Múltiplos modos
A franquia Warriors é conhecida por explorar o conceito de enfrentar muitos inimigos em paralelo. Ter um comandante bravamente destroçando hordas com centenas de indivíduos é uma experiência de poder empolgante e bem divertida.
Enquanto Dynasty Warriors cobre os eventos do lendário Romance dos Três Reinos da China antiga, a linha Samurai Warriors nos transporta para o Japão. No contexto nipônico, nos vemos em um universo mítico de samurais, tradição e honra recheada de intrigas políticas.
Como parte dessa experiência, podemos controlar figuras icônicas da história japonesa, como Yukimura Sanada, Nobunaga Oda e Masamune Date. Nem todos conviveram juntos — e há até certas incompatibilidades de era que impedem certas combinações de serem factíveis —, mas o jogo explora tanto alguns elementos mais possíveis de ficção histórica quanto a chance do jogador aproveitar tudo do seu jeito.
Ao todo, Samurai Warriors 4 DX conta com três modos principais: Story, Free e Chronicle. O primeiro é justamente focado em explorar as lendas dos eventos da era Sengoku, restringindo as opções de personagem de acordo com facções e contexto histórico. Já o Free Mode permite jogar os mesmos mapas com os personagens que quisermos.
Já o Chronicle Mode é focado em criarmos um personagem original para explorar o Japão enfrentando vários guerreiros e firmando amizades com alguns deles. Podemos ir para o lado que quisermos, batalhar contra os personagens que lá aparecem e usar lojas. Juntando os três modos, temos bastante conteúdo para explorar.
Temos também um Dojo, que é o menu com extras como biografias dos personagens, cenas de eventos e músicas. Tudo que desbloqueamos é reunido aqui, sendo possível ver a porcentagem atual, o que ajuda o jogador a compreender a quantidade de coisas que ainda pode encontrar fazendo missões.
Missões e fases
Em termos de gameplay, uma vez selecionada a missão que iremos fazer, devemos concluir vários objetivos que variam de acordo com a fase. Cada área possui um objetivo principal que deve ser alcançado para vencer e várias missões secundárias no meio do caminho.
Nem sempre iremos ver essas tarefas além da principal, pois elas dependem de várias circunstâncias de combate, adicionando motivações para jogar novamente. Infelizmente, é uma pena que elas sejam ocultas, pois seria muito bom ter pistas de como desbloqueá-las após terminar a fase. Há indicações de personagens apenas, mas falta clareza para o jogador poder abusar das suas opções para fazer tudo.
Dentro da fase, temos que enfrentar vários inimigos com o nosso personagem, mas é importante ter em mente o objetivo. Não adianta apenas sair batendo em milhares de inimigos irrelevantes enquanto seus aliados estão sofrendo perdas; é fundamental cumprir missões e reduzir o moral dos inimigos, ocasionalmente auxiliando aliados que não controlamos diretamente no processo.
Dependendo da fase, é necessário proteger certas unidades ou evitar que os inimigos alcancem determinadas áreas. Há ainda uma espécie de quiz no modo Chronicle em que devemos eliminar o inimigo que corresponde a perguntas como “Quem é o dragão de Echigo?”. Essas questões podem ser bem difíceis para quem não é familiarizado com o contexto do Japão antigo, mas são bem interessantes.
Partidas, controles e performance
Em termos do combate em si, podemos alternar entre duas unidades no modo single player ou jogar com outra pessoa em co-op local ou online, sendo possível convidar um amigo ou tentar se juntar a uma partida. Infelizmente, achar uma sessão é complicado, e não tive êxito com minhas tentativas de Quick Match.
É possível jogar com mouse e teclado ou controle, mas há alguns poréns. Provavelmente um dos mais graves é a forma como a customização de controles é precária: só podemos alterar os botões no menu inicial e é necessário ter dois controles para que duas pessoas joguem, ignorando completamente o teclado e mouse como opção viável.
Além disso, o jogo não reconhece controles adicionados após iniciar a partida. Juntando tudo, temos configurações de controle restritivas demais para um título que saiu no PC em 2024, dando a impressão de um port porco.Apesar disso, a performance do jogo no meu PC foi boa, sem nenhum tipo de problema notável e mantendo os 60 fps definidos no menu gráfico, que também permite alterar a resolução e o uso de tela cheia. Há ainda configurações mais detalhadas, com uma opção de qualidade geral e ajustes específicos para sombras dinâmicas, oclusão de ambientes, reflexos e texturas.
Batalhas e repetição
Dito tudo isso, o ponto realmente central da experiência é o combate. Começamos com personagens limitados no nível 1, ainda incapazes de usar boa parte dos combos avançados. Conforme derrotamos inimigos e ganhamos experiência, desbloqueamos poderes variados e nossos personagens ficam significativamente mais poderosos.
Essas habilidades são mantidas entre os modos e as várias dificuldades, dando ao jogador um senso consistente de progresso. Os combos geralmente envolvem apertar várias vezes os mesmos botões em ordens específicas e as melhorias são geralmente aberturas de determinadas sequências que inicialmente não funcionam.
Temos também poderes especiais, equipamentos e itens que podem ser usados para ganhar mais experiência ou bônus em atributos específicos e montarias. Dentre essas opções, é só uma pena que os itens não tenham descrições claras sobre a quantidade de usos em combate.
Embora estejamos sempre apertando os mesmos botões, cada personagem tem um estilo próprio. As animações de ataques alteram a forma como estamos posicionados e nos deslocamos pelo terreno em busca de jogadas ideais para derrubar os oponentes e avançar pelo campo de batalha.
Apesar disso e das variações de objetivos dos mapas, a experiência tende a ser bem repetitiva pela própria natureza de apertar os mesmos botões várias vezes para lutar contra grupos de inimigos. Com o tempo, a proposta se mistura em uma massa amorfa, o que pode ser divertido para jogadores que querem justamente essas lutas sem freio, mas pode ser um marasmo para outros.
Um bom pacote
Samurai Warriors 4 DX é uma opção sólida de Musou no PC, oferecendo o nível de diversão esperado de um título da série. Com boa variedade de conteúdo, o jogo deve agradar fãs do gênero que ainda não haviam aproveitado Samurai Warriors 4, embora já tenha vários defeitos que não deveriam ser ignorados em um novo lançamento em 2024.Prós
- Os modos oferecem uma ótima quantidade de conteúdo para explorar;
- Embora os botões dos combos sejam os mesmos, os personagens são bem variados em estilos de combate;
- Sistema de objetivos secundários é uma boa motivação para rejogar áreas;
- Sistema de criação de personagem possui vários detalhes para customizar;
- Ótima performance no PC;
- A galeria com biografias, cenas e músicas no Dojo valoriza a busca por tudo que o título tem a oferecer.
Contras
- Mesmo com algumas variações, a experiência geral tende a ser bem repetitiva;
- O menu não diferencia de forma clara itens que só podem ser usados uma vez por combate dos que podem ser ativados múltiplas vezes;
- Impossibilidade de alterar controles fora do menu inicial e não-reconhecimento de controles ligados após o jogo ter iniciado;
- Sistema de customização limitado em aspectos como acessórios;
- Seria interessante ter pistas claras de como encontrar os objetivos secundários após terminar uma área;
- Ajustar os controles para dois jogadores possui limitações estúpidas.
Samurai Warriors 4 DX — PC — Nota: 8.0
Análise produzida com cópia digital cedida pela Koei Tecmo