Impressões: Ace Attorney Investigations Collection promete ser uma oportunidade de ouro de conhecer melhor o promotor Edgeworth

Coletânea inclui os dois jogos originalmente desenvolvidos para DS com novos gráficos HD e comodidades similares aos pacotes anteriores da série.

em 01/08/2024
Ace Attorney é uma franquia bastante popular de aventuras textuais que representam o campo jurídico de uma forma descontraída e profundamente empolgante. Porém, entre seus vários lançamentos, houve também dois jogos focados em um dos personagens mais populares da franquia, mas cuja participação era como antagonista: Miles Edgeworth.

A Ace Attorney Investigations Collection é uma coletânea que reúne justamente esses dois jogos originalmente criados para DS. A proposta é revitalizar a experiência com gráficos HD e comodidades semelhantes às dos relançamentos anteriores.

Tivemos a oportunidade de testar um pouquinho do início de ambos os jogos e trazemos aqui as nossas primeiras impressões do pacote, que será lançado no dia 1º de agosto no PC, PS4, Xbox One e Switch.

O outro lado do drama dos tribunais

Os dois jogos de Ace Attorney Investigations nos colocam no papel do promotor Miles Edgeworth, famoso rival de Phoenix Wright. Enquanto Phoenix busca achar mecanismos para defender seus clientes, o papel de Miles é tentar descobrir a verdade e indiciar a pessoa certa pelos crimes que lhe competem.

Com isso, o foco de Miles é sempre achar a verdade a todo custo, fazendo as inferências possíveis no curto tempo que tem disponível. Embora na prática Phoenix também acabe se esforçando para descobrir a verdade enquanto defende seus clientes, há uma diferença na disposição dos dois diante do crime.

Vale destacar que anteriormente apenas o primeiro Investigations foi lançado no Ocidente. O segundo jogo, que expandia a proposta do original, adicionando inclusive uma nova mecânica, ficou apenas no Japão. Por conta disso, a coletânea tem uma parte inédita em inglês.

Com a tradução de um novo Ace Attorney, eu não podia deixar de prestar atenção nos nomes oficiais em inglês dos personagens. Por exemplo, a repórter que trabalha para Lotta Hart ganhou o nome Tabby Lloyd (um trocadilho com a palavra tabloide) e o novo promotor que é central aos conflitos de Investigations 2 é chamado Eustace Winner. Nomes na série são muito importantes para contar a história dos personagens, então é muito bom ver versões oficiais em inglês para eles.

Investigando a cena do crime

Como o próprio nome do jogo indica, as investigações criminais são um elemento central da experiência. Em vez de usar o esquema de point-and-click em primeira pessoa utilizado nos jogos principais, Investigations nos deixa assumir o controle direto de Miles Edgeworth e andar de um lado para outro nas cenas dos crimes.

Nesse sentido, uma coisa que chama a atenção na coletânea é a forma como podemos escolher entre o estilo pixel art antigo e as artes em HD. No caso do jogo, não dava para simplesmente aplicar um filtro para fazer com que ele magicamente fosse atualizado, então foram criadas artes totalmente novas com base no visual tradicional dos personagens.

As pixel arts tinham certas modificações e as artes HD tentam ser mais fieis aos retratos dos personagens com apenas alguns ajustes para um formato levemente “chibi”. Ambos os estilos são charmosos, mas confesso que gostei muito da versão nova e acredito que a maioria dos jogadores ficarão satisfeitos com essas artes.

Além das novas artes de personagens, é importante ter em mente que a investigação envolve interagir com vários elementos do cenário em busca de pistas. Uma vez que o jogador se movimenta até a área de interesse, uma janela de interação aparece e é fácil saber se já tivermos explorado totalmente uma área, pois haverá um checkmark nesse botão da interface.

Lógica, xadrez e disputas

Uma mecânica especial de AA Investigations é o sistema de lógica. A ideia é juntar pedaços de informação obtidos para que Edgeworth faça inferências. Como um quebra-cabeças, as peças precisam ser encaixadas e apenas a combinação correta funciona. Não dá para simplesmente fazer tentativa-e-erro porque já é possível tomar bastante dano na “barra de vida” mesmo com pouca quantidade de pistas nos capítulos iniciais.

Já no início de Ace Attorney Investigations 2 somos apresentados a uma espécie de disputa de argumentos com inspiração no xadrez, um esporte que Miles ama. A ideia desses momentos envolve escolher uma linha de perguntas, avaliar se o personagem está agressivo ou defensivo demais para falar e usar as opções de diálogo para “ganhar mais tempo” ou “pressionar imediatamente” um determinado ponto.

Tive a possibilidade de jogar os primeiros dois capítulos e achei bem divertido o sistema. Já tínhamos também que encarar as testemunhas e suspeitos com argumentação usando as evidências coletadas de forma similar aos tribunais da série principal, mas essa nova estrutura aumenta a relação dinâmica do protagonista com elas. Dá para ver como Miles força os seus “oponentes” a entregarem informações úteis e assim fica mais próximo da verdade.

Por fim, gostaria de mencionar que o jogo também conta com os elementos de modernização das coletâneas anteriores. Um bom exemplo disso é o “Story Mode” que resolve os desafios para o jogador que quer apenas acompanhar a trama e não tem muita habilidade para a investigação. A galeria com as ilustrações de destaque da trama também estará disponível, fazendo dessa uma chance ótima para os fãs mais fervorosos da franquia.

Uma chance de ouro

Com os primeiros capítulos dos dois jogos da Ace Attorney Investigations Collection, foi fácil ver o valor desse relançamento. Embora ainda não tenha como falar do pacote completo, teremos aqui belas ilustrações HD dos personagens e as comodidades dos relançamentos recentes, finalmente fazendo com que a franquia inteira (exceto o crossover com Professor Layton) esteja disponível nos sistemas modernos e possa ser aproveitada por todos os jogadores.

Revisão: Vitor Tibério
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Capcom


é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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