Análise: Retro Revengers traz nostalgia aliada a bom humor e criatividade

Um grupo bastante atípico e fã de jogos antigos precisa combater o mal que assola os jogos retrô em mais uma loucura que só os videogames proporcionam

em 02/08/2024
Retro Revengers
traz uma sátira homenagem aos jogos dos anos 90 em formato de uma aventura plataforma clássica, com direito a poderes, frases de efeito e um vilão bastante clichê.

Diga não à modernidade!

Sobre o Japão flutua o Castelo de Ludens. Nele, vivem um grupo de streamers conhecidos por Retro Revengers: Ossan, Mao, Taicho, Matchan e Notchi. Eles são conhecidos por não se renderem à moda dos jogos 3D e focarem apenas nos bons e velhos jogos bidimensionais dos cartuchos que já fizeram sucesso no passado.

Ao decidir o que jogar em uma das transmissões, a fita escolhida não tinha nome, apenas o aviso de “ação ininterrupta”. Logo ela começa a brilhar e suga nossos protagonistas para um lugar desconhecido. O grupo logo descobre que isso foi obra do poderoso DOTA?, o Demônio dos Jogos Triple A. Agora, os heróis terão que dar um jeito de derrotar o tirano e retornar para casa.

Cada integrante dos Retro Revengers foi enviado para uma fase com um ambiente diferente, e foi recepcionado pelo seu herói virtual favorito, que deu uma breve explicação de que eles ganharam poderes especiais para concluir seu desafio: um deles pode arremessar facas; outro, grudar no teto após disparar um projétil; e um terceiro consegue arremessar um iô-iô para alcançar plataformas — isso só para citar alguns.

Essa alternância é interessante ao ponto de disfarçar o fato do jogo ser bem curtinho, mesmo sendo necessário finalizá-lo duas vezes para conseguir o verdadeiro final. Outro detalhe estranho, mas nem tanto para já consome jogos distribuídos pela Ratalaika, é que o troféu de platina é concedido já no primeiro término. Para quem quer aumentar a lista de conquistas, isso é sempre válido, mas confesso que seria interessante estender os troféus para as duas campanhas.

Ainda assim, há algo bem interessante que faz valer os quase 70 minutos jogados da aventura. A primeira run de Retro Revengers é um pouco mais tranquila, com sequências moderadas de inimigos baseados em cada ambiente.

Já a segunda pega um pouco mais pesado, misturando as criaturas de cada lugar e fazendo com que alguns trechos sejam realmente desafiadores. Claro que, para beneficiar o jogador, podemos trocar de personagem de acordo com a nossa necessidade.

Essa quebra no marasmo com uma dose de aleatoriedade dá um gás em quem achou a jornada anterior fraca. Infelizmente, as batalhas contra os chefes não seguem a mesma tônica, e são bastante tranquilas de serem superadas.

Que engraçadinhos, não?

A premissa por si só já é típica de qualquer título da era 8 ou 16-bits, mas como o humor já é algo declarado logo na primeira apresentação, ele acaba deixando o tom da ação mais leve e isso nos faz relevar, pelo menos um pouco, a duração curta de Retro Revengers. 

As cenas de diálogo contêm diversas tiradas que alfinetam tanto modelos vistos nos jogos, como as speedruns e New Game +, quanto alguns títulos mais famosos da atualidade, como League of Legends e Elden Ring. Há tiradas até mesmo com o destino do vilão principal e a possibilidade de uma sequência.

Outro elemento que tem um forte destaque é o visual retrô (ora, ora), que traz as cores vivas e animações da época 16-bits. Mesmo com essa vibe, não há a sensação de repetição ou cópia descarada, pois há originalidade dos heróis aos chefes e inimigos básicos. O mesmo vale para a trilha sonora, que acompanha de maneira bastante animada o ritmo da ação.

Ter tudo isso é muito bacana, mas ficaria melhor ainda se houvesse legendas em português, ainda mais para acompanhar as piadinhas e gracejos dos protagonistas de maneira mais clara.

Retro-divertido

Retro Revengers é daqueles títulos que prometem pouco, mas cumprem muito bem com a sua missão. É uma pena não ter mais fases e ser tão curto, pois esse grupo atípico de amigos com certeza conseguiria protagonizar ótimas aventuras.

Prós

  • Estilo colorido, bom humor e protagonistas carismáticos são uma combinação que cativa o jogador;
  • Cada herói tem um poder único que combina com a sua fase;
  • A segunda jornada aumenta a complexidade do desafio, misturando criaturas de todas as fases.

Contras

  • Mesmo requerendo ser completado duas vezes para obter o final verdadeiro, é um jogo curto;
  • As lutas contra os chefes são bem fáceis;
  • Ausência de legendas em português para acompanhar as piadas.
Retro Revengers  — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise feita com cópia digital cedida pela Ratalaika Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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