Se 2024 tivesse apenas os três primeiros colocados desta lista, ainda assim seria um dos melhores anos para os metroidvanias. A quantidade foi boa — este artigo aponta 41 jogos — e a variedade também, então a relação a seguir, ainda que feita pela subjetividade intrínseca a qualquer top 10, deve apresentar boas opções para preferências diversas.
Confira abaixo dez bons metroidvanias de 2024 e, em seguida, cinco “diferentões”, obras interessantes e até valiosas por trazer misturas inusitadas que dão uma variada na fórmula tradicional do gênero.
Após isso, organizei listas com mais títulos lançados neste ano, separados pelo estilo visual. Embora esse seja um critério arbitrário, acho abrangente e compreensivo o bastante para ser válido, sendo um ponto que costuma direcionar a primeira impressão do público. Ah, uma observação: jogos em early acess não entram.
Enciclopédia Metroidvania
Melhores de 2024
10 - Momodora: Moonlit Farewell
Momodora é uma franquia que começou como freeware humilde, mas ganhou uma base de público e elevou o nível no quarto título, Momodora: Reverie Under Moonlight, de 2016, ampliando os elementos de metroidvania com tempero soulslike. Esse foi um soulsvania lançado pouco antes de Salt and Sanctuary mostrar como a mistura combina muito bem.
Na tentativa de não se repetir, o criador, o brasileiro Guilherme “rdein” Martins, tentou levar a série para o mundo soulslike 3D, em um projeto que acabou cancelado. O jogo seguinte foi uma espécie de sucessor espiritual, Minoria, mas a recepção foi morna e o jogo não passou de algo mediano.
Foi assim que Momodora: Moonlit Farewell ganhou vida. O próprio nome diz que é uma despedida e, felizmente, foi com chave de ouro, acertando na atmosfera cativante e na concisão que retira qualquer excesso desnecessário para deixar apenas o que faz a série simples, mas especial.9 - Tales of Kenzera: ZAU
Momodora é uma franquia que começou como freeware humilde, mas ganhou uma base de público e elevou o nível no quarto título, Momodora: Reverie Under Moonlight, de 2016, ampliando os elementos de metroidvania com tempero soulslike. Esse foi um soulsvania lançado pouco antes de Salt and Sanctuary mostrar como a mistura combina muito bem.
Na tentativa de não se repetir, o criador, o brasileiro Guilherme “rdein” Martins, tentou levar a série para o mundo soulslike 3D, em um projeto que acabou cancelado. O jogo seguinte foi uma espécie de sucessor espiritual, Minoria, mas a recepção foi morna e o jogo não passou de algo mediano.
Foi assim que Momodora: Moonlit Farewell ganhou vida. O próprio nome diz que é uma despedida e, felizmente, foi com chave de ouro, acertando na atmosfera cativante e na concisão que retira qualquer excesso desnecessário para deixar apenas o que faz a série simples, mas especial.
9 - Tales of Kenzera: ZAU
Apoiado pelo selo EA Originals, Tales of Kenzera: ZAU se destaca por levar a típica fantasia de metroidvanias para uma nova ambientação de mitologia africana, mais especificamente da cultura bantu.
A estrutura segue a fórmula metroidvania com muita obediência e linearidade, resultando em uma gameplay que, embora eficiente em plataforma e combate, é segura demais para provocar qualquer surpresa. Em compensação, os visuais 2.5D são refinados, a história sobre luto é profunda e bem-escrita e jogá-lo passa uma sensação gostosa de controle ágil, fluido e preciso.
8 - Voidwrought
Nesta lista, Voidwrought é, provavelmente, o que mais lembra Hollow Knight. É também o mais sombrio, tanto nos temas da direção de arte como na escuridão dos cenários, criando uma atraente atmosfera de horror cósmico. Adicione a dupla dinâmica de gameplay que esperamos em um bom metroidvania — exploração e combate — e o resultado é digno de atenção.
7 - Biomorph
Biomorph funciona bem em todos os aspectos: belo visual desenhado, músicas, combate divertido e exploração engajante. Pode parecer o pacote de sempre, mas o jogo também tem uma característica para chamar de sua: é o “morph” do título, manifestado na capacidade de se transformar em vários dos inimigos encontrados, com seus próprios ataques e habilidades, dinamizando a gameplay e incrementando a ambientação alienígena.
6 - BioGun
O herói é inusitado e o cenário também: jogamos com uma vacina injetada no corpo de um cachorro à beira da morte, em uma jornada desesperada pela biologia canina para salvar o corpo do animal. Superficialmente, a estética é "hollowlike", mas o terreno peculiar e as cores fortes e luminosas dão vida à ideia única, representando uma boa variação temática para o gênero. Por enquanto está restrito ao PC, mas espera-se que a cura chegue aos consoles também.
5 - Bo: Path of the Teal Lotus
A ideia de um “Hollow Knight da mitologia japonesa” soa muito atraente, mas a comparação, embora justa pelas semelhanças, pode distorcer as expectativas na execução. Mesmo que Bo: Path of the Teal Lotus tenha mundo e progressão mais lineares que a média dos metroidvanias, a arte visual é de encher os olhos, os segmentos de plataforma são desafiadores e o combate aéreo dá imenso prazer de dominar, fazendo a experiência toda valer muito a pena.
4 - Crypt Custodian
Em um ano de bons metroidvanias, Crypt Custodian entra na fila no meu quarto lugar. A proposta de plataforma com visão de cima cria um mapa expansivo e muito conectado, ainda que plano demais para conseguir maior variedade arquitetônica. Mesmo assim, a aura de tranquilidade que mistura sensibilidade humana e humor nonsense, típica do criador Kyle Thompson, é cativante. Lutar contra os chefões em arenas de bullet hell é um dos pontos altos do jogo, batalhas empolgantes que podemos reviver quantas vezes quisermos no menu principal.
O pódio é dividido por jogos muito diferentes entre si e incrivelmente eficientes na execução impecável de suas propostas. Embora eu tenha apontado uma ordem específica para esta lista, a verdade é que os três podem aparecer em qualquer posição.
Animal Well
Às vezes, nós só queremos ver genialidade em ação e, se possível, pegar carona nela ao sentir que somos capazes de ver os detalhes e entender a obra-prima que essa inteligência construiu. É claro que fiquei longe de decifrar tudo de Animal Well, mas poucas coisas em 2024 me empolgaram mais que partir no escuro e desbravar os mistérios maravilhosos do poço dos animais até chegar ao fim da jornada.
Nine Sols
Apelando para um público mais específico em busca de desafios e construção de mundo sombria, o estilo taopunk de Nine Sols acerta em tudo, com uma ótima ambientação e uma das melhores histórias em metroidvanias. O combate baseado em aparada é altamente exigente e vai satisfazer os ávidos por desafios, mas pode ser minuciosamente ajustado para quem achar que a barreira é grande demais.
Prince of Persia: The Lost Crown
Um dos maiores acertos da Ubisoft em anos recentes foi transformar o seu príncipe da Pérsia em um herói de metroidvania sob a tutela da competente Ubisoft Montpellier. Embora não traga grandes surpresas, cada pedacinho de Prince of Persia: The Lost Crown é bem-feito, como uma enorme compilação de “melhores momentos” do gênero, em um título que só tem altos e nenhum baixo.
Destaque para a mecânica de criar um marcador no mapa com uma imagem do local, uma ideia muito eficiente que espero que seja seguida por muitos. Infelizmente, o grande reconhecimento da qualidade do produto não foi o suficiente para convencer sua dona a investir em continuar a saga. Espero que os anos mudem essa visão.
Diferentões
- Rusted Moss: mistura de física de bungee jump e tiro em 360°.
- Minishoot’ Adventures: visão de cima com elementos de Zelda, bullet hell e jogo de novinha.
- Magical Delicacy: “gastronoidvania”.
- Airhead: use toda a versatilidade de uma cabeça inflável em um mundo de minimalismo 2.5D.
- Turbo Kid: adaptação de filme B, com sanguinolência e manobras de bicicletas ao estilo Trials.
Mais metroidvanias de 2024
Desenhados
- Moonlight Pulse
- Ultros
- Last Vanguard (acesso antecipado)
- Aestik
- Anima Flux
- Iron Diamond
- Marko: Beyond Brave
- Awaken: Astral Blade
2.5D
Pixel Art
- Rebel Transmute
- Blasphemous 2: Mea Culpa (DLC)
- Toziuha Nights: Order of the Alchemists (acesso atencipado)
- Gestalt: Steam and Cinder
- Stardust Demon
- Goodboy Galaxy
- Exographer
- Alruna and the Necro-Industrialists
- Noreya: the Gold Project
- The Throne
- Byte the Bullet
- Pampas & Selene: The Maze of Demons
- Genopanic
- Arcane Assembly
O backlog sofre
O ano de 2024 foi generoso com metroidvanias e rendeu alguns dos melhores exemplares a figurar nesse meio. O backlog só aumenta, mas a indústria não para, então já podemos pensar no que 2025 nos reserva — mas isso é tema para outro texto!
Revisão: Beatriz Castro