Análise: Steel Racer poderia ser uma boa corrida, mas é apenas uma voltinha

Escolha a pintura do seu bólido e dispute provas simples que chegam a lembrar um pouco os grandes clássicos do gênero.

em 13/08/2024
Os anos passam e a influência de Top Gear ainda se mantém firme e forte. Steel Racer traz a mesma fórmula de corrida arcade simples que criou uma legião de fãs há mais de 30 anos.

Só acelera

Steel Racer vem para ser aquele jogo que qualquer pessoa pode pegar para sair dirigindo pelas 50 pistas disponíveis, independente de ser um veterano dos anos noventa ou de nunca ter pego em um controle antes. O nosso carro de corrida até tem freio, mas nem será preciso usá-lo, pois mesmo na dificuldade mais difícil é bem tranquilo ganhar todas as provas só segurando o gatilho do acelerador e fazendo curvas quando necessário.

Toda essa facilidade evidencia o ponto mais crítico do jogo, que é a falta de alguma nuance na jogabilidade. A sensação de velocidade é fraca, e para um título de corrida isso é algo importante, não é mesmo? Por mais que haja um botão para nitro, usar toda a força do motor não causa aquele impacto de acelerar um carro de corrida.

Também não há nada que diminua nosso ímpeto. Colidir com outro carro não nos atrasa a ponto de termos todo um trabalho para lutar pela nossa antiga posição. Sem contar que andamos sempre estritamente dentro da pista, sem a oportunidade de errar uma curva e sofrer com a lentidão do terreno dos cantos.

Vale ressaltar que é possível fazer upgrades no nosso carango. Ao todo são cinco melhorias para torná-lo mais veloz, mas infelizmente não dá para sentir nenhuma evolução, pois tudo permanece fácil como se fosse a primeira corrida.

Para efeito de comparação, posso usar os clássicos Top Gear ou Out Run, ou algo mais novo como o brasileiro Slipstream. Todos eles, mesmo de maneira simples, deram um jeito de trazer algum tipo de variedade para a jogabilidade, seja com uma maneira mais diferenciada de entrar nas curvas ou com uma dificuldade mais aguda.

Mas que bela paisagem, não?

Se na jogabilidade Steel Racer peca, nos visuais a coisa melhora pelo menos um pouco. Os gráficos coloridos em alta definição e estilo 16-bits sempre são uma ótima escolha, e nesse quesito houve um bom trabalho ao criar os ambientes nos quais se passam as corridas. Temos que disputar posições em meio à paisagens urbanas, nevadas, praianas, florestais e montanhosas. Pena que ao todo são poucas.

Fora as corridas, controlamos nosso pequeno piloto em uma espécie de garagem dividida em cinco seções, dentro das quais estão 10 corridas cada, todas elas em um mesmo ambiente. Ou seja, são poucos lugares diferentes para muitas pistas. Mesmo que bonitos, coloridos, e até criativos, com túneis e algumas variações climáticas, seria legal ter um cenário diferenciado nem que fosse para a prova final de cada dezena.

Pelo menos a trilha sonora consegue tornar as coisas mais divertidas, trazendo um pouco da nostalgia noventista com competência e sutileza, sem pesar demais em coisas sintéticas e sons genéricos.

Um passeio beeeeeeeeem tranquilo

Steel Racer é um título que até tenta evocar o bom espírito dos arcades de corrida dos anos 90, mas derrapa ao deixar tudo muito fácil, a ponto de se tornar um pouco cansativo. Os visuais e trilha sonora até se esforçam para fazer com que as coisas fiquem mais interessantes, mas são ofuscados pela jogabilidade que necessita de alguns traços mais marcantes.

Prós

  • Grande variedade de pistas;
  • Ótimo trabalho visual e sonoro;
  • É um bom jogo para iniciantes.

Contras

  • Poucas paisagens para muitas pistas;
  • A jogabilidade é simplista demais, carecendo de algo que trouxesse uma característica única para o jogo;
  • A dificuldade baixa, aliada à também baixa sensação de velocidade, pode tornar o ritmo um pouco arrastado.
Steel Racer — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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