelente, a construção de mundo taopunk é marcante, o combate é intenso e as opções de ajuste de dificuldade o tornam mais acessível. Certamente, é um dos melhores metroidvanias de todos os tempos (esta afirmação ainda será repetida duas vezes nesta lista).

7- Animal Well


Às vezes, nós só queremos ver genialidade em ação e, se possível, pegar carona nela ao sentir que somos capazes de ver os detalhes e entender a obra-prima que essa inteligência construiu. É claro que fiquei longe de decifrar tudo de Animal Well, mas poucas coisas em 2024 me empolgaram mais que partir no escuro e desbravar os mistérios maravilhosos do poço dos animais até chegar ao fim da jornada. Certamente, é um dos melhores metroidvanias de todos os tempos.

6- Promenade


Eu já estava de olho neste humilde jogo de plataforma há um tempo e esperava que fosse bom, mas o que recebi superou todas as expectativas. Sabe quando um jogo diverte e encanta por toda a sua duração, sem um único minuto de tédio, enrolação ou design ruim? Minha experiência com Promenade foi assim. O jogo usa uma estrutura típica de plataforma 3D, dividindo-se em grandes mundos repletos de tarefas para reunir colecionáveis, e faz uma aventura lúdica e vibrante que faz meus filhos cantarolarem a música tema até hoje.

5- Prince of Persia: The Lost Crown


Uma boa surpresa foi a qualidade de Prince of Persia: The Lost Crown. Pode não ser um jogo revolucionário, mas reúne tudo o que há de melhor em metroidvanias e executa com excelência. Certamente, é um dos melhores metroidvanias de todos os tempos.

4- Elden Ring: Shadow of the Erdtree


Dois anos depois do maior épico da FromSoftware, veio uma expansão digna desse nome. Shadow of the Erdtree é um DLC à parte que vale por um jogo completo. Como eu disse na análise, erraram a mão na dificuldade artificial dos chefes, mas fiquei enfeitiçado com a renovação da estrutura de mundo aberto de Elden Ring, agora focado em algo mais vertical, gradual e coeso, nos guiando a mistério e a panoramas maravilhosos.

3- Stellar Blade


Eu tinha minhas dúvidas quanto a Stellar Blade, achei que seria só apelação e nenhuma substância. Quando saiu uma demo, resolvi testar e descobri que estava errado: é apelação e substância também! O combate é a alma do jogo, com uma pegada soulslite que não se prende ao estilo e nem se deixa levar pelo hack and slash puro, fazendo até um jogador de habilidade mediana como eu conseguir realizar lutas bonitas, empolgantes e bem-executadas. Em vez de enjoar, joguei o NG+ para conquistar o troféu de platina! De quebra, leva meu prêmio de melhor trilha musical de 2024! Ouça um pouco.

2- Final Fantasy VII Rebirth


Rebirth repetiu o que aconteceu comigo com Remake: amei todos os capítulos, menos o último, com toda sua bagunça extravagante e desnecessária de multiverso. Acontece. A diferença é que, dessa vez, eu estava preparado para encarar isso e saí aliviado de que a mesa só virou no final, permitindo-me aproveitar intensamente minhas 50 horas anteriores. Final Fantasy VII Rebirth foi tão bom, envolvente e variado, que deixou ainda mais claras as limitações do confinamento em Midgar e a linearidade do primeiro título, superando-o em cada mínimo detalhe.

1- Astro Bot


Este foi incrível desde o anúncio, que já veio com data de lançamento para três meses depois, sem enrolação, sem adiamentos, sem arrastar o hype. Astro Bot é pura plataforma lúdica, linda, divertida e muito bem-executada, direto para a lista de melhores de todos os tempos. Uma surpresa feita só de pontos altos, sem baixos. É tão bom que quis produzir até guia de saídas secretas e de troféus.

Menções honrosas

Codex Lost foi um soulslike indie que peguei para análise com certa ressalva, mas fui totalmente pego de surpresa com um mundo incrivelmente bem-construído e interconectado. Foi tão marcante que eu mal conseguia largá-lo, explorando cada canto para descobrir que novos caminhos e áreas inusitadas ele tinha guardados. Comecei a publicar uma série de guias sobre ele.

Em um ano de bons metroidvanias, Crypt Custodian entra na fila no meu quarto lugar. A aura de tranquilidade humanista é cativante, mas lutar contra chefões também é um dos destaques do jogo.

Bo: Path of the Teal Lotus vem depois, tendo ficado abaixo do meu esperado em alguns aspectos, mas ainda é um combo muito satisfatório de colírio para os olhos e agilidade acrobática.

Nikoderiko: The Magical World leva suas inspirações em Donkey Kong Country e Crash Bandicoot muito ao pé da letra, mas é aí que está o grande sucesso dele! Jogo lindo, divertido e bem-feito em basicamente tudo que importa.

Um que sofreu pelas minhas altas expectativas foi O Escudeiro Valente (The Plucky Squire). Ele realmente tem a criatividade mostrada nos trailers, mas o acúmulo de ideias acabou resultando em mais simplicidade do que eu gostaria. Mesmo assim, é deliciosamente imaginativo, bonito e aconchegante, um verdadeiro deleite.


Games de 2023 que só joguei agora

Joguei ainda algumas coisinhas de anos recentes que estavam na fila. O principal é Tunic, que transforma o gênero de aventura em um enigmático labirinto tão lúcido que seu design não pode ser considerado menos do que genial. É o tipo de jogo que entrou na minha vida para ser lembrado para sempre no panteão do meu coração. Se tivesse sido lançado em 2024, estaria bem perto do topo.

Logo em seguida, vem o majestoso Baldur’s Gate 3, que venho jogando com minha esposa lentamente desde janeiro (e ainda estamos no Ato 3!). Outra dívida resolvida comigo mesmo foi jogar Star Wars Jedi: Survivor, que já estava comprado desde 2023, mas o vício em reviews atrasaram o início. Na verdade, ainda atrasam a campanha, pois prossigo nela a passos lentos quando dá para encaixar entre reviews. Foi mal, BD-1.

Por fim, Blasphemous II foi uma boa surpresa, pois não curti muito o primeiro e ignorei o segundo até ver tantos elogios na comunidade de metroidvanias que percebi que talvez minha negligência estivesse errada. E realmente estava, pois o jogo é muito bom.

A menção desonrosa é Final Fantasy XVI. Eu até comecei antes de Final Fantasy VII Rebirth para não criar uma comparação injusta entre dois jogos tão diferentes de uma mesma série, mas o resumo da ópera é que eu gostei do primeiro terço do jogo, me esforcei para enfrentar o tédio do segundo e larguei no último. Explicar isso levaria um texto inteiro, então fica só a menção mesmo.

O que espero de 2025

Ironicamente, na lista de “jogo de 2024 que ainda espero jogar um dia”, está apenas o que era o meu mais aguardado do ano: Black Myth: Wukong. Ano que vem, quem sabe?

Ano vai, ano vem, e meu jogo mais esperado continua sendo Hollow Knight: Silksong, um sentimento que já está um misto de melancolia com desilusão. Paciência. Enquanto ele não chega, torço para que Crowsworn, o “Hollowborne May Cry”, possa ficar pronto em 2025. 

Fecham a lista Citizen Sleeper 2: Starward Vector, continuação de uma das ficções científicas mais profundas que já vi, e um RPG de turnos de cair o queixo: Clair Obscure: Expedition 33.

Espero que 2025 possa continuar nos alegrando, divertindo, desafiando, entretendo e surpreendendo com belas obras desse meio maravilhoso que é o videogame.

Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
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Victor Vitório
Admiro videogame como uma mídia de vasto potencial criativo, artístico e humano. Jogo com os filhos pequenos e a esposa; também adoro metroidvanias, souls e jogos que me surpreendam e cativem, uma satisfação que costumo encontrar nos indies. Veja minhas análises no OpenCritic.
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