Análise: Diablo IV: Vessel of Hatred entrega uma expansão competente para uma saga grandiosa

Desbrave a região de Nahantu em um novo capítulo da história de Santuário, além de diversas novidades para te segurar por mais tempo neste mundo.

em 04/10/2024
Lançado em junho de 2023, Diablo IV marcou o retorno de um título que, ao longo dos anos, ajudou a definir o gênero que hoje conhecemos como RPG de Ação. Com uma jogabilidade frenética e viciante, acompanhada de um enredo e ambientação únicos, o jogo da Blizzard ganha novo fôlego em 2024 com o lançamento de sua primeira expansão de história, Vessel of Hatred.

Nesta análise, vamos comentar sobre nosso retorno a Santuário para explorar a nova região selvagem de Nahantu, a jogabilidade da nova classe Natispírito e discutir algumas das novidades que estarão disponíveis para os jogadores a partir do dia 8 de outubro.

Anteriormente, em Diablo IV...


Após derrotar Lilith e aprisionar Mefisto na Pedra de Alma, originalmente criada para deter a criadora de Santuário, Neyrelle parte em uma jornada sangrenta com o objetivo de acabar de uma vez por todas com o Senhor do Ódio. Mesmo aprisionado, ele ainda representa uma grande ameaça à humanidade, especialmente após a violenta batalha no Inferno, que resultou na morte de Inarius.

As pesquisas de Neyrelle a conduzem para uma região ao sul, conhecida como Nahantu. Trata-se de uma vasta região selvagem, lar de uma civilização que cultua guardiões espirituais que protegem seus habitantes há séculos.


Arriscando sua vida, Neyrelle viaja sozinha para essa terra distante, acreditando que ali encontrará meios de derrotar Mefisto. No entanto, mesmo aprisionado, ele mantém uma forte influência sobre a jovem, levando-a à loucura e colocando sua vida em risco, tanto para si mesma quanto para os que estão ao seu redor.

O viajante (jogador), que ainda sofre os efeitos do ritual de sangue de Lilith, parte em busca de Neyrelle. Ele se dirige à desconhecida região de Nahantu, na esperança de salvá-la antes que o pior aconteça — não apenas para ela, mas também para todos os habitantes de Santuário.

Expandindo Santuário

Vessel of Hatred destaca-se pela adição da região de Nahantu e de uma nova classe jogável: o Natispírito. Localizada ao sul de Santuário, Nahantu é uma vasta área de floresta, cercada por ruínas de uma civilização antiga que venera guardiões espirituais ligados aos elementos da natureza.


Os Natispíritos, aqueles que possuem uma conexão direta com esses espíritos, são guerreiros poderosos que utilizam o poder oferecido pelos guardiões para defender a si mesmos e os necessitados. Combinando movimentos acrobáticos e artes marciais, sua principal característica é a capacidade de canalizar o poder dos guardiões para amplificar suas habilidades em combate.

O viajante (jogador) agora pode se tornar um com o reino espiritual, aprendendo os costumes do povo de Nahantu e transformando-se em um poderoso Natispírito em sua perigosa jornada pelo novo capítulo de Santuário.


Além de explorar a nova área, os jogadores terão acesso a diversas masmorras, onde poderão buscar saques e equipamentos novos e poderosos. À medida que avançamos na narrativa de Vessel of Hatred, surgem novas possibilidades de equipamentos, mecânicas de jogo e melhorias, permitindo que os jogadores criem personagens únicos e poderosos.

Uma das principais novidades introduzidas pela Blizzard na expansão são os Mercenários. Em determinado ponto da história, encontramos um personagem que revela ser um ex-membro de um grupo de mercenários conhecido como a Mão Pálida. Entre as atividades secundárias, destacam-se as missões para reunir esse grupo, permitindo que os jogadores os recrutem para auxiliar em sua jornada.

Os mercenários atuam como companheiros controlados pela IA, ajudando no combate. Uma mecânica interessante relacionada a eles é a possibilidade de vincular suas ações a certas habilidades ou itens utilizados pelo jogador, como poções. Isso possibilita criar combinações de ataques ou técnicas poderosas, que são extremamente úteis em batalha.

Sua progressão se dá de forma semelhante a de nosso personagem, com pontos de experiência que rendem pontos de habilidade usados para desbloquear suas técnicas em árvores próprias. É possível, ainda, aproveitar de forma parcial as técnicas de um segundo aliado na forma de reforço, expandindo ainda mais nossas opções ofensivas.

A expansão também traz novas atividades pós-jogo, incluindo um novo modo cooperativo PvE chamado de Cidadela Sombria, que promete horas de diversão extra para os jogadores em uma masmorra multinível que pode ser explorada por grupos de até quatro jogadores, rendendo saques valiosos e desafios cada vez mais frequentes e crescentes.

Boas Impressões

Assim como na análise do jogo base, tivemos acesso ao servidor de Vessel of Hatred por um tempo limitado, mas bem aproveitado. Jogamos toda a campanha da expansão, que possui uma duração considerável, além de testar várias possibilidades de construção de personagens com a nova classe Natispírito.

A classe se destaca pelo controle de grupo, graças às habilidades oferecidas pelos espíritos guardiões de Nahantu. É possível criar builds focadas em dano rápido e massivo, mobilidade ou até mesmo na aplicação de debuffs nos inimigos, garantindo sempre alguma vantagem em combate.

As melhorias no jogo, com novos equipamentos, dinâmicas de criação e aprimoramento de itens, além da possibilidade de jogar com a ajuda de um aliado controlado pela IA, são adições bem-vindas, especialmente para os jogadores que preferem jogar sozinhos. A ausência de aliados humanos não foi um problema na maior parte do tempo, mesmo com a limitação de nosso acesso nesta versão de teste.

Entretanto, devido a essas restrições, não foi possível experimentar adequadamente o novo modo PvE, por conta de sua complexidade e dificuldade. Ainda assim, acredito que essa nova atividade será uma das mais exploradas pelos jogadores que desejam investir na expansão ou mesmo para quem está planejando se aventurar por Santuário pela primeira vez a partir de agora.

A força do ódio

A expansão Vessel of Hatred oferece uma experiência robusta e viciante para os jogadores de Diablo IV ao introduzir uma nova região rica em cultura e mitologia, além de uma nova classe jogável com mecânicas únicas e dinâmicas de combate inovadoras. A narrativa imersiva e o design das novas áreas mantêm o alto padrão da franquia, proporcionando horas adicionais de exploração e desenvolvimento de personagens.

Embora alguns aspectos, como o novo modo PvE, exijam um grupo de jogadores para serem plenamente apreciados, o conteúdo oferecido na expansão enriquece ainda mais o universo do game. Para os fãs de Diablo IV e RPGs de ação em geral, Vessel of Hatred é um pacote que justifica o investimento, especialmente para aqueles que buscam novas maneiras de personalizar suas aventuras e explorar novas facetas do mundo sombrio e envolvente de Santuário.

Prós

  • A região de Nahantu oferece uma ambientação detalhada, com vastas áreas selvagens e ruínas que enriquecem a experiência de exploração;
  • A classe Natispírito traz mecânicas diferenciadas, com foco em artes marciais e controle de grupo, oferecendo novas possibilidades para a criação de builds;
  • A adição de companheiros controlados pela IA (Mercenários) oferece uma jogabilidade mais flexível, sendo uma ótima opção para jogadores solo;
  • Novas masmorras, equipamentos e aprimoramentos mantêm o ritmo do jogo envolvente, com muitas oportunidades para otimização de personagens;
  • A introdução de um novo modo PvE garante mais conteúdo para jogadores que gostam de desafios em grupo, aumentando a longevidade da expansão.

Contras

  • A Cidadela Sombria é complexa e mais difícil de explorar plenamente sem um grupo de jogadores, o que pode limitar a experiência de jogadores solo;
  • Jogadores que preferem classes já existentes podem não se interessar pelas novas mecânicas do Natispírito, reduzindo o impacto da expansão;
  • Algumas atividades, especialmente o conteúdo endgame, podem apresentar um nível de desafio que exige muito planejamento, o que pode afastar jogadores com perfil mais casual.
Diablo IV: Vessel of Hatred — PC/PS5/PS4/XSX/XBO — Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PlayStation 5
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Blizzard Entertainment

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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