Desde janeiro, avaliei 32 jogos no GameBlast e 39 no Nintendo Blast. Além deles, ainda teve mais de 30 em outros sites dos quais faço parte. Com mais de 100 títulos avaliados em um ano, tive muito poucas oportunidades de jogar algo por conta, como já vem sendo o caso há alguns anos.
Preparei então uma lista com as minhas experiências favoritas dentre os títulos que tive a oportunidade de experimentar. Para limitar um pouco a lista, não colocarei nenhum relançamento (ou seja, remasters ou ports) na lista principal, embora vá mencioná-los nas menções honrosas.
Pokémon TCG Pocket
Vou começar por um dos poucos jogos que fugiram ao que acabei de falar. Tenho jogado diariamente o Pokémon TCG Pocket no mobile sem nenhum compromisso de cobertura em particular.
O jogo tem se mantido uma experiência divertida para mim, seja em suas batalhas dinâmicas e superágeis, seja na situação casual de simplesmente abrir o app para pegar minhas cartas do dia. A agilidade da experiência e a performance do app dão um banho no outro TCG online, então, mesmo que eu preferisse um jogo de console à la Shadowverse Champion’s Battle, não me vejo largando o osso tão cedo.
Card-en-Ciel
Se não deu para reparar ainda, eu sou realmente muito fã de jogos de cartas no geral. Amo esse tipo de experiência e estou sempre atrás de novas obras que exploram as possibilidades por trás delas.
Com Card-en-Ciel, a Inti Creates conseguiu projetar uma experiência de combate em turnos de altíssimo nível, ultraviciante e cheio de sinergias interessantes para explorar. Embora os ambientes merecessem um pouco mais de diferenciação, o loop da experiência é viciante demais e vale a pena dominar.
Shiren the Wanderer: The Mystery Dungeon of Serpentcoil Island
No início de 2024, a Spike Chunsoft lançou Shiren the Wanderer 6 no Nintendo Switch. O jogo é o mais recente da linha de Mystery Dungeons da empresa que não envolvem crossovers com franquias populares como Pokémon ou Dragon Quest.
Serpentcoil Island é uma experiência viciante de avançar pouco a pouco por dungeons geradas proceduralmente. Ir liberando mais funcionalidades, atalhos e formas de facilitar a exploração ao mesmo tempo que a história avança em partes é mágico e o jogo consegue oferecer um alto desafio.
Keylocker
Keylocker é o mais novo RPG da Moonana, que havia anteriormente feito Virgo versus the Zodiac. A obra futurista conta a história de uma jovem que se rebela contra o sistema para poder continuar cantando em um mundo no qual a música gera energia.
Francamente falando, Keylocker é um jogo de altíssimo nível com uma narrativa envolvente e um combate em turnos desafiador com uma mecânica especial de ritmo para o uso dos golpes. Uma recomendação obrigatória para qualquer fã de jogos indies que não tenha medo de mergulhar de cabeça em um RPG.
The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak
Eu tenho uma relação de amor e ódio com Trails, para ser bem franco. Acho que a série tem problemas bem graves que acabam enfraquecendo essa trama interconectada gigante que a Nihon Falcom tem construído ao longo de mais de uma dezena de jogos.
Dito isso, Trails Through Daybreak ainda assim consegue se sobressair bastante e oferecer um sopro de vida nova para a franquia. Obviamente não estou falando aqui do fato de terem adicionado um sistema de ação para variar um pouco o combate, mas acho que a trama consegue ser fechadinha o suficiente para que o jogo se sobressaia a muitos outros da franquia e tenha tempo para desenvolver bem os seus novos personagens.
Romancing SaGa 2: Revenge of the Seven
A Square Enix tem uma vasta biblioteca de RPGs que merecem ser relançados em sistemas modernos. Ao contrário de alguns jogos como Bahamut Lagoon, Terranigma ou o excêntrico E.V.O.: Search for Eden, Romancing SaGa 2 já estava disponível nos sistemas atuais na forma de um remaster.
Porém, mesmo assim, a Square Enix decidiu liberar a produção de um remake do jogo feito pela equipe de Trials of Mana. O resultado é espetacular, conseguindo equilibrar o respeito à profundidade do original e a modernização da experiência para que jogadores mais inexperientes possam aproveitá-lo.
Emio – The Smiling Man: Famicom Detective Club
Possivelmente o anúncio mais surpreendente do ano, Emio continua a franquia Famicom Detective Club após quase três décadas sem nenhuma experiência totalmente nova da série. E que bom que a MAGES insistiu em dar vida à ideia que Yoshio Sakamoto guardou por anos.
Emio é uma experiência inquietante e dolorosa de investigação criminal. Embora a estrutura de comandos e alguns elementos de interface possam não ser tão confortáveis quanto deveriam, trata-se de uma aventura textual obrigatória para qualquer fã do gênero.
Tsukihime -A piece of blue glass moon-
Até uns dois anos atrás, se alguém falasse de tradução oficial das visual novels da TYPE-MOON, seria motivo de piada. O anúncio de que Witch on the Holy Night chegaria ao Ocidente foi chocante, absurdo, e agora nos vemos em uma condição completamente diferente em que já tivemos a tradução também de Fate/Stay Night e do remake de Tsukihime.
Tsukihime -A piece of blue glass moon- era um remake lendário que demorou mais de uma década para sair do papel. Nele, a história de Shiki Tohno e seu enfrentamento de forças vampirescas em sua cidade é profundamente expandida e repensada para trabalhar mais fundo a lore do Nasuverso. Com um visual de qualidade absurda para o gênero e uma trama bastante envolvente, o remake só cobre a primeira metade do jogo original e agora ficamos na expectativa para “The other side of red garden”.
Unicorn Overlord
Que a Vanillaware tem ilustrações belíssimas, todo mundo sabe, mas é impressionante o nível de qualidade de seus jogos mais recentes. Enquanto 13 Sentinels explora uma narrativa densa, ousadamente obtusa e impactante, Unicorn Overlord se foca em uma gameplay viciante de estratégia em tempo real.
Francamente falando, o jogo traz uma experiência bem especial que dá liberdade de exploração para o jogador e consegue oferecer um combate estratégico sólido. Em vez de controlar os personagens diretamente em batalha, cabe ao jogador definir as suas prioridades de combate no menu e estruturar formações que tenham boa sinergia entre si. O resultado final é viciante e vale muito a pena, sendo facilmente um dos melhores jogos do ano.
Minds Beneath Us
Acho que definitivamente a maior surpresa do ano para mim foi Minds Beneath Us. Esta aventura sci-fi da taiwanesa BearBoneStudio chegou sorrateiramente e apresentou uma história absolutamente impactante e muito bem-escrita.
Aqui no Blast, a Juliana fez a análise do jogo e também se empolgou bastante com ele. A obra traz uma ousada crítica social sobre a forma como lidamos com a tecnologia e a combina com um mundo surpreendentemente humano. A naturalidade com que a trama se desenvolve e mostra uma realidade indigesta é algo simplesmente impossível de esquecer.
Menções honrosas
Como toda vez, não poderia ficar sem uma listona grande de menções honrosas do ano, então aqui vão outros jogos que eu recomendo em especial:
- Final Fantasy VII Rebirth — PS5;
- Sona-Nyl of the Violet Shadows Refrain — PC;
- Lilja and Natsuka Painting Lies — PC;
- Visions of Mana — PC/PS4/PS5/XSX;
- UNDER NIGHT IN-BIRTH II Sys:Celes — PC/PS4/PS5/Switch;
- Duck Detective: The Secret Salami — PC;
- Umbraclaw — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch;
- Paradise — PC;
- Ufouria: The Saga 2 — PC/PS5/XBO/XSX/Switch;
- MEGATON MUSASHI W: WIRED — PC/PS4/PS5/Switch;
- Mario & Luigi: Brothership — Switch;
- Ys X: Nordics — PC/PS4/PS5/Switch;
- FANTASIAN Neo Dimension — PC/PS4/PS5/XSX/Switch;
- Natsu-Mon: 20th Century Summer Kid — PC/Switch;
- GYLT — Switch (edições de PC/PS4/PS5/XBO/XSX lançadas em 2023);
- Picross -LogiartGrimoire- — PC/Switch;
- The Land Beneath Us;
- Cupid Parasite -Sweet & Spicy Darling.- — Switch;
- 9 R.I.P. — Switch;
- Irotoridori No Sekai HD — PC;
- Fairy Tail Dungeons — PC;
- Another Code: Recollection — Switch;
- Paper Mario: The Thousand-Year Door — Switch;
- Death Trick: Double Blind;
- Mindcop — PC;
- Earth Defense Force: World Brothers 2 — PC/PS4/PS5/Switch;
- Apollo Justice: Ace Attorney Trilogy — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch;
- Castlevania Dominus Collection — PC/PS5/XSX/Switch;
- Monster Hunter Stories — PC/PS4/Switch;
- GZLNA — PC;
- SaGa Emerald Beyond — PC/PS4/PS5/Android/iOS/Switch;
- Tengoku Struggle -Strayside- — Switch;
- Sam & Max: The Devil's Playhouse Remastered — PC/PS4/XBO/XSX/Switch;
- Dragon Quest III HD-2D Remake — PC/PS5/XSX/Switch;
- Master Detective Archives: Rain Code+ no PC/PS5/XSX;
- GUNVOLT RECORDS: Cychronicle — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch
- Fate/Stay Night Remastered — PC/Switch;
- Sympathy Kiss — Switch;
- Picross S+ — Switch;
- Shikhondo: Youkai Rampage — PC;
- Eastward: Octopia (DLC) — PC/XBO/Switch;
- KONOSUBA - God's Blessing on this Wonderful World! Love For These Clothes Of Desire! — PC/PS4/Switch;
- The Quintessential Quintuplets – Five Memories Spent With You — PC/PS4/Switch;
- Samurai Warriors 4 DX no PC;
- Times & Galaxy;
- B-PROJECT RYUSEI*FANTASIA — PC/Switch;
- Kanon — PC/Switch;
- Luigi's Mansion 2 HD — Switch;
- Grounded no Switch (também disponível no PC/XBO/XSX/PS4/PS5);
- El Shaddai ASCENSION OF THE METATRON HD Remaster no Switch;
- Dungeon Drafters no Switch (também disponível no PC/PS4/PS5/XBO/XSX);
- Mediterranea Inferno no Switch;
- Tokyo Xanadu eX+ no Switch.
Considerações finais e expectativas para 2025
No momento, as minhas expectativas para 2025 estão mais mornas, devo confessar. Estou muito empolgado para dois jogos em particular, que são Citizen Sleeper 2 e Urban Myth Dissolution Center, mas ambos sairão no início do ano. Apesar do meu humor, a lista de lançamentos já confirmados para o ano que vem tem muita coisa para esperarmos e recomendo ficar de olho em:- Phantom Brave: The Lost Hero;
- The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II;
- Yu-Gi-Oh! Early Days Collection;
- Mojika: Truth Rears Its Ugly Head;
- Stories from Sol: The Gun-Dog;
- Despera Drops;
- Atelier Yumia: The Alchemist of Memories & the Envisioned Land;
- Bleach: Rebirth of Souls;
- Fatal Fury: City of Wolves;
- Hentai Prison.
Confiram também as listas anteriores dos meus colegas:
Desejo a todo mundo um bom final de ano. Espero que 2025 traga ótimos momentos de diversão e para aproveitarmos ainda mais a vida.
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli