Análise: Aerial_Knight’s We Never Yield combina música e velocidade em uma empolgante jornada por um reino devastado

Mesmo com sua jogabilidade simples, este jogo consegue apresentar uma aventura divertida e desafiadora para jogadores de diferentes níveis.

em 25/07/2024

Aerial_Knight’s We Never Yield
é o novo game produzido pelo desenvolvedor Aerial Knight junto da BetaJester e publicado pela Headup. Assim como seu antecessor, ele traz a dinâmica de um endless runner ambientado em mundo afrofuturista, onde dois irmãos devem correr pela sua liberdade e reconquistar o que lhes é de direito. Um dos seus grandes destaques é a ambientação, composta por cenários lindos e uma trilha sonora eletrizante que dita o ritmo da aventura. No entanto, sua jogabilidade pode desagradar os mais exigentes por conta da sua simplicidade.

Corrida sem fim

Em Aerial_Knight’s We Never Yield, acompanhamos Wally e Lone, uma dupla de irmãos que, após se libertarem de uma prisão, lutam para voltar ao trono do reino de onde foram expulsos. Para isso, eles precisam superar diversos obstáculos e encontrar uma forma de restaurar a paz e salvar seu povo do mal que os assola.




Apesar de não ter um foco no desenvolvimento da história, o jogo tenta explorar um pouco do contexto dos protagonistas, abordando questões do seu passado e problemas familiares. No geral, vemos algumas breves cutscenes e diálogos que não agregam muita coisa à jogatina. Dessa forma, o grande foco do game é trazer uma ambientação bem trabalhada e uma jogabilidade simples para superar suas fases.

We Never Yield consiste em um runner automático — os personagens se movimentam sozinhos — e nossa função consiste em superar obstáculos com uma das quatro ações disponíveis: saltar; atacar; deslizar; e interagir. Jogando sozinho o desafio é dobrado, pois temos que comandar ambos os personagens ao mesmo tempo e prestar atenção em dois pontos distintos da tela.




Para facilitar um pouco, há um modo de jogo que permite controlar apenas um dos irmãos durante a campanha, o que é uma opção atrativa para quem precisa de mais tempo para se adaptar. Além disso, há uma mecânica de slow motion ativada toda vez que precisamos agir, o que facilita bastante o progresso.

A campanha é dividida em cinco capítulos, com três fases cada um. Cada uma dessas fases duram uma média de 5 minutos, mostrando como o jogo é curto, mas que são prolongadas pelas inúmeras tentativas que precisamos para completá-las. Nosso desempenho é avaliado em até três estrelas, variando de acordo com o número de mortes,  que podem ser usadas para desbloquear itens cosméticos. 

Um belo mundo afrofuturista 

Os aspectos audiovisuais são um dos destaques de Aerial_Knight’s We Never Yield, que conta com uma ambientação baseada na cultura africana, mesclando templos e elementos mágicos. Esses elementos compõem os cenários nos quais corremos, sendo utilizados principalmente em obstáculos  e na caracterização dos protagonistas, que possuem visuais estilosos e que refletem bem as suas personalidades.




É possível observar muitas limitações, como texturas simples, repetição constante de elementos e alguns cenários de fundo com pouquíssimos detalhes, mas é algo aceitável visto a limitação que um jogo indie costuma ter. De qualquer forma, a construção de mundo é super interessante e encaixa bem com a proposta da história.

Ainda nesse quesito, vale destacar a trilha sonora que mistura batidas de hip hop e rap que dão uma pegada épica às fases. Mesmo não sendo um jogo de ritmo, as músicas ajudam a dar uma dinâmica ao game combinando as batidas com as movimentações dos personagens. Para quem decidir jogá-lo, fica a recomendação para usar fones de ouvido.



Jogabilidade simples, mas sem brilho

Ao mesmo tempo que a jogabilidade de We Never Yield é uma de suas virtudes, sendo muito fácil de entender e acessível para muitos jogadores, ela acaba se tornando uma limitação muito grande ao jogo. Digo isso, pois ela é a mesma do início ao fim, não tendo novidades significativas ao longo da jogatina, e trazem aquela sensação de repetição rapidamente. 

Na prática, a campanha inteira se resume em acertar quick time events e reiniciar a fase em caso de erro. Para tentar dar mais dinamismo, é comum que o ângulo da câmera seja alterado e mude a nossa perspectiva do cenário. Dessa forma, nossa abordagem para realizar as ações muda um pouco.




No fim das contas, acredito que o modo cooperativo faz mais sentido ser usado. É uma forma de aproveitar o desafio máximo do jogo, mas também de ter alguém do seu lado para dividir as obrigações e não tornar a experiência tão frustrante. Controlar apenas um protagonista não é tão divertido, mas controlar dois pode ser uma barreira de progresso para muitos jogadores.

Corra pela sobrevivência

Aerial_Knight’s We Never Yield tem suas limitações, mas traz elementos o suficiente para atrair os jogadores que procuram desafios e um multiplayer para curtir com os amigos. A ambientação, que conta com cenários bem-elaborados e uma trilha sonora excelente, cria uma atmosfera única, assim como o estilo adotado para os protagonistas. Mesmo que a jogabilidade deixe um pouco a desejar, ele é uma ótima recomendação para quem procura um jogo curto e desafiador, principalmente se você tem um amigo para dividir o controle.

Prós

  • A ambientação é belíssima, combinando elementos da cultura africana com tecnologia;
  • A trilha sonora baseada no hip hop e rap é excelente e dita o ritmo das fases;
  • O modo cooperativo é ótimo para balancear a dificuldade;
  • A jogabilidade simples e a mecânica de slow motion ajudam os jogadores novatos a se adaptarem rapidamente;
  • O sistema de avaliação em estrelas é um bom motivador para revisitar as fases;

Contras

  • A jogabilidade é repetitiva, resumindo-se a acertar quick times events;
  • Alguns elementos são bem limitados graficamente;
  • O modo solo pode ser frustrante, principalmente nas dificuldades mais elevadas;
Aerial_Knight’s We Never Yield — PS5/PS4/XSX/XBO/PC — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Beatriz Castro
Análise feita com cópia digital cedida pela Headup


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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