Meus jogos favoritos de 2024 — Farley Santos

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 27/12/2024

Para mim, 2024 parecia muito promissor, pois muitos jogos que eu aguardava ansiosamente finalmente seriam lançados. Nesse aspecto, as expectativas foram atendidas e encontrei experiências notáveis e envolventes, especialmente RPGs longos que me tomaram muito tempo. Além disso, fiquei surpreendido com alguns indies e outros títulos.

Neste ano, a intenção era desacelerar um pouco e alcancei meu objetivo em partes: apesar das aventuras extensas da Atlus, joguei bem menos, o que foi bom para aproveitar melhor os lançamentos. Como sempre, não sobrou tempo para alguns títulos que eu estava interessado, como Final Fantasy VII Rebirth, muito menos para avançar no backlog — desisti completamente disso.

No mais, seguem as minhas experiências favoritas de 2024:

Persona 3 Reload

Apesar de gostar muito da Persona, nunca tive a oportunidade de experimentar o título que foi o ponto de virada da série. Isso mudou com Persona 3 Reload, uma reimaginação que moderniza o JRPG clássico com novas ideias, visual repaginado e mecânicas melhoradas. Além disso, este foi o primeiro jogo da franquia em português, em uma localização muito competente.

Gostei da mistura curiosa entre mecânicas sociais, combate por turnos e exploração de calabouços, sendo o maior destaque a ambientação: o visual é impressionante e a trilha sonora é excepcional. Apesar disso, acredito que a nova versão poderia ter sido mais ousada ao incluir mais melhorias em pontos críticos (como os calabouços extremamente repetitivos), mas, no geral, é uma ótima experiência.



Balatro

Adoro roguelikes de construção de baralho, então Balatro rapidamente me chamou a atenção com sua curiosa reimaginação de pôquer. Não conheço o carteado em que se inspirou, mas quando dei por mim já estava criando combinações e arriscando para tentar alcançar altas pontuações. Apesar da ideia principal simples, as inúmeras características e modificadores permitem montar inúmeras estratégias, e cada partida é uma surpresa. No mais, este indie é extremamente viciante.



The Rogue Prince of Persia

The Rogue Prince of Persia é uma colaboração que eu nunca tinha sequer cogitado. Produzido pelos criadores de Dead Cells, o jogo é um roguelike de ação 2D no universo de Prince of Persia. No controle do Príncipe, o grande diferencial é a movimentação fluida repleta de movimentos acrobáticos, como correr pelas paredes.

No lançamento em acesso antecipado, eu achei a aventura promissora, mas ainda muito incipiente. Porém, depois de algumas atualizações, o jogo ficou bem bacana: é divertido correr rapidamente enquanto fazemos piruetas e derrotamos inimigos com golpes rápidos e combos elementais. Ainda tem muito o que melhorar, em especial na variedade das fases, no entanto eu já recomendo no estado atual.



Nine Sols

Me senti um pouco intimidado com a descrição “Sekiro 2D” de Nine Sols, porém decidi arriscar e não me arrependo. No controle de um guerreiro em busca de vingança, exploramos um mundo pitoresco em uma aventura que mescla metroidvania com combate focado em aparar ataques. O jogo é brutal, exigindo destreza e atenção para conseguir sobreviver às inúmeras batalhas complicadas.

Confesso que sofri um bocado para avançar, mas aos poucos eu entrei no ritmo e consegui ler os oponentes para cancelar seus ataques e golpear com precisão — superar as adversidades é recompensador. Isso, somado a um universo “taopunk” exótico que combina tecnologia com conceitos orientais e um mundo repleto de segredos, resulta em um título notável.



Shin Megami Tensei V: Vengeance

Com Shin Megami Tensei V: Vengeance, finalmente tive a oportunidade de conhecer na totalidade a popular série de captura de demônios da Atlus — no passado, só dei uma olhada rápida em Shin Megami Tensei IV e saí traumatizado. No jogo, acompanhamos Nahobino, um ser nascido da fusão entre um humano e um demônio que explora uma Tóquio devastada no meio de um conflito entre diferentes forças.

Os cenários amplos repletos de pontos para explorar e o combate altamente tático de SMTV me conquistaram — quando dei por mim, já estava vasculhando todos os cantos em busca de segredos. A dificuldade é de fato acentuada, mas as novidades da versão Vengeance, como a opção de salvar a qualquer momento, deixaram a experiência bem suave.



Hades II

Hades II, sequência de um dos meus roguelikes favoritos, conseguiu a proeza de ser ainda melhor que o antecessor já no lançamento em acesso antecipado. A jornada de Melínoe resgata os pontos fortes do antecessor, como grande diversidade de situações e ambientação elaborada, ao mesmo tempo que experimenta novos conceitos, como partidas com diferentes rotas.

É difícil achar problemas em Hades II: sua parte técnica é impecável, o conteúdo já supera o do anterior e o ciclo de jogo é elaborado e diverso. O resultado é uma experiência excepcional e viciante que me prendeu por muito tempo. Já aguardo ansiosamente pelas próximas atualizações e pela versão final.



Metaphor: ReFantazio

Metaphor: ReFantazio fechou a trinca de ótimos RPGs da Atlus de 2024 em uma aventura densa e elaborada. O jogo expande as ideias de Persona com um mundo ricamente construído, inúmeras atividades interessantes e sistemas que oferecem inúmeras possibilidades. Tecnicamente ainda está um pouco preso ao passado, entretanto a direção de arte e o carisma são suficientes para compensar os pontos negativos.

Da minha parte, achei o começo meio lento, mas quando menos percebi estava completamente envolvido na jornada do protagonista rumo ao trono. Particularmente, apreciei bastante a diversidade de coisas para fazer e o combate altamente estratégico proporcionado pelo sistema de Arquétipos. No mais, é um RPG memorável e com uma representação única do tema de fantasia.



Menções honrosas

Escolhi mais jogos de 2024 que também me agradaram bastante:
  • Momodora: Moonlit Farewell, um metroidvania brasileiro bonito, apesar de simples;
  • Minishoot’ Adventures me conquistou com sua mescla curiosa de shoot ‘em up com metroidvania;
  • No Rest for the Wicked, novo título dos criadores de Ori, é uma brutal aventura de ação com pitadas de soulslike, gostei do que experimentei no acesso antecipado;
  • Spiritfall se destacou ao trazer mecânicas elaboradas de luta a um roguelike de ação;
  • Dungeons of Hinterberg pega de tudo um pouco para criar uma aventura variada e cativante em alpes mágicos;
  • Bakeru resgata a ação 3D descomplicada em uma jornada diversa e colorida;
  • Windblown, o novo roguelike dos criadores de Dead Cells, me conquistou com seu ritmo frenético e boas ideias.

Planos para o futuro

Pensando em 2025, confesso que estou de olho em poucas coisas. Dos lançamentos grandes, quero muito experimentar Death Stranding 2 e Ghost of Yotei, se de fato forem lançados ano que vem. Dos jogos de orçamento médio, Clair Obscur: Expedition 33 me parece ser bem interessante, e finalmente Hyper Light Breaker chegará ao PC em acesso antecipado.

No mundo dos títulos indie, suspeito que serei surpreendido, como sempre. Mesmo assim, estou de olho em Slay the Spire 2, continuo interessado em Constance e torço por mais novidades de Hollow Knight: Silksong (não vamos quebrar a corrente, haha). O backlog eu já desisti completamente, porém com certeza reservarei um tempo para Final Fantasy VII Rebirth, que chegará ao PC logo em janeiro.
E para vocês, caros leitores? Como foi o ano de 2024? Tiveram a oportunidade de experimentar o que joguei? O que me recomendam?
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
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Farley Santos
é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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