Blast Test

Impressões: Demonschool demonstra promessa em seus combates táticos

O jogo da Necrosoft apresenta um sistema de batalha empolgante em sua nova demo.

Entre os vários títulos que experimentei na LudoNarraCon 2023, Demonschool é um dos que mais havia chamado a minha atenção. Com um sistema tático empolgante em um contexto de combate contra criaturas sobrenaturais, é um jogo que estou aguardando ansiosamente e deve sair ainda em 2024 para PC (Steam), PS4, PS5, Xbox Series X|S e Switch.

Felizmente, tive a sorte de jogar antecipadamente a demonstração que estará disponível no Festival Steam Vem Aí. Tendo esta pequena parcela do título da Necrosoft em mãos, continuo tendo altas expectativas para o resultado final e compartilho neste texto as minhas impressões da demo.

Demônios e rituais

Demonschool conta a história de uma jovem garota chamada Faye, uma caçadora de demônios que se muda para a ilha Hemsk como parte de sua missão. Junto com colegas do colégio, ela cria um Clube de Magia Negra e começa a investigar eventos sobrenaturais na região.

Na demonstração, temos a chance de vivenciar um trecho da história no qual Faye e seus amigos acabaram de coletar uma fita VHS que mata as pessoas que a assistem em três dias. Já começamos nesse ponto, com uma pequena recapitulação e a introdução da segunda semana da aventura.

Logo ficamos sabendo que portais para o mundo dos demônios estão aparecendo por toda a ilha. Para resolver a situação, precisamos investigar o que está acontecendo e coletar os artefatos que abrem essas conexões.
Nossa missão então é encontrar um pincel do mundo dos demônios. Por sua origem, esse artefato poderia ser usado para rituais sombrios poderosos. Isso leva nossos personagens a investigar as áreas da escola e arredores na demo.

Neste trecho da experiência, podemos notar que há múltiplos grupos envolvidos nessas conspirações nefastas de rituais sombrios. Fiquei bastante curioso para ver esses detalhes mais a fundo na versão completa, aprendendo mais sobre as relações dos personagens.

Combate que exige planejamento

Um ponto que chama a atenção em Demonschool é o combate. Temos um esquema de turnos com formação tática, exigindo que o jogador coordene a sua equipe de quatro personagens de forma estratégica.
 
No contexto das batalhas, o posicionamento dos personagens é fundamental e é importante entender as diferenças entre eles. Faye e Destin podem se movimentar nas diagonais ou para a lateral, atingindo inimigos com golpes físicos. 
 
Enquanto isso, Namako usa sua câmera para paralisá-los e deixá-los mais vulneráveis a ataques. Por fim, Knute é responsável por curar nossos personagens ao se aproximar deles. Os quadrados disponíveis mudam de acordo com o personagem e é possível usar um sidestep para ampliar o leque de ações disponíveis.
Entendendo a lógica de posicionamento dos inimigos, podemos fazer com que um único ataque cause um efeito dominó e atinja vários demônios. Porém, também precisamos lidar com uma restrição de ação peculiar que são os pontos de ação (AP). São eles que determinam quantas coisas podemos executar em um turno.
 
Tendo em mente todo sistema de causa e consequência dos golpes e a forma como os potenciais de ação não são óbvios, Demonschool usa um sistema de planejamento. Similar ao utilizado na série de RPGs de turno The Caligula Effect, a ideia aqui é escolher as ações primeiro e ver como elas seriam realizadas. Só após escolher todos os movimentos, é que “damos play” e os personagens executam os comandos.

Como o AP é compartilhado entre os personagens, podemos distribuir ações entre nossos aliados ou tentar focar mais em um aliado só. Porém, cada vez que usamos uma unidade, o custo da próxima ação aumenta em um ponto, fazendo com que o jogador precise calcular com bastante cuidado as decisões mais estratégicas para aquele turno.
Vale destacar que ao final do combate somos avaliados de acordo com o nosso desempenho. As batalhas da demo envolvem derrotar um número X de demônios para depois realizar um selamento da área. Não é necessário destruir todos os inimigos para concluir a tarefa e, se conseguirmos concluir tudo em três turnos com nossos aliados intactos, teremos a melhor avaliação, ganhando mais créditos.
 
Só com esta demo e a anterior, já foi possível ver como esse sistema de combate tem potencial. A simples alteração de ordem de movimentos e ataques pode trazer um grande impacto no dano causado a inimigos, ativando golpes combinados, por exemplo. Fico na expectativa para ver o quanto esse sistema será explorado e que desafios adicionais o jogo completo trará com seus inimigos.

Exploração e rotina

Outro ponto que fica mais claro na nova demo é a exploração. Temos acesso a um menu com várias áreas da ilha, incluindo prédios da escola. Avançar a trama envolve conversar com algum personagem marcado no mapa, mas, antes disso, podemos ir para quaisquer outras localidades conversar com NPCs e buscar eventos opcionais.
 
Na demo, é possível ver quests adicionais que envolvem brigar com mais demônios e eventos que fortalecem o relacionamento de Faye com os outros membros da equipe. Em alguns momentos, podemos fazer escolhas que levam a dar preferência a um personagem ou outro nesse sistema de relacionamentos, o que é bem indicado na demo, facilitando a decisão estratégica do jogador.
Avançar o roteiro implica em mudar o horário e dia do jogo, fazendo assim com que a lista de eventos mude. Pela demo, fica a impressão de que o jogo final deve ter vários eventos opcionais que podem ficar indisponíveis com o tempo, mas há sinalizações claras para evitar que isso se torne um problema real de execução em vez de uma escolha do jogador.
 
Também foi possível ver que haverá um esquema de rotinas de estudos que impactarão o desenvolvimento dos personagens. Não foi possível entender muito bem esse aspecto do jogo, mas espero que isso traga um pouco mais de elementos de RPG à versão final, pois na demo não temos como testar elementos de build e evolução de longo prazo dos personagens.

Potencial em desenvolvimento

Demonschool
tem um enorme potencial como um título tático, explorando um esquema no qual precisamos dominar a movimentação e posicionamento estratégico dos personagens. Ainda é cedo para avaliar os elementos de longo prazo de evolução do combate e de builds dos aliados, mas este pode ser um grande destaque do gênero tático se esses aspectos forem bem trabalhados.

Revisão: Beatriz Castro
Texto de impressões produzido com demonstração cedida pela Ysbryd Games


é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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