Análise: Valley Peaks é divertido e desafiador como uma escalada nas montanhas

Com uma ambientação aconchegante e uma jogabilidade simples, este jogo consegue ser agradável mesmo com uma dificuldade considerável.

em 05/08/2024

Produzido pela Tub Club e publicado pela Those Awesome Guys, Valley Peaks traz como principal elemento de jogabilidade um simulador de escalada simplificado. No controle de um sapo escalador, precisamos subir diversos picos para instalar antenas de rádios e cumprir nossas obrigações do trabalho. 

Mesmo que a tarefa de escalar seja difícil, este jogo traz uma ambientação super agradável que deixa a jogatina menos frustrante e uma série de mecânicas que incentivam o fator replay e recompensam nossa persistência com habilidades que facilitam nossa tarefa.

Escalando os 11 picos

Valley Peaks nos coloca na pele de um sapo com habilidades alpinistas que está a serviço de uma empresa que quer colocar antenas de rádio em Valley Peaks. Assim, nosso protagonista tem como objetivo escalar 11 picos e instalar os equipamentos necessários para que seu serviço seja concluído.




A região de Valley Peaks possui diversos locais de interesse. Além dos picos, há pequenos vilarejos, fazendas, lagos e florestas que podemos visitar para encontrar itens colecionáveis e novos personagens para conversar. Para os mais colecionistas, isso é uma característica que pode ser bem atrativa para aproveitar ainda mais o jogo.

Os 11 picos são categorizados em dificuldades que variam de uma a cinco estrelas. Cada um deles possui três rotas diferentes para chegar ao topo e temos a liberdade de escolher qual caminho seguir. Um grande destaque nesse sentido é o level design, que garante desafios únicos em cada rota, trazendo perspectivas inusitadas em relação aos picos.

Quanto ao audiovisual, o game tenta trazer um ar mais aconchegante para que o jogador não se frustre tanto durante a jogatina, já que a dificuldade fica bem elevada em certos momentos. Os gráficos possuem um estilo retrô muito charmoso, com cenários coloridos criados com elementos com poucos polígonos. A trilha sonora também segue esse estilo, cumprindo seu papel de dar um ar de tranquilidade ao game, mesmo não sendo tão marcante.



Controles precisos e desafios criativos

Mesmo tendo um certo aspecto de simulador de escalada, Valley Peaks não tenta ser algo sério e que exija controles precisos e uma jogabilidade complexa. Sua ideia consiste em utilizar controles de uma forma simples e superar desafios que se tornam mais difíceis com o avançar da campanha.

O grande diferencial é que controlamos os dois braços do nosso sapo de forma independente e, com eles, devemos interagir com os pontos de apoio presentes no percurso. Os picos mais básicos possuem pedras firmes e alvos de fácil acesso, mas, com o passar do tempo, elementos como plataformas móveis, trampolins e espinhos começam a aparecer e deixar a situação um pouco mais complexa.




Mesmo com o mundo aberto e a possibilidade de escolher qualquer montanha desde o início, o ideal é seguir a ordem de acordo com a dificuldade de cada caminho. O desafio aumenta progressivamente e, a partir disso, o jogador consegue dominar as nuances da jogabilidade de maneira muito natural. Mesmo que muitas quedas ocorram, é perceptível que as falhas são mais culpa do jogador que foi impreciso ou impaciente do que um desafio desnecessariamente difícil. 

Testando suas habilidades

Uma característica que acho interessante em Valley Peaks é a forma que o jogo incentiva a jogatina constante, mas sem deixar aquela sensação maçante de repetição. Isso é importante, pois a campanha principal não é muito longa e aumenta a vida útil consideravelmente.

Primeiramente, temos as três rotas de cada montanha. Completá-las nos garante itens que nos auxiliam em escaladas futuras, como um relógio que para o tempo e um drone que nos permite ver o ambiente e planejar nosso próximo passo. Esses itens não são obrigatórios para concluir a campanha, mas ajudam muito, principalmente nos níveis mais difíceis.




Quando completamos todas as rotas de um pico, é desbloqueado um modo speedrun em que devemos terminar um caminho dentro de um limite de tempo. Como prêmio, ganhamos itens que nos ajudam a consertar alguns maquinários espalhados pelo mapa e um cogumelo que funciona como a moeda do jogo.

Outro ponto que vale destacar são as missões secundárias. Mesmo que não sejam tão criativas, resumindo-se a nos fazer andar de um lado para o outro e coletar itens, elas acabam incentivando a explorar o mapa além dos picos. Assim, temos um contato constante com itens colecionáveis que contam um pouco mais da história do protagonista com seu pai e o desenvolvimento de Valley Peaks.



Uma escalada divertida

Valley Peaks oferece uma experiência encantadora, combinando um aconchegante e pequeno mundo aberto com desafios de escaladas divertidas e, por vezes, um pouco frustrantes. A jogabilidade simples e o excelente level design torna o jogo acessível e prazeroso, enquanto a variedade de rotas, missões e colecionáveis ajudam a aumentar a rejogabilidade de maneira considerável. Ainda que tenha alguns problemas em relação à variedade de missões, Valley Peaks é uma excelente recomendação para quem procura um jogo para passar o tempo e relaxar.

Prós

  • A estética retrô é charmosa e cria uma ambientação marcante;
  • A jogabilidade com poucos comandos é bem acessível;
  • O aumento progressivo de dificuldade é bem balanceado e garante que os jogadores evoluam aos poucos e estejam preparados para os desafios;
  • Há muitos elementos para aumentar a rejogabilidade;
  • O level design dos trajetos nos picos é excelente ao criar rotas únicas.

Contras

  • As missões secundárias são pouco elaboradas.
Valley Peaks — PC — Nota: 8.0
Revisão: Alessandra Ribeiro
Análise feita com cópia digital cedida pela Those Awesome Guys


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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