Marvel vs Capcom 2: o jogo que transformou a franquia em um clássico dos games

Jogo mais duradouro da franquia também foi o que mais expandiu a série VS.

em 07/09/2024

O Gameblast relembrou, recentemente, os diversos jogos da franquia VS, começando com X-Men: COTA, Marvel Super Heroes (MSH), X-Men vs Street Fighter (XvS), Marvel Super Heroes vs Street Fighter (MvS) e Marvel vs Capcom: Clash of Super Heroes (MvC) que estarão presentes no Marvel Vs Capcom Fighting Collection: Arcade Classics. Agora, chegou a hora do último game de luta presente na coletânea: Marvel Vs Capcom 2: New Age of Heroes.

Lançado em fevereiro de 2000 no Arcade, o jogo chegou ainda no mesmo ano para o Sega Dreamcast. Somente em 2002 ele foi portado para o PlayStation 2 e Xbox. Dessa vez, a versão do console da Sony não apresentava nenhum downgrade com as contrapartes dos consoles de mesa ou do fliperama. Pelo contrário, o PS2, ao lado do Dreamcast, eram os únicos a trazerem a possibilidade de jogar online. Os ports mais recentes saíram no PlayStation 3 e Xbox 360, em suas lojas online, em 2009. Foram retirados do ar em 2013, devido a problemas de licenciamento.


Esse foi o primeiro jogo de luta a ser feito pela Capcom fora das tradicionais CP System II (X-Men: COTA, MSH, XvS, MvS e MvC) e III (Street Fighter III e suas variantes), tendo sido feito na placa Sega NAOMI. Isso facilitou a adaptação para o console de mesa, fazendo com que MvC 2 chegasse ao Dreamcast apenas um mês depois de seu lançamento (no Japão).

Um universo de novas mecânicas

MvC 2 foi um marco que dividiu a franquia entre o antes e o depois. Não só foi o jogo que ficou mais tempo como o último lançamento (Marvel vs Capcom 3 só foi lançado em 2011 e Marvel vs Capcom: Infinite em 2017), mas também criou tendências seguidas não só pelos seus sucessores, mas por outros jogos que até hoje bebem em sua fonte, como Skullgirls (2012).


Para começar, a mudança mais importante foi a adição de um terceiro personagem controlável. Isso impactou principalmente o terceiro personagem aleatório de MvC, que aparecia na tela apenas para uma assistência. Desta vez, todos os personagens eram escolhidos e podiam ser controlados um de cada vez, além de, assim como em MvS, poderem dar assistências breves durante a luta.

Ao escolher um personagem, era permitido escolher um dos três tipos de assistências disponíveis. Isso era extremamente importante para ajudar a cobrir pontos defeituosos de outro personagem, servindo, por exemplo, para estender combos, zonear, criar abertura segura para uma aproximação etc.


Para usar as assistências, a Capcom desenvolveu um sistema simples, mas que alterou seu tradicional modelo com seis botões de golpes. Em vez dos três chutes e socos (low, medium e high), a desenvolvedora diminuiu para dois de cada, e deixou os dois restantes para que as assistências fossem chamadas, o que tornou rápido e fácil o processo. Novamente o caos se instaurava na tela com tantas informações, o que era capaz de passar o sentimento de uma luta em equipes.

Os personagens que apareciam para ajudar poderiam pela primeira vez serem atingidos por ataques e acabarem nocauteados enquanto não eram o principal controlado. Por fim, os Hyper Combos foram retrabalhados, também sendo facilitados para acomodar o novo sistema com três personagens.

O maior elenco

Se MvC tinha um dos menores elencos da franquia, sua continuação direta foi para o extremo oposto, possuindo, até hoje, o maior número de personagens, com 56. Todos os personagens que apareceram em jogos anteriores retornaram. Além disso, vários outros novos foram adicionados, de séries que já haviam aparecido, bem como personagens de séries novas, como Jill de Resident Evil.


A principal novidade do jogo foram os personagens criados pela Capcom exclusivamente para o jogo. Sonson, Amingo, Ruby Heart e o boss final Abyss foram criados para esse jogo. Os protagonistas desse jogo eram a própria Ruby Heart, pelo lado da empresa japonesa, e Cable, pelo lado da Marvel.

Um destaque negativo ficou com a forma de liberar personagens que, nos consoles caseiros, consistia em ganhar pontos por tempo de jogo e liberar um por um. Outra questão foi a diferença de tamanhos dos personagens, com alguns sendo muito pequenos e difíceis de acertar, como o Servbot.


Recepção e legado

O jogo foi muito bem recebido por crítica e público, ficando acima de seus antecessores. A versão do Dreamcast ficou na média dos 90% em avaliações, enquanto os outros, em torno de 76%.


Mas, além da análise, o impacto do game foi mais longe, criando um cenário competitivo que rivalizou por muito tempo com Street Fighter. Diversos campeonatos ao longo dos anos 2000 elevaram o nível de transmissão, torcida e gameplay.

Por ter sido o maior hiato, com 11 anos entre MvC 2 e sua continuação, o game deu cara a uma década inteira, em um período que os jogos de luta estavam em baixa, com poucos lançamentos. Marvel vs Capcom 2 pode não ter sido o mais criativo e pioneiro dos jogos de luta e até dentro de sua própria franquia, mas sua excelência e perfeição perdurou por anos em uma cena que se mantém viva até hoje.


Marvel vs Capcom 2: New Age of Heroes retornará no dia 12 de setembro na coletânea Marvel Vs Capcom Fighting Collection: Arcade Classics, com lançamento para PlayStation 4, PC (Steam) e Nintendo Switch.

Revisão: Beatriz Castro


Jornalista, Técnico no papel, engenheiro não praticante e mestre Pokémon nas horas vagas. Passa 80% do tempo falando de games. Nos outros 20% torce para alguém falar sobre games, só para poder falar mais um pouco.
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