Pepsiman, desenvolvido e publicado pela KID para uma das maiores marcas de refrigerantes do mundo, completou 25 anos — seu lançamento foi no PlayStation One em 1999. O game não foi um sucesso de vendas, mas entrou para a galeria dos jogos cult pela sua singular história.
O lançamento de Pepsiman foi uma resposta ao jogo Coca Cola Kid, lançado pela sua principal concorrente em 1994. Neste curioso título, você assume o controle de Pepsiman, personagem criado pela marca no Japão, em que o objetivo é correr, desviar de obstáculos e coletar o maior número possível de latas de refrigerante pelo caminho.
Muitos consideram que Pepsiman foi o precursor do estilo corrida infinita, famoso muitos anos mais tarde em dispositivos móveis em jogos como Subway Surfers e Temple Run.
Assista à gameplay abaixo:
O caminho para salvar Pepsi City
O jogo possui quatro fases principais, divididas em partes menores. As três primeiras eram ambientadas em cidades reais (São Francisco, Nova Iorque e Texas), já o último estágio se passava em Pepsi City, uma cidade idealizada onde quase tudo que se via era propaganda de refrigerante.
Em alguns momentos, o personagem era atingido por uma lata de aço na cabeça, o que fazia com que os comandos do controle fossem invertidos; em outras, ele andava de skate, aumentando a velocidade e o desafio. Esses “contratempos” no percurso ajudaram a trazer mais variedade à jogabilidade.
Fase 1
Na etapa inicial de Pepsiman, nosso herói encontra o motorista de um caminhão da Pepsi que precisa fazer uma entrega urgente. Os clientes estão ansiosos por suas bebidas e o veículo quebrou. Decidindo agir, o protagonista parte em uma corrida frenética até o local da entrega, cruzando casas e perigosas vielas para satisfazer a sede dos clientes.
Após a entrega bem-sucedida, no entanto, um acidente acontece quando um caminhão desgovernado da Pepsi atropela o personagem, lançando-o contra um outdoor da marca e desencadeando uma perseguição da gigantesca lata de Pepsi pelas ruas da cidade.
Fase 2
A segunda etapa do jogo introduz uma trama completamente diferente. Um prédio está em chamas e os bombeiros não conseguem chegar a tempo. Pepsiman corre pelas ruas e, após calmamente tomar um refrigerante, chega ao prédio em chamas e distribui Pepsi para as pessoas presas. Isso mesmo, ele não foi resgatar as pessoas, ele foi apenas levar uma bebida para elas se sentirem melhores.
Fase 3
Na terceira fase, a missão é entregar refrigerantes para a tripulação de um avião que fez um pouso de emergência no deserto. Afinal, por que resgatá-los quando você pode apenas garantir que não fiquem com sede, não é mesmo?
Durante esta fase, você terá que desviar de obstáculos como caminhões na rodovia, búfalos, cactos e até mesmo correr em minas abandonadas, além de se equilibrar em barris.
Fase 4
Desta vez, o computador central da cidade falha, deixando os cidadãos sem saída e sem Pepsi, o que causa um desespero generalizado. Se nada for feito, a escassez do refri poderá causar um grande problema para todos!
Pepsiman sai em uma missão pela cidade para coletar sua bebida favorita e garantir que todos tenham sua lata de refrigerante, evitando uma crise geral.
Baixo custo e participação de garoto-propaganda
O jogo foi produzido com baixo orçamento e uma das partes mais bizarras eram os intervalos entre uma fase e outra, nos quais eram exibidos vídeos de um homem tomando refrigerante. Esse homem era o ator Mike Butters, ex-jogador de hóquei e garoto-propaganda da marca nos Estados Unidos, mas que também participou de três filmes da franquia Jogos Mortais.
Apesar do baixo custo, os gráficos foram considerados bons para o padrão da época. Mesmo com diversas tentativas de levar o game para o mercado americano, ele permaneceu exclusivo no Japão, região onde o personagem de refrigerante fez mais sucesso comercial. Apesar disso, todo o jogo foi produzido em inglês, com as legendas dos diálogos em japonês.
O personagem Pepsiman, criado por Takuya Onuki, sempre foi utilizado de forma bem-humorada em diversos comerciais de televisão da época. Um exemplo é o vídeo abaixo, no qual o herói recebe um chamado de emergência e aparece sempre das formas mais inusitadas possíveis para resolver o problema:
Em 2015, a revista britânica Retro Gamer classificou Pepsiman na 18ª posição em sua lista dos "20 melhores jogos de PlayStation que você nunca jogou". Em 2020, a trilha sonora do jogo foi compilada em um vinil pelo selo europeu Chipped Records.
Vai uma Pepsi aí?
Com certeza Pepsiman não chegará nem perto dos melhores jogos que você já jogou na vida, porém a sua história nos faz ter curiosidade de jogar e sair correndo por aí coletando latas de refrigerantes. Consegui zerar o game em pouco mais de meia hora e essa é a duração perfeita para conhecê-lo, pois realmente ele não consegue nos entreter por mais tempo que isso.
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
