Unindo uma história sobre realidades paralelas, realismo mágico literário, fotografia, folclore latino e todo o estilo que um RPG por turnos moderno pode ter, Prisma promete despontar entre as grandes estrelas do cenário independente com sua aventura que trará substância para agradar fãs do gênero que apreciam boas histórias e um cativante gameplay.
Do real ao mágico em um clique
Prisma vai contar a história de Alma, uma jovem que, depois de encontrar uma câmera fotográfica mágica, vai parar em um lugar misterioso chamado Domacon. Nesta nova realidade paralela existem outras versões da própria Alma, cada uma com personalidade distinta e diferentes motivações.
O mundo de Domacon é influenciado pelas obras do escritor Gabriel Garcia Marquez, inventor do realismo mágico latino e um dos maiores escritores de língua espanhola, se não o maior. O próprio nome Domacon vem do “mundo” dos livros de Marquez, Macondo, que é quase personagem em suas aclamadas histórias.
Prisma preza por essa raiz da cultura latino-americana: além da influência literária, o jogo também contará com inimigos baseados no folclore do nosso continente. Enquanto isso, a fotografia, tão importante para a historiografia recente dos países da América do sul, é figura central nas mecânicas de gameplay.
Um mundo cheio de você mesmo
O objetivo principal de Alma, nossa protagonista, será encontrar outras Almas e se alinhar moralmente com cada uma delas, o que pode influenciar na história, na resolução de missões e até na obtenção de sidequests. Mas fique esperto: nem todas as Almas vão querer cooperar com você e serão inimigas que podem entrar em combates intensos. Outras serão apenas NPCs que ajudarão — ou não — na sua caminhada.
Com isso, Domacon se torna um lugar complexo e com mais vida do que Alma imagina, habitado não só por suas versões alternativas, mas também pelos já citados inimigos comuns e até animais que falam. Essa ambientação vai requerer muita exploração por parte do jogador, que ainda poderá usar sua câmera para descobrir a verdadeira natureza de diversos personagens.
Um registro não é o bastante
Prisma reforça a ideia de múltiplos playthroughs, muito por conta de decisões que o jogador tomará durante a campanha e que não terão chance para volta. Durante a aventura, você poderá formar laços com até quatro Almas — de um total de sete —, cada uma com suas próprias consequências para o restante da jornada.
E isso também influenciará diretamente nas mecânicas de combate: a cada Alma que você aumentar sua ligação, novos combos poderão ser desbloqueados em batalha, novas opções de diálogos serão abertas e até novas rotas durante a história serão possibilitadas. Então, para fazer 100% de Prisma, é bem provável que se precisará de pelo menos mais uma segunda jogatina e muitas decisões diferentes da primeira vez.
Influência moderna que adiciona à persona do jogo
Prisma conta com um sistema de batalha com todo requinte de RPGs modernos, honrando o gênero e agraciando os fãs com menus extremamente estilosos totalmente inspirados em Persona 5, coincidentemente outro jogo que traz questões de autorreflexão e percepção própria. A estética cartunesca e 2D da produção propõe bem um estilo que parece querer reproduzir um anime — e é bem sucedido nisso —, o que é vantajoso no caso de representar a mesma personagem com vários visuais diferentes, graças às diversas versões de si própria e também um sistema de “jobs” que modifica a aparência de Alma.
E o combate em si tem seu ar estratégico, já que não basta apenas clicar em um ataque e esperar atingir o adversário: cada golpe exige que o jogador posicione bem a rota até o inimigo, como, por exemplo, usando uma lente “olho de peixe” (sim, você usa lentes fotográficas como equipamentos ofensivos!), o ataque terá uma forma de arco que poderá atingir diversos inimigos ao mesmo tempo e não só os que se encontram diretamente à frente.
Registrando o passado enquanto se pensa no futuro
Esses aspectos são só uma parte do que Prisma trará aos jogadores: contando com uma campanha no Kickstarter que começará em 2025, a desenvolvedora colombiana Dreams Uncorporated lançará o jogo apenas para PC inicialmente. Mas quem sabe com esse mundo de realismo mágico, múltiplas personalidades e fotografia podem pintar como uma surpresa agradável nas mais diversas plataformas em um futuro próximo?
Revisão: Alessandra Ribeiro