Jogamos

Análise: Creatures of Ava é uma aventura aconchegante por um mundo em perigo

Explore Ava em uma missão de resgate com a ajuda de criaturas exóticas.

em 08/08/2024

Desenvolvido pela Inverge Studios, Creatures of Ava é um jogo de aventura que nos leva a um planeta que precisa de ajuda. Na pele de uma exploradora, você aprenderá os costumes dos nativos e dominará técnicas para domar uma fauna composta por criaturas exóticas, que ajudarão a concluir essa importante missão.

Ava precisa de ajuda

Vic é uma exploradora espacial em uma missão extremamente importante. Após uma chegada turbulenta ao planeta Ava, um local que já teve intervenção humana no passado, ela precisa catalogar e resgatar a fauna local para preservar sua existência.


Ava está condenada por uma praga que está matando o planeta. Uma das principais consequências desta misteriosa doença é a contaminação dos animais, tornando-os extremamente agressivos e impossíveis de serem domesticados. Com a ajuda de um arqueólogo Naam chamado Nim’ar, Vic encontra um artefato, um bastão, oriundo de uma antiga civilização do planeta que seu novo amigo estuda há muitos anos.

O artefato se chama Nafitar e, por algum motivo, é capaz de dizimar a influência da praga que está assolando o planeta aos poucos. Vic e Nim’ar criam uma parceria para se ajudarem: a exploradora usa o conhecimento e as habilidades do bastão para ter êxito em sua missão, enquanto o Naam aproveita a oportunidade para aprender mais sobre os antigos habitantes de Ava.


Agora, Vic precisa viajar pelo planeta e explorar seus diferentes ambientes, aprendendo os costumes dos nativos para saber como domar os animais que precisa resgatar para concluir sua missão. A aventura tem um clima bem diferente do que estamos acostumados a ver em jogos de mundo aberto.

Conhecendo um mundo belo, mas machucado

Creatures of Ava é uma aventura em mundo aberto em que assumimos o papel de Vic em sua expedição de resgate dos animais de Ava. Com o auxílio de um antigo artefato chamado Nafitar, a exploradora precisa viajar pelo planeta, ajudar os Naam, desvendar segredos sobre a última vez em que os humanos estiveram no planeta e aprender com os nativos como se comunicar e interagir com as criaturas que precisa salvar.

A missão de Vic consiste basicamente em duas atividades: catalogar, por meio de fotografias, a fauna de Ava e ser capaz de adestrar os animais para que possa transportá-los para uma arca, garantindo sua sobrevivência. Ao explorar Ava, a garota deve, sempre que possível, registrar os animais na Avapédia, uma enciclopédia para catalogar os dados sobre as criaturas do planeta.

Para domá-los, Vic deve aprender com os habitantes de cada região do planeta uma canção para tocar com sua flauta. É por meio do instrumento que ela interage com os animais e pode, inclusive, controlá-los para realizar algumas atividades e resolver pequenos puzzles ambientais que permitirão o acesso a novas áreas e a revelação de outros segredos.

Porém, alguns animais já estão afetados pela Aflição, a praga que está assolando o planeta. É neste momento que entra em cena o Nafitar, um artefato antigo datado de muitos anos antes do estabelecimento dos Naam no planeta. O objeto é capaz de purificar qualquer coisa que tenha sido contaminada, principalmente os animais, permitindo a interação e desobstruindo passagens afetadas pela praga.

O jogador tem total liberdade para explorar Ava como quiser, ficando limitado apenas a áreas que exigem o desbloqueio de uma nova habilidade do Nafitar para permitir o acesso ou a interação necessária. O ideal é seguir o roteiro principal da narrativa, pois desse modo o mundo de Ava começará a se expandir de forma mais orgânica e organizada.


Ao purificar animais e objetos, interagir com o ambiente e, principalmente, criar registros na Avapédia, Vic obtém pontos de experiência que lhe atribuem pontos de habilidade para serem usados no desbloqueio de novas técnicas em sua árvore de habilidades. São, basicamente, incrementos de poder para o Nafitar e melhorias para as diferentes magias que o artefato pode conjurar, ajudando o jogador durante sua jornada.

Uma aventura mais leve para os padrões atuais

Diferente de outros jogos de mundo aberto atuais, que contam com aspectos mais aprofundados na exploração ou combate, Creatures of Ava tem uma abordagem mais leve, priorizando a experiência do jogador enquanto ele explora e aprende sobre o planeta. Não há mecânicas muito elaboradas, e até mesmo o combate é diferente, pois a dinâmica de usar o bastão Nafitar para purificar os animais se mostra mais amigável para quem não gosta de "bater".


O jogo dá mais ênfase para que o jogador aprenda a interagir com os animais, registrando fotos, domando-os e usando suas habilidades para resolver as situações que surgem pelo caminho. Claro, sem deixar de lado aquela sensação agradável de explorar o mundo e descobrir novidades.

Rhianna Pratchett assina o roteiro do game. Ela também foi responsável pelos roteiros de Tomb Raider e Rise of the Tomb Raider, os dois primeiros jogos da nova trilogia de Lara Croft, além de diversos outros jogos. A história de Creatures of Ava não é a mais empolgante, mas consegue prender nossa atenção com personagens bem escritos e um ritmo tranquilo, apresentando, aos poucos, o mundo de Ava.

Esse ritmo transmite a vibe mais aconchegante do título, ideal para quem busca algo menos intenso ou elaborado dentro do gênero de mundo aberto. Sempre haverá algo para fazer em Ava, mas sem a sensação de uma tonelada de atividades simultâneas em uma única área, evitando inflar de forma desnecessária o tempo no jogo.

Cada nova sessão de jogo rendia boas horas de exploração, descobrindo novas criaturas e suas habilidades, além de aprender mais sobre a história do planeta e o misterioso passado da protagonista, que já nos deixa intrigados na cutscene inicial. São mistérios agradáveis de resolver em uma experiência amigável e convidativa para quem gosta de aventura.

Esse Animal Planet tá diferente

Creatures of Ava oferece uma experiência única dentro do gênero de mundo aberto, focando mais na interação com a fauna local e na exploração pacífica do que em mecânicas complexas de combate. Com uma narrativa tranquila e personagens bem desenvolvidos, o jogo é ideal para quem procura uma aventura leve e envolvente. A dinâmica do artefato Nafitar e o uso das canções dos nativos para domar os animais adicionam uma camada interessante ao gameplay. 

Creatures of Ava é uma ótima opção para quem quer se aventurar em um mundo aberto sem a pressão de combates intensos e complexos. É uma escolha perfeita para momentos de relaxamento e apreciação da beleza e mistérios de um novo planeta.

Prós

  • Foco na interação com a fauna e na descoberta do mundo, sem mecânicas complexas de combate;
  • O roteiro de Rhianna Pratchett tem um ritmo agradável com personagens cativantes e linguagem amigável;
  • O uso do artefato Nafitar e das canções dos nativos para domar os animais adiciona uma camada única ao gameplay;
  • Ideal para jogadores que procuram uma experiência menos intensa e mais relaxante dentro do gênero de mundo aberto;
  • O sistema de catalogação de animais incentiva a exploração e a descoberta.

Contras

  • Pode não ser atraente para jogadores que buscam mecânicas de combate mais complexas e desafiadoras;
  • A narrativa e o gameplay mais lentos podem não agradar a todos os jogadores;
  • A trama, embora bem escrita, não é a mais empolgante dentro do gênero.
Creatures of Ava — PC/XSX — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut
Análise produzida com cópia digital cedida pela 11 bit studios

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.