Análise: Antonblast nos joga em um mundo caótico, explosivo, maluco e divertido

Se Wario fosse politicamente incorreto, ele seria mais ou menos assim.

em 06/12/2024
Com o passar do tempo, a tecnologia nos trouxe jogos com histórias cada vez mais grandiosas, tons cinematográficos, trilhas sonoras épicas, personagens cativantes e momentos inesquecíveis. Ainda assim, há momentos em que sentimos vontade de voltar às raízes e experimentar algo mais clássico, revivendo o puro prazer de jogar videogame.

Foi ao conhecer Antonblast que minha criança interior, cheia de entusiasmo, gritou de alegria, ansiosa para pegar o controle e começar a jogar. O jogo resgata aquele prazer nostálgico de uma época em que bastava apertar START para mergulhar na diversão.
Antonblast foi completamente financiado em apenas 72 horas de campanha no Kickstarter
Fruto de um financiamento coletivo bem-sucedido em tempo recorde, Antonblast é um jogo de plataforma retrô inspirado em clássicos como Wario Land, Crash Bandicoot e Sonic the Hedgehog. O protagonista traz uma energia caótica e destrutiva que lembra o antagonista de Super Mario, mas é ainda mais explosivo e imprevisível. Confira mais detalhes na análise a seguir.

Espelho, espelho meu… existe um ser mais vermelho do que eu?

Nossa história começa com Satan, o "Coisa Ruim" em pessoa, questionando seu espelho mágico sobre quem é a criatura mais endiabrada do mundo. Para sua surpresa e indignação, ele descobre que há alguém ainda mais diabólico e vermelho que ele: Dynamite Anton.

Tomado por uma crise de ciúmes e fúria, o "Chifrudo" decide roubar a valiosa coleção de Spirits de Anton, suas bebidas super especiais, sem motivo aparente além de puro capricho. Indignado, Anton resolve enfrentar o responsável por essa ousadia e parte em uma jornada destrutiva, disposto a eliminar qualquer obstáculo em seu caminho para recuperar seus preciosos itens.


Mal sabe o "Bafo de Enxofre" que escolheu o alvo errado. Anton, uma verdadeira bola de demolição humana, não poupará esforços para reaver o que é seu e, de quebra, esmagar a cara do culpado por essa confusão.

Detonando geral!

Antonblast oferece uma experiência genuína de plataforma, marcada por destruição, caos e bizarrices em um mundo que desafia qualquer lógica — mas isso é apenas um detalhe. Armado com seu fiel martelo, Anton realiza ataques explosivos, esmagando inimigos e obstáculos à sua frente. A ação lembra bastante os ataques de Wario na série Wario Land.


Anton pode pular, quicar em inimigos, desferir poderosas marretadas, rolar como uma bola de boliche e até se transformar em objetos bizarros, como torpedos e bolas de pinball, para atravessar as fases. A jogabilidade é tão caótica quanto satisfatória: correr pelos cenários coletando fichas freneticamente, enquanto destrói tudo pelo caminho, proporciona uma sensação quase terapêutica.

O objetivo principal de cada fase é recuperar alguns dos preciosos Spirits de Anton, além de itens extras que liberam opções de customização. Entretanto, o verdadeiro destaque está na destruição desenfreada para acumular fichas, usadas para adquirir itens na lojinha localizada na área de acesso às fases, como mais itens cosméticos e upgrades de vida.


As fases seguem uma dinâmica padrão: Anton precisa alcançar o final e ativar o modo Happy Hour, que exige uma corrida frenética de volta ao início antes que o tempo se esgote. Nesse momento, o caos atinge outro nível, transformando a missão em um verdadeiro "Deus nos acuda" para chegar ao fim inteiro. Se você jogou Wario Land 4, a ideia é bem parecida.

Chaotic good

A arte pixelada, combinada com uma trilha sonora cheia de energia e uma jogabilidade insana, transforma Antonblast em uma experiência visualmente caótica, mas incrivelmente divertida. Admito que, em alguns momentos, o excesso de caos na tela pode incomodar um pouco, mas, no geral, é o tipo de bagunça que vale a pena encarar em troca de boas doses de diversão.

Cada fase apresenta elementos únicos, evitando que o jogo se torne cansativo ou repetitivo. Os cenários são variados, como uma cidade, uma mina, um banheiro público e até um shopping center, cada qual trazendo mecânicas ou dinâmicas próprias que tornam cada estágio singular.

Explosões de paredes, plataformas de salto, trilhas para deslizar e até macacos — sempre bem-vindos — enriquecem a experiência. O aspecto de colecionismo, com itens escondidos espalhados pelas fases, incentiva a revisitação, seja para resgatar algo esquecido ou simplesmente porque o caos do jogo nos fez ignorar esses detalhes na primeira tentativa.


As batalhas contra chefes são outro ponto alto, com estratégias e mecânicas únicas para cada um. É inevitável errar nos primeiros encontros enquanto aprendemos seus padrões, mas isso só aumenta a satisfação ao finalmente derrotá-los.

No geral, Antonblast é um autêntico representante do gênero plataforma. Ele combina jogabilidade viciante, visuais encantadores (dentro das suas proporções) e um áudio deliciosamente caótico, repleto de explosões, gritos, palavrões e uma trilha sonora empolgante que nos faz querer jogar "só mais uma vez".

Esse jogo é um estouro!

Antonblast é uma verdadeira celebração ao caos e à nostalgia, trazendo uma jogabilidade envolvente que combina o melhor do gênero plataforma com uma estética retrô vibrante. Apesar de alguns momentos de excesso visual e desafios que podem parecer exagerados, o jogo conquista com sua personalidade marcante, fases criativas e um ritmo que te prende do início ao fim. É uma experiência imperdível para fãs de jogos de plataforma, especialmente aqueles que adoram um generoso toque de insanidade.

Prós

  • Jogabilidade viciante;
  • As combinações de habilidades e transformações tornam cada fase dinâmica e divertida;
  • Arte pixelada com excelente atenção aos detalhes e um estilo visual caótico, mas atraente;
  • Sons e música empolgantes que complementam perfeitamente o clima caótico do jogo;
  • Os cenários distintos com mecânicas únicas conseguem evitar a repetitividade;
  • Combates desafiadores com estratégias diferenciadas para cada chefe;
  • Elementos colecionáveis e caminhos alternativos incentivam o fator replay.

Contras

  • O caos visual na tela gera momentos de confusão que podem dificultar a concentração;
  • O excesso de sons, em alguns momentos, gera desconforto;
  • O tema e o tom do jogo é inadequado para crianças.
Antonblast — PC/Switch — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Summitsphere
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Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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