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Análise: NBA 2K25 — Dando destaque aos titulares e deixando os reservas cada vez mais esquecidos

O novo título da franquia de basquete refina sua jogabilidade e traz ótimos modos de jogo, mas comete algumas faltas que o impedem de ser excelente.

em 19/09/2024
Mais um ano, mais uma vez voltamos a um lançamento anual de franquia esportiva. NBA 2K25 tenta criar uma estabilidade após alguns desapontamentos causados pelo título anterior.

Na intuição e na raça

Por mais que a jogabilidade sempre seja um ponto alto da série 2K, agora ela está mais intuitiva e fluida. Passes, dribles e arremessos passam uma sensação bem mais natural, tanto ao vermos quanto ao aplicarmos cada comando. A ideia é que os arremessos sejam executados como se fossemos os próprios jogadores ao sentir que é a hora de arriscar uma bola de três. A ideia é boa e os veteranos da franquia irão se adaptar muito bem a esse esquema.

Agora, se você está começando agora nas quadras virtuais, também há recursos que mostram se o tempo de bola do seu arremesso foi adiantado, atrasado ou perfeito e se a marcação foi apertada ou se você estava totalmente livre. A única coisa que mudou e ficou um pouco confusa são os indicadores de arremesso. 

Os modelos utilizados nos dois últimos anos deram lugar a novos, em formato de seta ou de timer, e lidar com eles de início é bastante complexo. Claro que a habilidade do jogador com a bola no momento vai influenciar na precisão, mas, ainda assim, é necessário se reeducar completamente para esses novos medidores, ao ponto de ter que aprender novamente até mesmo os lances livres.

Outra parada bacana é que mais movimentações, provocações e comemorações próprias dos jogadores foram adicionadas. Lebron James, Stephen Curry, Damian Lillard, Trae Young, entre muitos outros, adicionam seu molho especial às partidas, o que sempre vai bem na hora de retratar nossos jogadores favoritos e usá-los em quadra.


Essas animações podem ser vistas tanto durante a partida quanto nos momentos de close, que acontecem para trazer o aspecto de transmissão televisiva. É nessas horas que vemos como o visual dos modelos gráficos foi aprimorado, quando comparados com alguns do ano passado. Infelizmente, as meninas da WNBA não receberam o mesmo carinho, pois, mesmo “próximas” dos seus rostos reais, algumas ainda continuam bem caricatas e genéricas.

Sobrando aqui e faltando ali

Mesmo que o grupo de modos de jogo mantenha a mesma variedade, em NBA 2K25 tivemos algumas coisas que foram melhoradas e outras, pioradas. O Play Now, que é para quem quer fazer partidas rápidas, traz os elencos atualizados com as últimas transações do mercado — ou seja, já temos Klay Thompson no Dallas Mavericks, por exemplo. Entretanto, a quantidade de times históricos foi severamente reduzida. 

Agora, cada equipe, além dos elencos atuais, conta com um time All-Time, com os melhores que já passaram por lá, e apenas mais um time de alguma temporada específica. Essa diminuição é um pecado, visto o tanto de esquadrões lendários que ficaram de fora, como alguns do Los Angeles Lakers, Boston Celtics, San Antonio Spurs e Miami Heat, só para citar alguns que possuem mais de uma taça. 

Além dessa opção, é possível disputar partidas com os times da WNBA, incluindo o Chicago Sky da brasileira Kamilla Cardoso, e realizar qualquer partida do calendário da próxima temporada da NBA assim que ela se iniciar. Isso inclui ter que lidar com os elencos atualizados para aquele dia, levando em conta suspensões e atletas deixados de fora por contusões.

O MyLeague traz ótimas opções para os jogadores. É possível simular uma temporada completa, que pode incluir os playoffs se o seu time se classificar, com todas as 30 franquias existentes, e até adicionar mais seis fictícias, como times de expansão. Também está nas nossas mãos escolher se a temporada será iniciada já no primeiro jogo do calendário ou se tomaremos parte da off-season, realizando o draft de novos atletas e assinando contratos para melhorar o elenco.

O MyGM nos tira da ação das quadras, focando exclusivamente na administração da equipe, cuidando de contratos e promovendo melhorias que levarão a franquia a conquistar o anel de campeã. Este modo se assemelha mais a espécie de RPG, e é bastante atrativo para quem quer conhecer melhor como se administra uma franquia de sucesso. Especificamente neste modo, contamos com um ranking online que mostra o desempenho de cada manager ao redor do mundo.

Para quem quer uma experiência mais tranquila, focada apenas em jogar bola, podemos curtir uma temporada simples, tanto da NBA quanto da WNBA. Ela pode ser completa ou somente a parte dos playoffs, com resultados simulados ou partidas jogadas.

O MyCareer deu uma boa melhorada em relação ao ano passado. A cidade que temos de explorar está melhor, evocando o espírito de um local que respira basquete, com diversas quadras e interações com outros players ao redor do mundo. A narrativa do nosso avatar também está um pouco mais criativa e imersiva.

Quanto ao MyTeam, esse, particularmente, está ainda mais fraco, a começar pelos menus confusos, que mostram vários atalhos para irmos ao mesmo lugar, mas chegar na raiz que mostra todas as opções disponíveis é bastante confuso. Além disso, a possibilidade de ganhar uma carta mais forte e rara ao completar uma coleção específica, que era uma das motivações para abrir milhares de pacotinhos, foi retirada.

Outro ponto que eu, pessoalmente, achei controverso, foi o de habilitar opções que antes eram iniciais somente após juntar uma certa quantidade de pontos de reputação. A casa de leilões (Auction House), por exemplo, só é liberada após atingirmos o nível ouro, e por aí vai.

Além dos desafios rotineiros de temporada, as opções Triple Threat (3 vs 3) e Clutch Time (5 vs 5) foram condensadas no Breakout, junto com as partidas de elenco completo. Podemos escolher se, durante este modo de jogo, iremos focar em apenas um tipo ou misturar todas, mas isso torna bem mais difícil ganhar prêmios e melhorar o elenco.

Qual a melhor maneira, então? Gastando o nosso dinheiro de verdade. Infelizmente, tanto o MyCareer quanto o MyTeam investem de maneira pesada nas microtransações, e isso não é novidade. Entretanto, está cada vez mais vexatório e descarado esse foco na nossa carteira. 

Se adquirirmos o Passe de Jogador, que pode ser o Pro ou o Hall of Fame, ganharemos recompensas instantâneas e melhorias para estes dois modos supracitados de maneira mais rápida. Só que esse custo não está englobado nem nas versões mais caras de NBA 2K25. E vale lembrar que esse passe tem tempo de validade, assim como as temporadas do MyTeam. Ou seja, se você realmente quiser as melhores cartas ou acessórios, terá que desembolsar uma quantia mensal, além do valor do jogo em si, que já é um pouco pesado.

Por fim, há dois modos que foram cortados, um parcialmente e outro totalmente. Quem estiver jogando no PS5, PC e Xbox Series terá à disposição a opção MyNBA ERAS, que nos coloca em momentos históricos da liga em diversas décadas, podendo revivê-los ou reescrevê-los. Entretanto, donos de PS4, Switch e Xbox One não contam com este modo de jogo.

Já o Showcase, que trazia momentos com foco na carreira de uma estrela da NBA, foi completamente descartado. 2K23 trouxe Michael Jordan e 2K24 focou em Kobe Bryant, então o esperado é que 2K25 homenageasse Vince Carter, o astro da capa das edições de luxo, com pelo menos alguns de seus desempenhos memoráveis por Toronto Raptors e New Jersey Nets, além da medalha de ouro nas Olimpíadas de Sidney e seus anos pela Universidade da Carolina do Norte.

Muita técnica para pouca criatividade

NBA 2K25 faz um bom trabalho em refinar a jogabilidade e melhorar a sensação de realidade dentro das quadras, inclusive visualmente. O MyLeague surpreende com as ótimas opções variadas de simulação, que vão desde o draft até a vida de escritório do manager. 

Todavia, a agressividade das microtransações tira todo o potencial e diversão que o MyTeam e MyCareer poderiam ter. Isto, aliado à ausência do Showcase e do MyNBA ERAS começam a demonstrar que a franquia logo precisará se reinventar para não se tornar uma sequência de mais do mesmo.

Prós

  • Jogabilidade mais fluida e dinâmica, com animações únicas dos próprios jogadores;
  • Modelos mais bem trabalhados;
  • O modo MyLeague traz uma série de opções para quem quer recriar uma temporada, gerenciar um time ou só jogar os playoffs;
  • O MyCareer trouxe melhorias na ambientação e na cidade que serve de hub.

Contras

  • Os modelos das jogadoras da WNBA precisam de melhorias;
  • Os novos medidores de arremesso demandam bastante tempo de adaptação;
  • Microtransações influenciando de maneira agressiva e absurda no MyCareer e MyTeam;
  • O MyTeam dificultou o ganho de prêmios pelos modos de jogo, para fazer com que o jogador gaste dinheiro;
  • Ausência do modo Showcase e do MyNBA ERAS nos consoles da geração anterior.
NBA 2K25 — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisor: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela 2K

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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