Analise: Zero the Kamikaze Squirrel — O coadjuvante que teve seu momento para brilhar

O capanga ganha um título para chamar de seu e consegue entregar uma aventura melhor que a do protagonista da franquia.

em 16/10/2024

Como esperado, o terceiro jogo da franquia Aero the Acro-bat teve seu port lançado para os consoles atuais. Agora sem o morcego protagonista na capa, Zero the Kamikaze Squirrel é um spin-off da série que coloca um dos capangas de Edgar Ektor nos holofotes em uma aventura paralela ao segundo jogo da série.

Um figurante de destaque

O nome de Zero não é estranho para acompanhou os dois jogos anteriores. O “esquilo kamikaze” foi o responsável por salvar Edgar Ektor de um final trágico no primeiro jogo, dando a oportunidade do malfeitor continuar perseguindo Aero.

Enquanto o morcego acrobata continuava sua rixa com Edgar, Zero recebeu um chamado emergencial da sua namorada. Ela contou que um lenhador malvado, chamado Jacques LeSheets estava derrubando as árvores da floresta de sua terra-natal, e que havia capturado seu pai.

Essa história de fundo ajuda a justificar os ambientes mais distantes de lugares circenses e mágicos vistos antes. Passamos por praias, penhascos, túneis em montanhas, florestas, madeireiras e temos até fases em motos aquáticas, nas quais navegamos em rios e piscinas tóxicas.

Além disso, cada área apresenta batalhas contra chefes bastante variados, o que praticamente não houve em Aero. Há batalhas aéreas, padrões de ataque mais criativos e até a batalha final é mais divertida. 

A estrutura da jogabilidade é praticamente a mesma, mas Zero ainda tem mais alguns truques na manga. Além do pulo duplo e dos voos curtos, ele pode arremessar shurikens, atacar a curta distância com um nunchaku e realizar um mergulho mortal para surpreender inimigos que estão no chão.

Esses elementos por si só já fazem de Zero the Kamikaze Squirrel um produto melhor e mais variado que sua série de origem. Um plataforma que trouxe um personagem secundário em uma aventura mais caprichada que o protagonista de fato. Uma pena que Zero só tenha ganhado apenas um jogo, pois ele merecia bem mais.

Lá vem o padrão de novo…

Como sinalizei na análise de Aero the Acro-bat 2, os menus de apresentação ficaram feios, e não faziam jus à apresentação do jogo em questão. Infelizmente parece que temos um novo padrão para os ports da Ratalaika.

Novamente os mesmos moldes e apresentações desleixadas. Se escolhermos filtros de tela, temos sempre que revezar entre o jogo e o menu para conseguir a combinação desejada, já que não é mais possível ter uma amostra de como ficará a tela enquanto selecionamos contornos, scanlines e disposição do ecrã.

Quanto às trapaças, temos vidas e shurikens infinitos, voo ilimitado e invencibilidade. Curiosamente a opção de seleção de fases foi retirada e até que fez sentido, pois além do jogo ser curto, esta opção especificamente não funcionava pois os botões designados para isso no port de Aero 2 entravam em conflito com outros comandos.

E claro que citarei novamente que este jogo poderia ser muito bem lançado junto com os outros dois e o próximo que estar por vir em uma coletânea só. Quem sabe um dia eles me ouvem…

Vale lembrar que, assim como os outros jogos da série, Zero the Kamikaze Squirrel foi lançado primeiro para Sega Genesis e depois para SNES, mas apenas a versão do console da Nintendo recebeu um port. Em contrapartida, foi incluída uma versão japonesa da ROM.

Para não ser 100% chato, vale dar os devidos louros para a inclusão de uma jukebox nas opções extra, bem como os sprites de animação de Zero e seus inimigos. A apresentação da galeria poderia ser mais caprichada, pois só temos o manual e as artes da capa do SNES, mas antes isso do que nada, não é mesmo?

De Zero a herói 

Zero the Kamikaze Squirrel é mais um dos milhares jogos dos anos 90 que são ótimos, mas ficaram à sombra da dupla Mario e Sonic. A oportunidade de revisitar esse título é muito bem-vinda, visto que ele consegue ser melhor e mais carismático que o “dono” da franquia. Só é uma pena que, mais uma vez, a apresentação desleixada e a venda dos títulos separados interfira na experiência de curtir a série como um todo.

Prós

  • Zero é mais carismático que Aero e conta com um acervo melhor de movimentos;
  • A aventura traz ambientes mais coloridos e diversos que os jogos anteriores;
  • Batalhas contra os chefes bem criativas;
  • Inclusão de jukebox, sprites em movimento e um port em japonês da ROM.

Contras

  • A apresentação dos menus continua pavorosa;
  • Imagens achatadas na galeria;
  • É necessário ter que ficar indo e voltando no menu para ver os resultados dos filtros;
  • Faltou a versão de Mega Drive;
  • Poderia ter sido feito um compilado com os jogos anteriores em um pacote só.
Zero the Kamikaze Squirrel — PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Análise feita com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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