Impressões: Galactic Glitch traz tiroteio roguelike intenso em tons neon

Lance objetos nos inimigos para sobreviver aos frenéticos embates deste título indie.

em 14/07/2024

Galactic Glitch é um shoot ‘em up espacial controlado por duas alavancas com um conceito único: por meio de poderes gravitacionais, é possível lançar asteroides e outros objetos para atacar inimigos. Essa ideia é explorada em combates de ritmo acelerado, com partidas que mudam constantemente com elementos de roguelike. Lançado em Acesso Antecipado, o jogo apresenta base sólida, mas ainda precisa de mais variedade.

Tentando escapar de uma simulação

Uma pesquisadora acabou presa em uma estação científica que foi tomada por uma estranha substância conhecida como Corrupção. Para tentar escapar, ela cria uma nave senciente que precisa encontrar uma saída em uma simulação tomada por glitches. A solução é simples: destruir tudo que aparece pelo caminho e dar um fim à Corrupção.


Na prática, Galactic Glitch é uma aventura de tiro de duas alavancas, uma para mirar e outra para mover. Além de atirar e esquivar, a nave conta com um mecanismo gravitacional que a permite agarrar e lançar objetos, como rochas, mísseis lançados pelos inimigos e até mesmo pequenas naves hostis. Há também um ataque especial que pode ser utilizado após preencher uma barra de energia.

Cada partida é estruturada em pequenas arenas em que precisamos derrotar todos os inimigos para avançar. Pelo caminho, coletamos poderes diversos que alteram as habilidades da nave, como lançar pedras elétricas, um campo de força que danifica alvos próximos, um tiro especial que lança um pequeno buraco negro que atrai oponentes, e mais.


Morrer significa perder os itens coletados e recomeçar a jornada desde o início. No entanto, é possível fortalecer a nave com inúmeras melhorias desbloqueadas ao custo de orbes que são mantidos entre as tentativas. Além dos incrementos, há também diferentes tipos de tiros e alterações no universo do jogo, como liberar salas especiais para incursões futuras. Com isso, aos poucos, as partidas ficam mais elaboradas e interessantes.

No frenesi colorido dos combates

Um bom shoot ‘em up precisa ter boas doses de caos, agilidade e diversidade, e, felizmente, Galactic Glitch atende a esses requisitos. Os controles são precisos e o ritmo das partidas é ágil, tornando-as empolgantes e divertidas. Apesar de ser bem colorido e com muitas coisas na tela, a ação é fácil de entender, permitindo-nos focar em simplesmente explodir tudo.


O grande diferencial aqui é a possibilidade de lançar objetos pelos cenários. É muito recompensador puxar um asteroide e jogar em um inimigo poderoso, interrompendo o seu ataque. Também é uma ótima opção de defesa: os detritos são ótimos para destruir tiros e outros perigos. No começo é meio complicado usar esses recursos, mas logo estava conseguindo fazer manobras avançadas, como capturar mísseis e lançar de volta nos inimigos.

Além de ser rápido no gatilho, é importante se adaptar, pois novos perigos e inimigos são introduzidos constantemente. Certas naves hostis só levam dano na parte de trás, então é necessário circundá-las para destruí-las; em uma área venenosa, o desafio é não ter a vida corroída pelas poças de ácido lançadas pelos monstros; já nos restos de uma armada, os inimigos usam camuflagem para nos surpreender com ataques sorrateiros. Cada inimigo exige uma estratégia diferente e a graça está em sobreviver às suas investidas combinadas.



Boas ideias que carecem de amadurecimento

Galactic Glitch foi lançado em Acesso Antecipado, já mostrando solidez nas mecânicas e na ambientação. Apesar de ser divertido, ainda há alguns aspectos que precisam melhorar.

O maior problema no momento é a variedade de situações. O jogo é um roguelike, o que significa que cada partida apresenta desafios e poderes únicos. Porém, no meu tempo de jogo, a implementação desse conceito é tímida: vi pouquíssimas variações de poderes e habilidades durante as partidas. Além disso, os confrontos contra inimigos poderiam ser mais diversificados, talvez com a inclusão de eventos especiais ou variações mais notáveis de oponentes. Por causa disso, há uma sensação de mais do mesmo.


Outro ponto que ainda precisa de polimento é a ambientação. Apesar de apresentarem alguns desafios próprios, as diferentes regiões são visualmente similares. Já no áudio, o jogo conta com uma única música para todos os estágios. Por fim, o design dos menus é um pouco básico demais e destoa do restante do jogo.

Questões desse tipo são esperadas em lançamentos no Acesso Antecipado, então só nos resta torcer para que esses detalhes sejam melhorados no decorrer do desenvolvimento.



Um tiroteio interessante, apesar de incipiente

Galactic Glitch é um promissor shoot 'em up espacial de ritmo vertiginoso. Combinando a movimentação e mira independentes, além do uso de poderes gravitacionais para manipular o ambiente, o jogo oferece combates dinâmicos e interessantes. A estrutura roguelike traz imprevisibilidade às partidas, mas a falta de variedade em poderes e inimigos pode tornar a experiência um tanto repetitiva. Apesar de algumas limitações comuns em lançamentos de Acesso Antecipado, Galactic Glitch já demonstra uma base sólida e promete melhorias futuras, que podem transformar o jogo em uma experiência ainda mais envolvente e diversificada.

Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Crunchy Leaf Games

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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