Com o passar do tempo, a tecnologia nos trouxe jogos com histórias cada vez mais grandiosas, tons cinematográficos, trilhas sonoras épicas, personagens cativantes e momentos inesquecíveis. Ainda assim, há momentos em que sentimos vontade de voltar às raízes e experimentar algo mais clássico, revivendo o puro prazer de jogar videogame.
Foi ao conhecer Antonblast que minha criança interior, cheia de entusiasmo, gritou de alegria, ansiosa para pegar o controle e começar a jogar. O jogo resgata aquele prazer nostálgico de uma época em que bastava apertar START para mergulhar na diversão.
Antonblast foi completamente financiado em apenas 72 horas de campanha no Kickstarter |
Espelho, espelho meu… existe um ser mais vermelho do que eu?
Nossa história começa com Satan, o "Coisa Ruim" em pessoa, questionando seu espelho mágico sobre quem é a criatura mais endiabrada do mundo. Para sua surpresa e indignação, ele descobre que há alguém ainda mais diabólico e vermelho que ele: Dynamite Anton.
Tomado por uma crise de ciúmes e fúria, o "Chifrudo" decide roubar a valiosa coleção de Spirits de Anton, suas bebidas super especiais, sem motivo aparente além de puro capricho. Indignado, Anton resolve enfrentar o responsável por essa ousadia e parte em uma jornada destrutiva, disposto a eliminar qualquer obstáculo em seu caminho para recuperar seus preciosos itens.
Mal sabe o "Bafo de Enxofre" que escolheu o alvo errado. Anton, uma verdadeira bola de demolição humana, não poupará esforços para reaver o que é seu e, de quebra, esmagar a cara do culpado por essa confusão.
Detonando geral!
Antonblast oferece uma experiência genuína de plataforma, marcada por destruição, caos e bizarrices em um mundo que desafia qualquer lógica — mas isso é apenas um detalhe. Armado com seu fiel martelo, Anton realiza ataques explosivos, esmagando inimigos e obstáculos à sua frente. A ação lembra bastante os ataques de Wario na série Wario Land.
Anton pode pular, quicar em inimigos, desferir poderosas marretadas, rolar como uma bola de boliche e até se transformar em objetos bizarros, como torpedos e bolas de pinball, para atravessar as fases. A jogabilidade é tão caótica quanto satisfatória: correr pelos cenários coletando fichas freneticamente, enquanto destrói tudo pelo caminho, proporciona uma sensação quase terapêutica.
O objetivo principal de cada fase é recuperar alguns dos preciosos Spirits de Anton, além de itens extras que liberam opções de customização. Entretanto, o verdadeiro destaque está na destruição desenfreada para acumular fichas, usadas para adquirir itens na lojinha localizada na área de acesso às fases, como mais itens cosméticos e upgrades de vida.
As fases seguem uma dinâmica padrão: Anton precisa alcançar o final e ativar o modo Happy Hour, que exige uma corrida frenética de volta ao início antes que o tempo se esgote. Nesse momento, o caos atinge outro nível, transformando a missão em um verdadeiro "Deus nos acuda" para chegar ao fim inteiro. Se você jogou Wario Land 4, a ideia é bem parecida.
Chaotic good
A arte pixelada, combinada com uma trilha sonora cheia de energia e uma jogabilidade insana, transforma Antonblast em uma experiência visualmente caótica, mas incrivelmente divertida. Admito que, em alguns momentos, o excesso de caos na tela pode incomodar um pouco, mas, no geral, é o tipo de bagunça que vale a pena encarar em troca de boas doses de diversão.
Cada fase apresenta elementos únicos, evitando que o jogo se torne cansativo ou repetitivo. Os cenários são variados, como uma cidade, uma mina, um banheiro público e até um shopping center, cada qual trazendo mecânicas ou dinâmicas próprias que tornam cada estágio singular.
Explosões de paredes, plataformas de salto, trilhas para deslizar e até macacos — sempre bem-vindos — enriquecem a experiência. O aspecto de colecionismo, com itens escondidos espalhados pelas fases, incentiva a revisitação, seja para resgatar algo esquecido ou simplesmente porque o caos do jogo nos fez ignorar esses detalhes na primeira tentativa.
As batalhas contra chefes são outro ponto alto, com estratégias e mecânicas únicas para cada um. É inevitável errar nos primeiros encontros enquanto aprendemos seus padrões, mas isso só aumenta a satisfação ao finalmente derrotá-los.
No geral, Antonblast é um autêntico representante do gênero plataforma. Ele combina jogabilidade viciante, visuais encantadores (dentro das suas proporções) e um áudio deliciosamente caótico, repleto de explosões, gritos, palavrões e uma trilha sonora empolgante que nos faz querer jogar "só mais uma vez".
Esse jogo é um estouro!
Antonblast é uma verdadeira celebração ao caos e à nostalgia, trazendo uma jogabilidade envolvente que combina o melhor do gênero plataforma com uma estética retrô vibrante. Apesar de alguns momentos de excesso visual e desafios que podem parecer exagerados, o jogo conquista com sua personalidade marcante, fases criativas e um ritmo que te prende do início ao fim. É uma experiência imperdível para fãs de jogos de plataforma, especialmente aqueles que adoram um generoso toque de insanidade.
Prós
- Jogabilidade viciante;
- As combinações de habilidades e transformações tornam cada fase dinâmica e divertida;
- Arte pixelada com excelente atenção aos detalhes e um estilo visual caótico, mas atraente;
- Sons e música empolgantes que complementam perfeitamente o clima caótico do jogo;
- Os cenários distintos com mecânicas únicas conseguem evitar a repetitividade;
- Combates desafiadores com estratégias diferenciadas para cada chefe;
- Elementos colecionáveis e caminhos alternativos incentivam o fator replay.
Contras
- O caos visual na tela gera momentos de confusão que podem dificultar a concentração;
- O excesso de sons, em alguns momentos, gera desconforto;
- O tema e o tom do jogo é inadequado para crianças.
Antonblast — PC/Switch — Nota: 9.0Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Summitsphere