Marvel Super Heroes Vs Street Fighter é o patinho feio da franquia VS

Se após o primeiro lançamento de X-Men COTA, a sequência foi o engrandecimento da franquia para Marvel Super Heroes, a Capcom aplicou a mesma lógica para X-Men Vs Street Fighter (XvSF): após o primeiro crossover, trocou a equipe de mutantes por heróis e vilões de diversas outras franquias em Marvel Super Heroes Vs Street Fighter.

 

Diferente engine, mesma gameplay

Lançado nos arcades em 1997, o jogo também foi portado para o Sega Saturn, em 1998, e para o PlayStation, em 1999. Assim como os antecessores, a versão do console da Sony teve diversas adaptações por não ter memória RAM suficiente. O crossover, um dos destaques do game, por exemplo não existia no PlayStation, além de frames de animação serem cortados, entre outras coisas. Já a versão do Saturn foi exatamente igual ao port anterior, de X-Men Vs Street Fighter: usava o cartucho de expansão de memória de 4MB e foi lançado somente no Japão.

A engine do jogo, pela primeira vez, foi renovada. Ainda assim, o jogo manteve os aspectos dos antecessores, com super pulos, golpes capazes de preencher a tela inteira, e animações típicas de desenhos animados.

Um dos melhores elencos até então

Muitos dos personagens já eram velhos conhecidos nesse ponto da franquia. Pela Marvel, temos os retornos de: Blackheart (Coração Negro), Captain America (Capitão América), Wolverine, Cyclops (Ciclope), Hulk, Omega Red, Shuma-Gorath e Spider-Man (Homem Aranha). Pela Capcom, retornavam: Akuma, Chun-Li, Dhalsim, Ken, M. Bison (Vega), Ryu e Zangief.  

Os novos desafiantes eram: Armored Spider-Man (Homem-Aranha blindado), Mephisto (Mefisto) e U.S. Agent (Agente Americano) pela Marvel; e Dan, Sakura, Dark Sakura, Mech-Zangief e Shadow pela Capcom. A Capcom ainda contava com o personagem Norimaro, feito em parceria com o comediante japonês Noritake Kinashi e disponível apenas nas versões japonesas do game. Dos novos personagens, apenas Dan e Sakura estavam disponíveis para livre escolha no menu, os demais eram personagens secretos que precisavam de códigos específicos na tela de seleção de personagens para poderem ser escolhidos.

Além deles, o boss final retornava: Apocalypse (Apocalipse) e praticamente da mesma forma, sendo um gigante que fica atrás do cenário e tendo apenas o braço e o rosto como locais que poderiam ser atacados.

Ao derrota-lo, as coisas eram diferentes de XvSF, e o jogador não enfrentava seu parceiro, mas sim um novo boss: Cyber-Akuma. Conhecido por ser um dos chefes mais difíceis de toda a franquia, seu principal diferencial é que era apenas um personagem, ao invés de uma equipe. Além disso, era uma versão melhorada de Akuma, tendo mais velocidade e golpes mais fortes. O personagem que acertasse o last hit em Cyber-Akuma, era o personagem que teria o seu final mostrado antes dos créditos do jogo.

O impacto na franquia e nos jogos de luta

O game trazia a proposta de corrigir alguns dos erros do anterior, especialmente a tela cheia de elementos o tempo todo e os diversos combos infinitos dos personagens. As mudanças não foram bem recebidas pelo público, o que causou a Capcom a abraçar a loucura na série a partir de então, em um crescimento que culminou no 3v3 de Marvel Vs Capcom 2 e 3.

Por fim, outro grande ponto de destaque do jogo é o narrador. Um dos primeiros mais hypados dos jogos de luta produzidos pela Capcom. Desde a abertura insana, até os gritos com nomes de especiais ao derrotarem um oponente com o golpe, passando pelo famoso “CHOSE YOUR ALTER EGO” logo na tela de seleção de personagem. Sem receios, este foi um dos narradores que serviu de exemplo sempre que a desenvolvedora procurava um anunciante que jogasse o clima no alto em seus jogos.

Marvel Super Heroes vs Street Fighter talvez seja a gema escondida da série VS, visto que logo depois dele o insuperável Marvel Vs Capcom foi lançado. O foco do jogo não foi tanto em inovação, mas sim em consertar o que era visto como problemático pela empresa, apenas para voltar atrás logo em seguida.

O game retornará na coletânea Marvel Vs Capcom Fighting Collection: Arcade Classics, que será lançado para Nintendo Switch, PlayStation 4 e PC (Steam), e será um dos que trará novidades: Cyber-Akuma será jogável nesta versão.

Revisão: Beatriz Castro