Análise: Darksiders II Deathinitive Edition é um retrato remasterizado de uma aventura da década passada

Apesar de as novidades serem mínimas, o game ainda é uma experiência divertida e envolvente, mesmo com alguns elementos datados.

em 02/11/2024

Conforme eu comentei numa matéria anterior, a nova geração de consoles volta e meia recebe uma versão mais caprichada de um jogo da geração anterior. A análise de hoje, entretanto, é de um game que já passou duas vezes por essa situação: Darksiders II Deathinitive Edition, com sua aventura de ação estrelando Morte, um dos quatro Cavaleiros do Apocalipse. Pegue sua foice favorita, pois a análise vai começar!

Vêm dos quatro cantos da terra

Darksiders II foi lançado em agosto de 2012 para PS3, Xbox 360 e PC. Três anos depois, uma versão melhorada — chamada de Darksiders II Deathinitive Edition — foi lançada para PS4, Switch, Xbox One e PC. Esse lançamento reuniu todos os DLCs disponibilizados até então, que incluíram histórias extras e vários itens, além de melhorias de balanceamento.
Guerra (esquerda) e seu irmão Morte
O jogo, claramente inspirado nos primeiros títulos da série God of War e com uma pitada de The Legend of Zelda, conta a história de Morte, um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Ele busca inocentar seu irmão Guerra, acusado de desencadear o fim dos tempos e exterminar a humanidade sem as devidas permissões. O Ceifador precisará explorar vários mundos diferentes, bem como fazer aliados e enfrentar perigos.
Um universo único e rico
A jogabilidade gira em torno de combates no estilo hack and slash, bem como seções de plataforma focadas em escaladas e movimentos verticais. Darksiders II também conta com eventuais quebra-cabeças e uma boa quantidade de segredos, parte deles exigindo que o jogador tenha algum item ou habilidade obtida posteriormente na história.
Cada cantinho do mapa reserva algum baú para ser aberto
Foi a primeira vez que eu experimentei o título e posso dizer que, num primeiro momento, não gostei muito do game. Morte é um personagem relativamente lento, com um movimento de esquiva esquisito. Elementos como contra-ataques e parries não eram comuns na época, exigindo que o jogador tenha mais paciência durante as lutas.
O combate demonstra a idade do jogo
Para piorar, o botão de mira não pode ser travado, precisando ser apertado constantemente para funcionar. Com o passar do tempo, entretanto, fui me habituando às mecânicas de Darksiders II e, lentamente, começando a apreciar sua jogabilidade. Apesar das inovações que tivemos desde então, ela ainda oferece uma boa dose de diversão e um nível de dificuldade justo.

Mudando sem mudar

O leitor deve estar se perguntando “e quanto às novidades do lançamento para a nova geração de consoles?” Afinal, já era possível jogar Darksiders II Deathinitive Edition via retrocompatibilidade, que trazia alguma melhoria no desempenho. Bom, a versão de outubro de 2024 traz para o PlayStation 5 e o Xbox Series resolução 4K, iluminação aprimorada e Ray Tracing. Usuários do PS5 também contam com a adição de resposta háptica por meio do DualSense.
Temos alguns visuais interessantes, mas nada demais
Finalmente, os tempos de carregamento foram reduzidos por meio de aprimoramentos voltados para o SSD. Embora todas sejam novidades importantes, nenhuma delas é significativa. Os modelos, efeitos e texturas originais ainda têm aquela cara de geração passada; pior, a iluminação sofre com bugs eventuais, que tornam erráticas a aparição de sombras.
Vários chefes e mini-chefes aparecem durante a aventura
Em outras palavras, é como aplicar uma leve mão de tinta numa casa boa, mas antiga: ela precisaria de uma reforma de verdade para atender às necessidades modernas, ainda que continue plenamente habitável. Darksiders II, apesar de competente, já tinha problemas na sua época; hoje, eles estão mais evidentes, assim como outras coisas que foram superadas.
O verdadeiro aspecto da Morte mostra porque ele é o Cavaleiro do Apocalipse mais poderoso
É importante frisar que essa nova versão de Deathinitive Edition é gratuita para quem já tinha a versão para PS4 e Xbox One. A questão é que ela não me parece significativa o suficiente para motivar alguém a jogar novamente; de forma semelhante, quem nunca jogou não tem um título muito atraente para os padrões modernos do gênero ação e aventura.

Uma nova reencarnação?

Quero deixar claro que, apesar dos pesares, temos, sim, um bom jogo neste novo lançamento de Darksiders II. Apesar das limitações do seu tempo, o enredo é bastante envolvente e repleto de fantasia de qualidade. A jogabilidade no estilo hack and slash é agradável e bastante customizável, oferecendo um sistema no bom e velho estilo fácil de pegar, difícil de dominar, repleto de habilidade e armas poderosas.
São várias habilidades para utilizar durante as lutas
Os combates são divertidos, bem como os quebra-cabeças e as seções de plataforma. Todos contam com um nível equilibrado de desafio, incluindo a luta contra chefes. São muitas missões secundárias, habilidades e equipamentos customizáveis, tornando a experiência geral bastante imersiva. Vale lembrar que a Deathinitive Edition otimizou vários pontos do jogo, de forma que a jornada seja mais agradável que a original.
As seções de plataforma são bem legais
Com tempos de carregamento reduzidos, percorrer o mapa via viagem rápida é algo mais palatável, reforçando o aspecto de exploração. O DualSense aumenta a imersão (mesmo que modestamente), lembrando que a produção está apresentada da forma mais bonita possível. Quase uma remasterização da remasterização; mais do que isso, só mesmo se sofresse um remake.
Acredito, inclusive, que aqueles bugs que comentei, assim como eventuais travamentos (raros, mas acontecem), devam ser corrigidos em atualizações futuras, tornando essa a verdadeira versão definitiva do game. Mais: o título pertence a uma franquia ativa, com outros ótimos jogos que vale a pena conhecer. Inclusive, parece que ela está pronta para receber sua quinta parte; talvez até esta nova versão seja uma espécie de teste para os produtores conhecerem melhor os novos consoles.

Vida após a morte

Na sua versão mais caprichada até então, Darksiders II Deathinitive Edition é uma competente aventura por um mundo repleto de fantasia e desafios. Com ação no estilo hack and slash, a jornada traz vários quebra-cabeças interessantes e uma história envolvente. Pena que as novidades, ainda que válidas, não sejam significativas. Fica a sugestão para fãs da franquia ou do gênero ação e aventura, sobretudo numa pegada mais clássica.
Um bom jogo, ainda que fora de seu tempo

Prós

  • Jogo de ação e aventura é uma experiência divertida e envolvente, mesmo em tempos atuais;
  • Universo fictício é rico e intrincado, oferecendo uma jornada repleta de fantasia ao longo da campanha;
  • Jogabilidade simples de pegar, mas difícil de dominar, funciona muito bem;
  • Grande quantidade de missões e segredos para explorar.

Contras

  • Novidades são limitadas e não mudam a experiência de forma significativa, além de apresentarem alguns bugs;
  • Diversos elementos do jogo são datados em comparação com as várias novidades que surgiram desde o lançamento original.

Darksiders II Deathinitive Edition — PC/PS5/XSX — Nota: 7.5
Console utilizado para avaliação: PS5
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela THQ Nordic

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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