A sétima geração de consoles marcou o desbravamento do mundo online, com a distribuição digital dando os primeiros passos naquilo que viria a se tornar um padrão da indústria. Diversos patches, updates, DLCs e, claro, jogos foram lançados de maneira exclusivamente digital nas lojas das fabricantes de consoles. E é dentro desse contexto que Fat Princess foi lançado.
O jogo foi desenvolvido pela Titan Studios, que contou com a ajuda do Santa Monica Studios (de God of War), e chegou à Playstation Network em 30 de julho de 2009. Vale lembrar que nessa época a Sony estava disposta a testar de tudo nos jogos online e digitais, de minigames a jogos com foco em multiplayer online, com o intuito de entender o que seu público gostava nesse novo cenário.
O jogo
O game apresentava uma proposta simples: é um jogo de capture the flag. Ou seja, seu time precisava ir até a base adversária, pegar a bandeira e retornar para a própria base para marcar um ponto, enquanto o time adversário tentava fazer exatamente a mesma coisa. O time com mais pontos ao final, vencia. A premissa do jogo era quase essa. Ao invés de capturar uma bandeira, o jogador precisava capturar a princesa do time oposto.
Fat Princess possuía uma visão isométrica, em que era possível ver uma grande quantidade do mapa enquanto controlava seu personagem. O jogador podia escolher entre seis classes no game base: villager, worker, priest, ranger, mage e warrior. Essas categorias são bem comuns de RPGs em geral. Com o DLC, mais três novas foram inseridas: pirate, ninja e gigante. Cada uma tinha sua função, como o priest em curar aliados, worker em trabalhar em melhorias na base, mage e warrior para atacar, e assim por diante.
Através da colheita de materiais, era possível melhorar as fortificações das bases, criar plataformas que jogavam os jogadores mais longe, assim encurtando a distância entre as bases, e por fim, criar uma máquina que permitia que as classes recebessem um upgrade. Essa melhoria permitia que causassem mais dano, curassem mais etc.
O nome do jogo vinha de uma das principais funções na partida: alimentar a princesa para que ela ficasse cada vez mais pesada e dificultasse o retorno dela quando o time adversário a capturasse. Através de pedaços de bolo que eram oferecidos, a princesa engordava e aumentava de tamanho. Com o tempo, o efeito desaparecia.
O DLC trouxe as três categorias novas, que acabavam por serem mais impactantes nos confrontos, pois ainda possuíam habilidades especiais.
Um jogo completo
Fat Princess ainda trazia outros seis modos de jogo, o que era bastante para um game exclusivo para o formato digital. Hoje em dia mesmo é difícil ter jogos que trazem tantas formas de aproveitar as mecânicas criadas. Além do modo Rescue the Princess (esse padrão de capture the flag), o game contava com Team Deathmatch, Invasion, Snatch ‘n Grab, Queen’s Rule, Gladiate e até um modo história (Legend of the Fat Princess).
Eram modos que colocavam apenas combate, a trocação sincera, ou ainda um “ligue os pontos” com as torres espalhadas pelo mapa, outro com ondas de inimigos a serem derrotados, ou até mesmo um modo especial baseado no futebol.
Legado?
Fat Princess recebeu ainda um novo jogo em 2010, chamado Fat Princess: Fistful of Cake, lançado para o PSP. A versão portátil era fiel ao jogo original, mas saindo da arte em 2D para um universo 3D, e ainda assim mantinha a proposta de seu antecessor.
Uma continuação saiu para o PS4, em 2015, o Fat Princess Adventures. Desenvolvido por Fun Bits (uma das empresas que sucedeu a Titan Studios, a outra sendo Carbon Games), o jogo fugiu da ideia inicial e se transformou em um dungeon crawler para até quatro jogadores. Este é o único jogo da franquia que ainda é possível comprar na PSN, já que os anteriores foram removidos.
Fat Princess é um jogo que representa muito do seu tempo, quando os games digitais exploravam diversas novas ideias para agradar a um público ainda em construção. Entregava um ótimo e divertido modo multiplayer, mas não tinha receio de trazer várias outras ideias para agradar a seus jogadores. Tudo isso sem ter o preço de um jogo AAA.
Revisão: Vitor Tibério