Meus jogos favoritos de 2024 — Alexandre Galvão

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 20/12/2024

Após um 2023 espetacular, o sabor que fica ao final de 2024 não é tão marcante quanto o do ano anterior, mas ainda assim foi bastante agradável. Finalizando mais um ciclo de atuação criando conteúdo para o GameBlast, tenho o privilégio de relembrar e compartilhar alguns dos melhores momentos vividos neste ano.

De jogos inesperadamente emocionantes a surpresas marcantes e expectativas parcialmente atendidas, 2024 será um ano que guardarei na memória pelas experiências únicas proporcionadas pelos videogames. Convido você a relembrar comigo os destaques deste ano e entender como foi minha montanha-russa de emoções com um controle na mão.

Pal pra toda obra

Como um pequeno adendo antes de começarmos, janeiro foi um mês em que explorei pouco no universo dos jogos. Decidi “tirar férias” das análises para me dedicar a outras atividades e aproveitar o mês do meu aniversário. Ironia do destino, no mesmo dia em que celebrava mais um ano de vida, Palworld foi lançado, sacudindo o mercado como um dos títulos mais comentados do início do ano.

Passei boa parte do dia ao lado dos Pals, explorando um mundo que, mais tarde, voltaria aos holofotes por razões além dos trocadilhos. Com o lançamento da nova grande atualização neste mês, é bem capaz de eu soprar velas novamente ao lado dos Pals enquanto exploro mais da nova região em janeiro do ano que vem.


Dilemas, emoções à flor da pele e histórias para aquecer o coração

Deixando de lado o universo dos monstrinhos de origem questionável envolvidos em processos judiciais, quero relembrar aqui jogos que me marcaram por razões além da jogabilidade ou dos gráficos. São títulos com roteiros poderosos, capazes de nos fazer enxergar os videogames como algo além de mero entretenimento.

Um dos primeiros desta lista é Banishers: Ghosts of New Eden, lançado em fevereiro. Este RPG de ação, dos criadores de Life is Strange e Vampyr, apresenta uma premissa instigante: acompanhar um casal de caçadores de seres sobrenaturais. No entanto, essa é apenas a superfície de um enredo que desafia nossa moralidade a cada decisão importante.

O dilema central é intenso: decidir entre ressuscitar um dos caçadores em nome de um grande amor ou permanecer fiel ao juramento de proteger a humanidade. De qualquer forma, outras vidas estão em jogo. O roteiro nos faz refletir profundamente sobre até onde iríamos por amor ou por honra.


Ainda no campo das emoções fortes, uma surpresa de 2024 foi um título que passou despercebido por muitos: Copycat. Para quem viu apenas mais um "simulador de gato", posso dizer que aqueles que jogaram e não sentiram algo — seja indignação ou lágrimas — provavelmente já estão mortos por dentro.

O jogo conta a história de uma gata de rua recém-adotada que enfrenta desafios em sua nova casa. O que começa com uma narrativa cheia de travessuras felinas logo se transforma em algo muito mais denso, explorando temas delicados como dramas familiares e abandono. É uma experiência curta, mas impactante, com uma mensagem que atinge como um soco no estômago.

Por outro lado, uma experiência mais leve e encantadora de 2024 foi Snufkin: Melody of Moominvalley. Sempre busco jogos que possa um dia recomendar à minha sobrinha de cinco anos, e este foi um deles. Inspirado em uma série de livros infantis suecos, o jogo acompanha Snufkin em sua missão de restaurar a natureza, ajudando outros personagens enquanto busca reencontrar seu amigo Moomintroll.

Este é um título tranquilo, com uma mensagem simples e uma ambientação aconchegante. É perfeito para desligar do caos do mundo moderno. Além disso, renova a fé na humanidade ao transmitir lições valiosas sobre amizade, coragem e confiança, especialmente para as novas gerações.


O velho dos gatos

Aproximando-me dos 39 anos, já aceitei o "título" de velho dos gatos. Desde que adotei meu primeiro em 2018, descobri um novo tipo de afeto por essas criaturinhas peludas que, além de arranhar tudo o que temos, também são excelentes companheiros. Hoje, com três gatos em casa, posso afirmar com alegria que eles têm um papel fundamental em manter minha saúde mental equilibrada.

Esse carinho pelos felinos também se reflete nos jogos que escolho. Este ano, os gatos foram protagonistas de várias experiências, incluindo o já mencionado Copycat. Entre os mais inusitados, destaco Nyaaaanvy, uma espécie de “Smash de Gatos” com toques de alucinógenos. Além de uma história absurdamente bizarra sobre gatos lutadores de sumô, o jogo permite criar seu próprio bichano para enfrentar outros em batalhas hilárias, seja localmente ou online. Foi tão estranho quanto divertido.


Ainda no campo das aventuras absurdas, outro título peculiar foi KinnikuNeko: SUPER MUSCLE CAT. Esse jogo parece saído diretamente de um anime que você adoraria recomendar pela bizarrice: ele é protagonizado por um gato fisiculturista. Embora visualmente atraente, o jogo deixa a desejar em aspectos técnicos. Mesmo assim, pela experiência única e insana, merece ser lembrado.


Por fim, outra aventura felina que me marcou este ano foi Umbraclaw, que traz uma história emocionante e cheia de mistério. Aqui, acompanhamos Kuon, uma gata que morre após um acidente, mas cujo amor por sua dona é tão grande que ela decide enfrentar os desafios do submundo para retornar.

Com poderes inspirados em outros animais, o jogo enriquece a experiência ao oferecer escolhas que moldam tanto o desenvolvimento de Kuon quanto o desfecho da narrativa. Essa é, sem dúvidas, uma gata que aproveitou muito bem todas as suas nove vidas.


De volta a uma galáxia muito distante

Star Wars também teve destaque em 2024 com o lançamento de alguns jogos, incluindo duas remasterizações e uma experiência totalmente inédita. Enquanto Star Wars: Dark Forces Remaster impressionou ao revitalizar um título importante do antigo Universo Expandido da saga, Star Wars: Bounty Hunter não proporcionou uma experiência tão gratificante, nos lembrando que nem tudo na nossa época era tão bom assim.

Focando no que é novo, Star Wars Outlaws trouxe uma proposta inédita para este universo fantástico. O jogo da Ubisoft ousou ao apresentar o primeiro título de mundo aberto baseado no universo criado por George Lucas.


Apesar de uma mistura de erros e acertos, Outlaws conseguiu entregar algo que os fãs precisavam em um ano que não foi tão generoso com a franquia em outras mídias, como séries e derivados. A protagonista, Kay Vess, e seu inseparável amigo Nyx formam uma dupla carismática, com potencial para crescer e, quem sabe, se tornar tão memorável quanto outro herói recente dos games da saga: Cal Kestis.

Sobrevivendo

Desde que me envolvi com Vampire Survivors, me tornei o “tarado” dos roguelikes de sobrevivência. Sempre que posso, mergulho nesses jogos viciantes, nos quais o caos toma conta da tela em poucos minutos. Em 2024, tive a chance de experimentar vários títulos do gênero, cada um com estilos e temas únicos.

Em Geometry Survivor, o desafio era sobreviver em meio a dezenas de formas geométricas espaciais, em uma experiência simplória e psicodélica. Já em Karate Survivor, trocamos tiros de plasma e raios laser por socos, voadoras e acrobacias, criando o que poderia ser descrito como o “Vampire Survivors do Jackie Chan”.


Adotando um tom mais retrô, Halls of Torment se destaca como um “Diablo Survivors”, com estética e ambientação claramente inspiradas nos dois primeiros jogos da famosa franquia de RPG de ação da Blizzard. Entre todos os que joguei este ano, esse é, sem dúvida, um dos mais recomendados.

Ainda na pegada de terror, Vampire Hunters combina o melhor do gênero com uma experiência em primeira pessoa impressionante. Com o acúmulo frenético de armas — que nos faz parecer o Máskara —, o jogo proporciona uma sensação crescente de poder ao obliterar hordas cada vez maiores de inimigos, garantindo uma explosão de dopamina a cada partida.

Por fim, uma experiência marcante em 2024 foi When the Light Dies. Aqui, a ambientação Lovecraftiana adiciona um nível extra de tensão a cada partida. Além de enfrentar hordas intermináveis de monstros, é preciso gerenciar a sanidade, que se esvai rapidamente quando ficamos sozinhos no escuro.

Os melhores do ano

Por fim, já caminhando para o fim deste relato, quero destacar os jogos que, na minha opinião, foram os melhores de 2024. Essa lista é baseada apenas nos títulos que consegui jogar, deixando de lado as opiniões de terceiros, como as dos meus estimados colegas do GameBlast. Do primeiro ao terceiro lugar, aqui estão eles:

1 – Final Fantasy VII Rebirth

Este é um jogo que ainda está me dando trabalho para terminar, mas não pela dificuldade ou quantidade de conteúdo, e sim pela falta de tempo para me dedicar a ele como merece. Para vocês terem uma ideia, comprei o título na pré-venda durante uma promoção que incluía Final Fantasy VII Remake Intergrade, só pelo "prazer" de pagar por um jogo e levar dois.

No entanto, mudanças na minha rotina de trabalho, questões pessoais e compromissos com o GameBlast acabaram me afastando do jogo mais do que eu gostaria. Mesmo assim, com cerca de 12 horas registradas — sim, é pouco —, já deu para perceber que se trata de uma obra grandiosa, que merece ser apreciada sem pressa. Planejo dedicar um tempo a ele em janeiro, quase um ano após seu lançamento, e acho que acabarei jogando junto com o pessoal que vai pegá-lo no PC.

2 – Mullet Madjack

O indie que não parece brasileiro, mas que dá orgulho de dizer que é coisa nossa. Confesso que fiquei um pouco frustrado por não vê-lo, ao menos, na lista de indicados a jogo independente do ano no TGA. Ainda assim, o reconhecimento que Mullet Madjack vem conquistando desde o lançamento é mais do que merecido.

Tive a oportunidade de acompanhar um pouco dos bastidores por meio da comunidade no Discord e interagir com a equipe de desenvolvimento antes do lançamento oficial. Foi uma experiência incrível participar, mesmo que de forma indireta, de algo tão grandioso.

3 – Diablo IV: Vessel of Hatred

Algumas expansões não conseguem ser tão significativas, mas, quando são, merecem todos os elogios. Como não embarquei no hype de Elden Ring, meu foco foi a sangrenta região de Nahantu, apresentada em Vessel of Hatred, expansão de Diablo IV.

A quantidade de conteúdo oferecida nesse DLC é louvável, tanto pela expansão rica da narrativa de Santuário quanto pelas adições significativas ao gameplay. Se você ainda está pensando em explorar este universo, meu amigo… SÓ VAI!

E para 2025, o que esperar?

Existe maneira mais clichê de encerrar um relato de melhores do ano do que falando sobre nossas expectativas para o próximo? Certamente, mas preferi jogar seguro e compartilhar brevemente o que espero jogar em 2025. Confira:

Monster Hunter Wilds promete elevar o nível das caçadas aos monstros a um novo patamar

Judas, do criador de Bioshock, também está no meu radar já faz um bom tempo

Fatal Fury: City of the Wolves promete ser o triunfante retorno da série de luta da SNK

Clair Obscur: Expedition 33 aparenta ser um RPG não menos que intrigante

SNAAAAAAAKE!!!

Quero fritar com mais uma obra maluca do Kojima em Death Stranding 2: On The Beach

Pragmata, não sei da Capcom, mas eu não esqueci de você

Será que The Wolf Among Us é o novo Silksong?
E assim encerro meu relato com os jogos que mais curti em 2024. E você, jogou ou acompanhou algum deles? Espero que seu ano tenha sido tão bom quanto o meu e que 2025 nos traga apenas jogos incríveis. Os ruins? Pode deixar com a gente; testamos e avisamos se for cilada! Boas Festas!
Revisão: Beatriz Castro
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Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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