Análise: Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- Sweep the Board!: caçadores de demônios também merecem um tempo de lazer

Escolha seu personagem favorito da série e encare seus amigos em disputas de tabuleiro cheias de referências e minigames.

em 15/07/2024
Demon Slayer é um dos atuais queridinhos dos fãs de obras nipônicas. O mangá foi lançado em 2018 e, com a sua boa recepção pelo público, logo vieram as adaptações para outras mídias. O animê fez um sucesso enorme, com o seu arco mais recente sendo finalizado em junho deste ano.

Como já era de se esperar, Tanjiro, Nezuko e companhia também vieram parar nos games. Após o jogo de ação The Hinokami Chronicles, de 2021, agora o grupo de heróis se apresenta em uma abordagem mais leve e divertida com tabuleiros e minigames em Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- Sweep the Board. O jogo já havia sido lançado para Nintendo Switch em abril e agora chega para PS4, PS5, Series X e PC, via Steam.

Missões diurnas para combates noturnos

O esquema de jogo de Sweep the Board é bastante simples. Inspirado no ritmo do animê, percorremos o tabuleiro em um número de rodadas pré-definido, que pode variar entre 5, 10 ou 15. É consagrado vencedor aquele que obtiver mais pontos de caçador. Em caso de empate, o número de moedas acumuladas faz o desempate.

A ação é conduzida em dois períodos: o dia e a noite. Com a luz do sol, o objetivo é alcançar o corvo Kasugai, que estará em um ponto aleatório do mapa. Sempre que os quatro jogadores completarem a rodada e não alcançarem a ave, será iniciado um minigame de todos contra todos ou dois contra dois.

Assim que um dos jogadores encontra o corvo, o tempo passa e a partida muda de dinâmica com a chegada da noite. Os demônios (ou onis, para quem preferir) aparecem pelo tabuleiro e a meta agora é alcançá-los, para iniciar uma batalha. Além disso, o jogador que está em último lugar irá receber o auxílio de Nezuko, que jogará um dado extra para dar uma ajuda para alcançar os outros.

Essa alternância de períodos retrata bem o que os personagens passam em cada arco da saga, e isso é complementado por diversos outros fatores. Cada um dos cinco tabuleiros faz menção à uma temporada do animê: 
  • No primeiro somos levados ao início de tudo, com o primeiro treinamento dos caçadores de demônios;
  • O segundo é a luta na mansão, com direito a toques de tambor que mudam nossa posição aleatoriamente;
  • O terceiro traz os eventos tratados no longa Mugen Train, com direito a viagens de trem pelo tabuleiro para cortar caminho;
  • O quarto traz a batalha contra uma Lua Superior no Distrito do Entretenimento;
  • O quinto e último reproduz o combate ocorrido na Vila dos Ferreiros.
O último arco transmitido do animê, o Treinamento Hashira, não está disponível no lançamento do jogo, mas já foi anunciado que será adicionado posteriormente por meio de DLCs gratuitos.

Por falar em referências, temos à nossa disposição para escolha os protagonistas Tanjiro, Inosuke e Zenitsu, além dos Hashiras Giyu Tomioka, Shinobu Kocho, Kyojuro Rengoku, Mitsuri Kanroji, Obanai Iguro, Sanemi Shinazugawa, Gyomei Himejima e Tengen Uzui. Cada um deles conta com um dado comum e seu dado particular, que oferece uma jogada mais arriscada.

Uzui, por exemplo, é adepto do tudo ou nada. Seu dado tem duas faces com o número 0, duas com o número 12 e duas que concedem algumas moedas. Vai do jogador querer tentar um movimento mais ousado e deixar a sua sorte falar mais alto.

Explorar as particularidades de cada tabuleiro, com as devidas interações e referências, é um prato cheio para quem é fã da saga, mas não esconde um pequeno problema: a repetição. Mesmo uma partida mais curta, de cinco minutos, pode se tornar extremamente repetitiva e arrastada caso os jogadores estejam em uma maré de azar enorme e só tirem números baixos.

Essa sensação pode ser suavizada jogando com mais de uma pessoa, pois um jogo de tabuleiro é muito mais interessante quando se está acompanhado. Sweep the Board pode contar com até quatro participantes, de maneira local ou online. No entanto, como recebemos a cópia do jogo para análise antes do seu lançamento oficial, não foi possível testar partidas em rede.

Entre treinamentos e diversões

Após completarmos cada tabuleiro uma vez, sem a necessidade de vitória, liberamos os minigames para serem jogados livremente no menu inicial. É uma alternativa mais direta para quem quer experimentar todos eles, já que, ao jogarmos no tabuleiro, os minigames não são escolhidos pelos participantes, mas sim aleatoriamente. Isso faz com que haja a repetição desigual de algumas provas, enquanto outras mal dão as caras.

Nesse formato, de só selecionar o minigame e partir direto para a ação, podemos escolher uma partida simples ou enfrentar uma disputa de até cinco provas, individuais ou em duplas. Ao todo, temos à disposição 29 tipos de gincanas diferentes, incluindo a possibilidade de reprisar as batalhas com os demônios encontradas nos tabuleiros.

Nenhum dos minigames é complexo. Há uma alternância grande entre os divertidos e aqueles que são bobos, mas todos, sem exceção, conseguem reprisar bem algumas situações divertidas do animê. 

Três que chamam a atenção são: o exercício de concentração, no qual temos que acordar Tanjiro antes que ele passe mal; a confecção da espada de Inosuke, na qual temos que fazer fendas na lâmina com uma pedra, mas sem chamar a atenção dos outros; e uma espécie de Guitar Hero, na qual Zenitsu toca um shamisen enquanto está disfarçado durante o arco do Distrito do Entretenimento.

Dos mais sem graça, destacam-se negativamente todos que são jogados em dupla. Eles são apenas disputas esportivas, como badminton, guerra de bolas de neve, descidas em trenós e acertar pares de um jogo da memória. Claramente foram incluídos para alterar a dinâmica dos jogadores, mas se tornam bem menos interessantes que os demais, a ponto de serem esquecíveis.

Já as lutas contra os demônios, que no caso são uma reprodução dos combates contra as Luas Inferiores e Superiores que acontecem no animê, trazem um aspecto mais colaborativo. Elas se destacam por, além de exigirem bem mais atenção dos envolvidos, mesclar belas cenas inspiradas nos golpes dos caçadores de demônio.

Concluir os minigames separadamente, assim como partidas nos tabuleiros, concede ao jogador tickets de sorteio. É por meio deles que liberamos os colecionáveis de Sweep the Board, que são carimbos de expressão, fotos de avatar e até alguns trajes.

Entretanto, mesmo com 12 personagens, poderia haver uma seleção maior de itens cosméticos, como algumas variantes interessantes que temos no animê. Nem todos os Hashiras têm uma segunda roupa, e referências para trazer isso existem de sobra. Como os tickets são ganhos em quantidades bem generosas, é bem rápido comprar tudo e ficar com um acúmulo deles que não serve para nada depois.

Para caçadores iniciantes e Hashiras

Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- Sweep the Board traz uma abordagem criativa e mais leve do animê, ideal para quem quer explorar o universo de Demon Slayer em partidas com os amigos. Jogar sozinho talvez torne as coisas um pouco mais arrastadas, mas ainda assim é uma ótima opção para quem é fã da saga e curte jogos de tabuleiro.

Prós

  • Os tabuleiros baseados nos arcos do animê trazem ótimas referências;
  • A mudança de dinâmica entre o dia e a noite tornam as partidas mais interessantes;
  • Alguns minigames reproduzem situações divertidas;
  • As lutas contra os demônios trazem ótimas animações e um desafio mais bacana.

Contras

  • Jogar sozinho pode tornar até mesmo as partidas mais curtas um pouco arrastadas;
  • Os minigames para se jogar em dupla são desinteressantes;
  • Poderia conter mais colecionáveis e trajes alternativos para os personagens;
  • Não há o que ser feito com os tickets acumulados após liberarmos tudo;
  • Alguns minigames são repetidos com uma frequência muito alta nos tabuleiros.
Demon Slayer -Kimetsu no Yaiba- Sweep the Board! — PC/PS4/PS5/Switch/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise feita com cópia digital cedida pela Sega

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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