Nada como aquele jogo agradável para descontrair, não é mesmo? Afinal, apesar de ser divertido enfrentar desafios grandiosos e complexos, por vezes é interessante curtir uma experiência mais leve, sobretudo ao lado dos amigos.
Manic Mechanics é um ótimo exemplo desse tipo de game, com sua divertida proposta “automecânica”. Vista seu macacão e não esqueça da chave de boca, pois a análise vai começar!
Novo modelo 2024
Lançado originalmente em julho de 2023 exclusivamente para o Nintendo Switch, a produção da 4J Studios recebeu seu primeiro DLC, chamado Banshee Bay (Baía da Banshee em português), em outubro. Foi somente em 7 de março de 2024 que o jogo cooperativo de arrumar carros chegou ao PlayStation 4, Xbox One – versões retrocompatíveis com os consoles da geração atual – e PC.
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O DLC incrementou ainda mais a quantidade de conteúdos
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O foco principal são os modos cooperativos, nos quais o grupo de mecânicos precisa colaborar para atingir os objetivos de cada fase. Eles consistem em consertar peças como pneus, portas, motores e surdinas, de acordo com as necessidades de cada carro que aparece, e montá-las no respectivo veículo. Cada montagem rende pontos e, quanto mais rápida a execução das tarefas, mais tempo sobra para arrumar mais automóveis e aumentar a pontuação final.
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Algumas fases trazem desafios extras, como está que libera rios de lava
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Cada tipo de conserto exige realizar um comando simples, como apertar repetidamente um botão, segurar um botão por certo período ou ficar de olho num temporizador. Todas essas tarefas são acessíveis e claramente indicadas na tela, tornando o jogo bastante convidativo para praticamente qualquer público.
Um motor potente, mas com alguns problemas
Falando agora sobre os modos de jogo de Manic Mechanics, temos basicamente duas opções principais: jogar em grupo localmente ou online. O primeiro funciona como esperado, em que o grupo (ou indivíduo) pode colaborar (ou competir no Versus) para obter as melhores pontuações, realizando os consertos dos carros. As fases são bem-construídas e proporcionam uma boa experiência, seja para um ou quatro jogadores.
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O jogo explica tudo direitinho ao jogador, com direito a localização em português
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Já o modo online, em teoria, seria uma opção muito boa para encontrar outros mecânicos dispostos a encarar as confusões de uma oficina. O problema é que ele é limitado por dois fatores críticos, que são a falta de um sistema de matchmaking e a ausência de cross-play. Em outras palavras, não é possível encontrar jogadores aleatórios pela internet e, mesmo se tivermos amigos, eles precisam ter o mesmo console.
É uma pena, pois essas duas complicações se prejudicam mutuamente e, principalmente, o título como um todo. Seja como for, ao menos é possível realizar partidas de forma online e local, algo essencial para Manic Mechanics, cuja proposta cooperativa é certamente um dos pontos principais do título. Aliás, é importante falar mais sobre ela e como as partidas funcionam.
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É importante analisar o cenário da fase antes do trabalho começar
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Os carros demandam de uma a três peças para serem consertados, tornando interessante a divisão de tarefas para otimizar o trabalho. É possível jogar sozinho e obter sucesso e diversão, pois as fases são variadas e evoluem o suficiente para isso, mas é inegável que ter alguém ao lado ajuda muito. Eu joguei localmente por uma hora com um amigo e a experiência foi muito melhor em todos os sentidos.
Acabamento de primeira
Manic Mechanics tem uma produção audiovisual bastante competente, com gráficos coloridos e amigáveis, puxando para uma pegada mais infantil. A localização do jogo em português é igualmente compentente. Durante as fases, todos os elementos da tela são bem definidos e claros, tornando as partidas intuitivas. O game conta com uma espécie de modo campanha, na qual é possível liberar personagens e desafios extras.
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Contar com um amigo, sobretudo nos cenários grandes, é muito interessante
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Aliás, deixo meus elogios a esse modo campanha, que proporciona uma evolução adequada dos desafios, treinando o jogador desde a primeira troca de pneu até a criação de chips eletrônicos em meio a cenários em chamas e plataformas giratórias. Sim, isso mesmo: o game começa devagar, incrementando os desafios de forma organizada e lúdica.
As fases refletem as temáticas das suas seis vizinhanças, que são como pequenos mundos interligados dentro da chamada Ilha Octane. O jogador precisa explorar os territórios para acessar os seus desafios, mas também pode zanzar por ali em busca de segredos. Por exemplo, é possível liberar personagens extras apenas interagindo com os cenários.
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Embora nem todos sejam muito inspirados, temos muitos personagens para liberar
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Terminar as fases de uma vizinhança libera outra, renovando não somente os visuais, mas também os elementos que compõem os desafios. Temos no total 40 fases diferentes, situadas em ambientes como ferro-velhos, cidades futurísticas e até casas mal-assombradas. Falando nisso, o cenário Baía da Banshee pode ser acessado logo após o terceiro cenário, enquanto o estádio para batalhas Versus está sempre disponível, embora exija no mínimo dois jogadores (ou seja, nada de bots).
Trocar o óleo ou cuidar do escapamento?
Inclusive, tal como as temáticas, com o passar das fases, os carros a serem consertados mudam, substituídos por caminhões, tratores e até discos voadores. Mais uma vez, destaco essa variação constante nos elementos e desafios de Manic Mechanics, dando fôlego a uma jogabilidade simples e que poderia ser tediosa se não fosse bem administrada. Mesmo jogando sozinho a maior parte do tempo, toda fase foi suficientemente divertida.
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Espere por todo tipo de adversidade durante os consertos
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Por exemplo, em uma determinada fase o chão é constantemente sujo com tinta e graxa. O personagem escorrega nesse terreno, dificultando o deslocamento entre as baias de trabalho e o carro a ser consertado. É possível usar o esfregão para limpar o local, mas isso consome tempo precioso, que pode ser a diferença entre quebrar ou não um recorde de pontos.
O mesmo tipo de dúvida fica por conta de situações em que você começa a encher um pneu por engano: vale a pena terminar e deixar pronto para o próximo carro que precisar dele, ou é melhor deixá-lo de lado e obter os itens que são requisitados agora? Pensamento rápido e atenção ao que acontece em todo o cenário é fundamental para ter sucesso e aproveitar Manic Mechanics ao máximo.
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Explorar os cenários é uma das atrações
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Meu último comentário fica por conta de uma certa demora durante as telas de carregamento. Elas são sempre levemente travadas, algo estranho para um jogo relativamente pequeno e simples, que não deveria exigir grande esforço computacional. Não chega a ser um problema, mas fica o registro de que mesmo o PS5 sofre com essa questão.
Arrumar o carro nunca foi tão divertido
Aproveitando uma temática familiar, Manic Mechanics transforma o trabalho das oficinas mecânicas em uma divertida experiência. Com mecânicas simples, o título consegue oferecer desafios equilibrados em que o jogador precisa arrumar motores, pintar aerofólios e até fabricar chips eletrônicos, tudo para consertar veículos e obter a maior pontuação possível. Mesmo que ele tenha alguns problemas, sobretudo em relação às partidas online, ainda é uma boa opção para a sua biblioteca.
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Uma divertida experiência para toda a família
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Prós
- Jogo cooperativo divertido e que traz conserto de carros (e outros veículos) de forma interessante;
- Produção audiovisual competente, com temáticas alegres e bem pensadas;
- Jogabilidade acessível e divertida, atraente para praticamente todos os públicos;
- O nível de dificuldade e variedade dos desafios é equilibrado;
- Boas opções para partidas locais (sozinho ou com amigos) e online (ainda que somente com amigos).
Contras
- Ausência de um sistema de matchmaking com jogadores online que não sejam amigos;
- Não há cross-play entre as plataformas do jogo;
- Relativa demora nas telas de carregamento.
Manic Mechanics — PC/PS4/Switch/XBO — Nota: 7.5
Plataforma utilizada para análise: PS5
Revisão: Davi Sousa
Análise redigida com cópia digital cedida pela 4J Studios