Análise: Retro Revengers traz nostalgia aliada a bom humor e criatividade

Um grupo bastante atípico e fã de jogos antigos precisa combater o mal que assola os jogos retrô em mais uma loucura que só os videogames proporcionam

Retro Revengers
traz uma sátira homenagem aos jogos dos anos 90 em formato de uma aventura plataforma clássica, com direito a poderes, frases de efeito e um vilão bastante clichê.

Diga não à modernidade!

Sobre o Japão flutua o Castelo de Ludens. Nele, vivem um grupo de streamers conhecidos por Retro Revengers: Ossan, Mao, Taicho, Matchan e Notchi. Eles são conhecidos por não se renderem à moda dos jogos 3D e focarem apenas nos bons e velhos jogos bidimensionais dos cartuchos que já fizeram sucesso no passado.

Ao decidir o que jogar em uma das transmissões, a fita escolhida não tinha nome, apenas o aviso de “ação ininterrupta”. Logo ela começa a brilhar e suga nossos protagonistas para um lugar desconhecido. O grupo logo descobre que isso foi obra do poderoso DOTA?, o Demônio dos Jogos Triple A. Agora, os heróis terão que dar um jeito de derrotar o tirano e retornar para casa.

Cada integrante dos Retro Revengers foi enviado para uma fase com um ambiente diferente, e foi recepcionado pelo seu herói virtual favorito, que deu uma breve explicação de que eles ganharam poderes especiais para concluir seu desafio: um deles pode arremessar facas; outro, grudar no teto após disparar um projétil; e um terceiro consegue arremessar um iô-iô para alcançar plataformas — isso só para citar alguns.

Essa alternância é interessante ao ponto de disfarçar o fato do jogo ser bem curtinho, mesmo sendo necessário finalizá-lo duas vezes para conseguir o verdadeiro final. Outro detalhe estranho, mas nem tanto para já consome jogos distribuídos pela Ratalaika, é que o troféu de platina é concedido já no primeiro término. Para quem quer aumentar a lista de conquistas, isso é sempre válido, mas confesso que seria interessante estender os troféus para as duas campanhas.

Ainda assim, há algo bem interessante que faz valer os quase 70 minutos jogados da aventura. A primeira run de Retro Revengers é um pouco mais tranquila, com sequências moderadas de inimigos baseados em cada ambiente.

Já a segunda pega um pouco mais pesado, misturando as criaturas de cada lugar e fazendo com que alguns trechos sejam realmente desafiadores. Claro que, para beneficiar o jogador, podemos trocar de personagem de acordo com a nossa necessidade.

Essa quebra no marasmo com uma dose de aleatoriedade dá um gás em quem achou a jornada anterior fraca. Infelizmente, as batalhas contra os chefes não seguem a mesma tônica, e são bastante tranquilas de serem superadas.

Que engraçadinhos, não?

A premissa por si só já é típica de qualquer título da era 8 ou 16-bits, mas como o humor já é algo declarado logo na primeira apresentação, ele acaba deixando o tom da ação mais leve e isso nos faz relevar, pelo menos um pouco, a duração curta de Retro Revengers. 

As cenas de diálogo contêm diversas tiradas que alfinetam tanto modelos vistos nos jogos, como as speedruns e New Game +, quanto alguns títulos mais famosos da atualidade, como League of Legends e Elden Ring. Há tiradas até mesmo com o destino do vilão principal e a possibilidade de uma sequência.

Outro elemento que tem um forte destaque é o visual retrô (ora, ora), que traz as cores vivas e animações da época 16-bits. Mesmo com essa vibe, não há a sensação de repetição ou cópia descarada, pois há originalidade dos heróis aos chefes e inimigos básicos. O mesmo vale para a trilha sonora, que acompanha de maneira bastante animada o ritmo da ação.

Ter tudo isso é muito bacana, mas ficaria melhor ainda se houvesse legendas em português, ainda mais para acompanhar as piadinhas e gracejos dos protagonistas de maneira mais clara.

Retro-divertido

Retro Revengers é daqueles títulos que prometem pouco, mas cumprem muito bem com a sua missão. É uma pena não ter mais fases e ser tão curto, pois esse grupo atípico de amigos com certeza conseguiria protagonizar ótimas aventuras.

Prós

  • Estilo colorido, bom humor e protagonistas carismáticos são uma combinação que cativa o jogador;
  • Cada herói tem um poder único que combina com a sua fase;
  • A segunda jornada aumenta a complexidade do desafio, misturando criaturas de todas as fases.

Contras

  • Mesmo requerendo ser completado duas vezes para obter o final verdadeiro, é um jogo curto;
  • As lutas contra os chefes são bem fáceis;
  • Ausência de legendas em português para acompanhar as piadas.
Retro Revengers  — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise feita com cópia digital cedida pela Ratalaika Games
OpenCritic
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Carlos França Jr.
é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no @carlos_duskman
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