Desenvolvido pela Skydevilpalm e por Julian Creutz e publicado pela Apogee Entertainment, Quest Master é um jogo de ação e construção de dungeons que teve muita inspiração em The Legend of Zelda. Com um sistema de criação robusto e uma jogabilidade bem desenvolvida, o jogo já demonstra potencial para conquistar um lugar nos corações de quem está esperando um “Zelda Maker” da Nintendo.
Um robusto construtor de mundos
De maneira prática, Quest Master é um jogo focado na construção e compartilhamento de fases, incorporando muitas mecânicas vistas em The Legend of Zelda. Em termos de jogabilidade, temos um protagonista que está armado com uma espada e deve explorar dungeons para coletar um artefato mágico e completar sua missão. Para isso, é necessário derrotar inimigos, solucionar puzzles e, ocasionalmente, enfrentar um poderoso chefe para avançar.
Além disso, o protagonista pode abrir baús para coletar chaves que abrem portas e equipar-se com novas armas, como bombas que explodem portas escondidas e bumerangues para atacar a distância, além de interagir com itens como trampolins e carrinhos de mina. Suas mecânicas são visualmente similares aos títulos 2D da franquia Zelda, tendo, inclusive, um modo multiplayer local para até três pessoas, semelhante aos jogos cooperativos da série, como Four Swords (GBA) e Four Swords Adventures (GC).
No entanto, o principal elemento explorado nesta versão de Acesso Antecipado é o sistema de criação de fases. Sendo simples e fácil de entender, ele permite a construção de dungeons a partir de um catálogo de elementos com um simples "clique e arraste". Esses elementos são categorizados em terrenos, itens, inimigos, interativos e engenhocas. Mesmo com uma quantidade limitada é possível criar fases bastante elaboradas.
A facilidade em criar, apagar, refazer e testar torna a jogatina mais agradável, principalmente quando se utiliza o combo mouse + teclado, que é mais intuitivo e preciso do que o controle. Com poucas horas de jogo, eu já havia dominado a ferramenta e construía dungeons com bastante agilidade, sendo a criatividade meu único limitador. A atual versão já permite muitas possibilidades, como construir múltiplos andares, combinar itens, elaborar puzzles com alavancas e pisos flutuantes, entre muitas outras opções.
No entanto, a interface precisa de melhorias. Navegar pelo catálogo pode ser desgastante, pois ele fica posicionado na lateral da tela e exibe poucos itens de uma vez. Mesmo com um atalho para cinco itens, é necessário navegar constantemente entre as abas para localizar algo específico. Além disso, algumas ferramentas estão dispostas em uma barra na parte inferior da tela, que é desnecessariamente grande considerando seu conteúdo.
Uma possível melhoria seria inverter esses dois elementos, facilitando o processo de criação. Uma barra de pesquisa de itens e um atalho rápido para mais elementos também seriam úteis para agilizar o processo. Esses problemas não estragam a experiência, mas à medida em que mais itens forem adicionados nas futuras atualizações, a navegação pode ficar mais lenta e custosa.
Por fim, para publicar uma dungeon, é necessário que você complete o nível pelo menos uma vez, o que evita que fases impossíveis sejam disponibilizadas para a comunidade. Acessar as fases de outros jogadores também é simples: basta interagir com um mural que as organiza em categorias como as mais jogadas, novas tendências e as mais favoritas. Isso funciona como um bom filtro para curtir as melhores experiências e pegar ideias criativas de outros criadores.
Futuras atualizações
Com lançamento previsto para o final de 2024, Quest Master ainda receberá muitas atualizações nos próximos meses. Segundo o roadmap publicado na sua página no Steam, serão adicionadas novidades como temas, itens, inimigos, armadilhas e novas mecânicas.
O que mais me deixa animado é a versão 1.0, que promete entregar um modo história, com missões secundárias, novos personagens e um desenvolvimento da história do mundo do jogo. Se com o conteúdo atual o game já surpreende, acredito que sua versão final tenha muito potencial para se estabelecer como um dos jogos indies mais interessantes do ano.
Construindo um futuro animador
Mesmo em Acesso Antecipado, Quest Master já se mostra um robusto construtor de fases, acessível para iniciantes e elaborado para aqueles com experiência e criatividade. Com mecânicas intuitivas e uma jogabilidade bem-feita, é um "Zelda Maker" que todo fã gostaria de ver, mas que ainda não apareceu nos consoles da Nintendo. Claro que seu sucesso dependerá da adição constante de novos conteúdos e do engajamento da comunidade, mas, mesmo em sua versão atual, já é possível ver um futuro muito promissor.
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Apogee Entertainment