The Coma 2B: Catacomb é um survival horror coreano no formato side-scrolling que se passa após os eventos do primeiro e paralelamente ao segundo jogo da série. Nesta nova entrada, acompanhamos a trajetória de um estudante do ensino médio que se vê preso em uma realidade distorcida e sombria.
Um pesadelo sem fim
Em The Coma 2B, assumimos o papel de um jovem chamado Youngho. Após vivenciar experiências traumatizantes em uma dimensão espelhada durante os eventos do primeiro game da franquia (The Coma: Cutting Class), ele tenta retornar à sua vida normal na escola.
No entanto, nosso herói logo percebe que o pesadelo está longe de acabar, encontrando-se novamente preso no mundo alternativo. Nesse contexto, cabe ao jogador explorar esse universo estranho e ameaçador em busca de respostas e de uma maneira definitiva de encerrar essa situação.
Como parte de uma série, The Coma 2B oferece algum contexto sobre os eventos passados, mas não o suficiente para se tornar uma experiência totalmente independente. Apesar de ter explorado um pouco o início das obras anteriores, ainda não tive a oportunidade de finalizá-las. Essa falta de conhecimento acabou me deixando com algumas dúvidas sobre certos personagens e acontecimentos antigos que são mencionados nessa entrada.
A despeito dessa ressalva, embora alguns personagens sejam um tanto caricatos, o título traz uma história de terror agradável de se acompanhar. Além disso, ele apresenta cenários bem elaborados e retratos detalhados dos personagens durante os diálogos, o que ajuda a enriquecer a ambientação de horror.
Explorando o mundo invertido
Como mencionado, The Coma 2B é um survival horror. Como em muitas obras desse gênero, temos aqui um foco bem acentuado na exploração do mundo, o qual apresenta um número considerável de segredos. Além disso, o game faz bastante uso do famoso backtracking, nos levando a procurar objetos para conseguir adentrar áreas inicialmente inacessíveis e prosseguir na história.
Um aspecto interessante é que podemos usar uma lanterna para iluminar locais escuros e encontrar itens escondidos. No entanto, essa ação revela nossa posição para os monstros, criando uma dinâmica intrigante em que coletar recursos quase sempre envolve um risco.
Outro elemento crucial são os quebra-cabeças, muitos dos quais podemos descobrir como resolver coletando informações em documentos e interagindo com os NPCs. Como exemplos dos desafios, temos portas trancadas por senhas e objetos que precisam ser posicionados na ordem correta.
De modo geral, os aspectos que compõem a exploração em The Coma 2B são envolventes, exigindo que o jogador vasculhe minuciosamente os cenários e interaja com seus elementos e indivíduos para superar as adversidades e avançar na campanha.
Se escondendo para sobreviver
Enquanto exploramos o mundo invertido, somos constantemente perseguidos por criaturas malignas que ameaçam nossa vida, aqui representada por cinco corações. Para sobreviver, podemos usar elementos do cenário para nos esconder, como armários, mesas e banheiros.
Youngho pode correr e rolar para se esquivar, mas essas ações consomem rapidamente sua barra de estamina. É importante ressaltar que, além das criaturas, devemos ter cuidado com armadilhas espalhadas pelos cenários, como restos de monstros que caem do teto e fungos que liberam esporos venenosos.
Graças a essa limitação de energia e à considerável inteligência das criaturas, The Coma 2B se revela surpreendente e agradavelmente desafiador. Além dos monstrengos menores, existem situações em que uma perseguidora gigante nos leva a sequências de fuga com quick-time events (QTEs).
Ainda nesse sentido, o uso de um controle no PC é altamente recomendável. Isso se deve ao fato de que, embora o título ofereça uma variedade limitada de ações, é extremamente difícil escapar dos oponentes utilizando apenas o teclado.
Mais longo do que deveria
De modo geral, The Coma 2B: Catacomb é um produto de terror bastante interessante, oferecendo uma jogabilidade envolvente e uma história agradável de acompanhar. No entanto, o jogo também apresenta alguns problemas de ritmo que limitam sua qualidade.
A despeito da já mencionada necessidade de conhecer o conteúdo das entradas anteriores para aproveitar plenamente esta obra, há situações na história que parecem existir apenas para inflar artificialmente a duração da campanha. Esse problema também se manifesta em algumas seções de backtracking, que não contribuem ativamente para o desenvolvimento da narrativa.
Outro problema é a ausência de legendas em português, que fazem bastante falta em um jogo no qual a leitura das informações transmitidas em diálogos e documentos é essencial. Além disso, durante minhas sessões, experimentei um bug em que algumas cutscenes não tinham legenda alguma, o que só se resolvia com a reinicialização.
Um survival horror desafiador e divertido
Apesar dos problemas de ritmo, The Coma 2B: Catacomb traz uma experiência divertida e bastante desafiadora de survival horror, além de uma história interessante. No entanto, devido à limitada contextualização sobre os eventos passados, é recomendável que ele seja conferido apenas posteriormente aos outros dois jogos da série.
Prós
- Oferece uma boa ambientação de terror, com uma história interessante, cenários bem elaborados e bons retratos de personagens;
- A exploração minuciosa do mundo é essencial para adquirir recursos, descobrir segredos e avançar na campanha, uma característica sempre bem-vinda em obras do gênero;
- A considerável inteligência das criaturas, combinada com a limitação de energia, resulta em um agradável nível de desafio.
Contras
- A falta de contextualização adequada pode tornar a experiência confusa para jogadores que não estão familiarizados com os títulos anteriores da série;
- Em algumas situações, o uso de backtracking e certos elementos da narrativa servem apenas para prolongar a campanha de maneira artificial, prejudicando o ritmo do jogo;
- Em minha experiência, presenciei um bug que removia a legenda das cutscenes;
- Ausência de legendas em português.
The Coma 2B: Catacomb — PC/PS4/PS5/XBO/XSX/Switch — Nota: 7.0Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Nordic Stone Studio
