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Análise: Halls of Torment une perfeitamente um gênero viciante a uma vibe nostálgica

Sobreviva a hordas de criaturas aterrorizantes em mais um fruto de um dos gêneros mais populares da atualidade.

em 23/09/2024
E cá estamos para falar de mais um roguelike de sobrevivência com estilo bullet hell. Quando um gênero conquista o público, é inevitável encontrar diversos títulos semelhantes nas lojas de jogos para PC e consoles. Com Vampire Survivors sendo um dos mais populares e influentes desse estilo, acabei me tornando o especialista não oficial do gênero aqui no GameBlast, trazendo várias análises de jogos desse tipo, além de outros da minha coleção pessoal que ainda não cheguei a escrever sobre.

A convite da Chasing Carrots, tivemos a oportunidade de experimentar a versão 1.0 de Halls of Torment, que será lançada oficialmente na semana de publicação deste artigo. Lançado em formato de Acesso Antecipado em maio de 2023, o título passou despercebido para mim na época, mas agora tivemos a chance de jogá-lo e ver o que os jogadores poderão vivenciar com seu lançamento oficial.

Bem-vindo aos Salões do Tormento

Halls of Torment se passa em um universo de fantasia medieval, no qual assumimos o papel de heróis representados por classes típicas de RPG. O detalhe que mais chama a atenção é o visual do jogo, que, segundo os desenvolvedores, é inspirado nos RPGs do final da década de 1990. Contudo, sejamos sinceros: a inspiração vem de um certo jogo que atende por um nome “tinhoso” criado por uma empresa cujo nome lembra "nevasca".


Como de costume nesse gênero, o objetivo é sobreviver a hordas intermináveis de criaturas usando armas mágicas e habilidades para fortalecer os atributos do herói e seus equipamentos. Em cada partida, o jogador explora um mapa gigantesco em busca de formas de sobreviver e cumprir missões que permitem obter novos equipamentos e acessar áreas inéditas.

O objetivo principal é sobreviver por 30 minutos. Durante esse período, que às vezes parece interminável, é preciso derrotar inimigos para ganhar pontos de experiência, que aumentam os atributos básicos e permitem melhorar aspectos da build. Inimigos mais poderosos concedem novas armas mágicas, aumentando as chances de sobrevivência.


Quando o trigésimo minuto chega e você pensa que pode relaxar, é aí que os Salões do Tormento mostram seu verdadeiro terror: um dos Lordes da Aflição aparece, um poderoso chefe que é a última barreira entre uma vitória gloriosa ou uma derrota cruel após tanto esforço.

Ao longo da jornada, novos heróis são recrutados, oferecendo formas diferentes de explorar os salões. São guerreiros, batedores, magos, clérigos, escudeiros, entre outros, cada um com habilidades e atributos únicos que adicionam uma camada estratégica a cada nova passagem pelos Salões.


Além da sorte, novos aliados são resgatados para auxiliar os heróis, oferecendo lojas e itens que fortalecem o grupo antes de cada nova partida. Somado a isso, há dezenas de missões para concluir, liberando cada vez mais novidades e incentivando o jogador a voltar para mais uma rodada.

Vibe nostálgica com jogabilidade viciante

Como esperado nesse gênero, Halls of Torment entrega o que promete: jogabilidade simples e viciante, bastante convidativa tanto para iniciantes quanto para veteranos que adoram explorar todas as possibilidades de construção de personagem.


As missões, junto com as conquistas, criam uma dinâmica que nos faz querer sempre jogar mais. São mais de 300 delas para desbloquear, o que também ajuda o jogador a descobrir novos caminhos, técnicas, áreas e heróis.

Um ponto interessante é a possibilidade de "misturar" classes, ampliando ainda mais as opções e aumentando a diversão. Essa mecânica permite usar as armas únicas de um herói com outro, criando desafios personalizados.

A versão 1.0 de Halls of Torment traz uma nova área chamada O Cofre. Acessá-la é um dos grandes desafios do jogo, graças à sua dinâmica, que difere um pouco do restante. Fica aqui uma dica para quem pretende se aventurar mais à frente.

Apesar do período de mais de um ano em Acesso Antecipado, a versão 1.0 ainda apresenta algumas questões que acredito serem corrigidas em atualizações futuras. Um ponto que me desagradou foi a interface de usuário, que é um tanto limitada e favorece jogadores que usam mouse e teclado em vez de controle. Alguns elementos do menu são melhor acessados ao mover o cursor até o ícone correspondente na tela. Já ao usar um controle, é preciso realizar alguns passos adicionais para acessar a mesma informação.

A ausência de um glossário para explicar certas terminologias, como tipos de dano e taxa de crítico, seria bem-vinda, especialmente para quem não tem familiaridade com aspectos de RPG. No entanto, esses detalhes não comprometem a qualidade geral do jogo.

Poderia ter saído em 1995

Halls of Torment oferece uma experiência sólida e viciante para os fãs de roguelikes estilo bullet hell, combinando uma jogabilidade acessível com um visual nostálgico inspirado nos RPGs dos anos 1990. Embora traga algumas inovações, o jogo se mantém fiel às mecânicas que fizeram o sucesso do gênero, oferecendo uma grande variedade de heróis, missões e áreas para explorar.

Mesmo com algumas limitações na interface e falta de explicações mais detalhadas de certas mecânicas, útil para jogadores menos habituados com o gênero, o título apresenta um grande potencial para crescer por meio de futuras atualizações, proporcionando horas de diversão e desafios. É uma excelente opção tanto para quem está descobrindo esse tipo de jogo quanto para os jogadores mais experientes que buscam algo novo.

Prós

  • Fácil de aprender, mas com profundidade estratégica, mantendo o jogador engajado por muitas horas;
  • A variedade de heróis oferece várias possibilidades de builds e personalização, aumentando a rejogabilidade;
  • O visual retrô cria um apelo especial para jogadores saudosistas;
  • Mais de 300 objetivos para desbloquear, incentivando o jogador a continuar explorando o jogo e descobrindo novidades;
  • A mecânica de combinar habilidades, desbloqueada posteriormente, aumenta a diversidade das partidas.

Contras

  • A navegação no menu é mais amigável para quem usa mouse e teclado, tornando o uso de um controle menos eficiente neste aspecto;
  • A ausência de um menu com explicações detalhadas sobre termos e mecânicas pode dificultar a vida de jogadores menos familiarizados com RPGs;
  • Embora haja variedade de heróis e mapas, a fórmula básica pode se tornar previsível após muitas horas de jogo.
Halls of Torment — PC — Nota: 8.0
Revisão: Beatriz Castro
Análise produzida com cópia digital cedida pela Chasing Carrots

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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