Análise: ArcRunner (Multi) é um desafiador roguelite com estética cyberpunk

Enfrente inúmeros perigos ao atravessar uma gigantesca estação espacial para deter uma inteligência artificial que se tornou hostil.

em 18/04/2024
Lançado em 2023 para PC, ArcRunner é um jogo de ação de tiro em terceira pessoa com dinâmica roguelite ambientado em um futuro de temática cyberpunk. No jogo, assumimos o controle de um ser que foi revivido, com a missão de atravessar uma imensa estação espacial para alcançar seu núcleo e desativar uma inteligência artificial que se tornou hostil.

Neste mês de abril, o título chega aos demais consoles desta geração. Na análise de hoje, vamos explorar o que este universo cibernético, repleto de neon, reserva para nós nesta eletrizante aventura.

Contra o KORE

A estação espacial classe Titã, conhecida como Arc, é uma obra-prima da engenharia humana. No entanto, essa colossal estrutura se transformou em um verdadeiro caos após um metavírus infectar KORE, a IA responsável por sua administração.

Como resultado dessa infecção, todas as entidades robóticas que habitam a Arc se rebelaram contra os humanos. A única solução para conter o tumulto foi a ativação do protocolo ArcRunner, que selecionou um perfil compatível e o reatomizou em um corpo robótico para lidar com a situação. Sua missão é atravessar a estação, enfrentando todos os obstáculos que surgirem, até chegar ao núcleo central da Arc e reinicializar KORE, restaurando assim a ordem no local.

No jogo, os jogadores podem escolher entre três classes de combatentes para enfrentar os perigos da estação Arc: o soldado, especializado em ataques pesados e defesa; o ninja, ágil, mestre da furtividade e habilidoso na luta com espadas; e o hacker, especializado no controle de multidões. No entanto, a opção de hacker só é desbloqueada ao alcançar a área do Éden, a terceira do jogo.


Os jogadores têm à disposição uma variedade de armamentos, como fuzis, metralhadoras, pistolas, arcos e outras armas de temática sci-fi, para atravessar as quatro áreas do jogo até chegar ao KORE. As armas podem ser obtidas derrotando inimigos, encontrando caixas de suprimentos no cenário ou completando desafios.

Cada área é dividida em sete estágios. Ao concluir cada estágio, os jogadores podem escolher um implante entre quatro opções aleatórias em uma antessala, para aprimorar seu corpo. Esses implantes podem fornecer incrementos de dano, defesa, velocidade de movimento, recarga, geração de escudo, entre outras melhorias.


Nos estágios 4 e 7 de cada área, os jogadores enfrentam chefes poderosos que também recompensam com novos armamentos e recursos para adquirir melhorias permanentes antes de uma nova incursão.

Outro destaque de ArcRunner é a possibilidade de jogar em grupos de até três pessoas. No entanto, como jogamos antes do lançamento para consoles, foi impossível encontrar outros jogadores para formar grupos. Conferi um pouco dessa dinâmica na versão de PC lançada no ano passado por meio de alguns vídeos e relatos, e a impressão é de que as partidas se tornam muito mais divertidas e dinâmicas ao jogar em equipe.

Insistindo até vencer

ArcRunner pode não ser algo notável ou marcante, mas consegue cativar com sua jogabilidade simples e direta, além de uma ambientação característica e chamativa. A progressão, inicialmente um pouco lenta, ganha velocidade conforme nos dedicamos em novas tentativas para alcançar o núcleo.

Na primeira vez, fui derrotado pelo chefe da primeira área, principalmente por ser minha primeira tentativa. Porém, na segunda vez, já estava mais preparado, resultando em uma vitória mais fácil e gratificante.


Meu maior estímulo ao enfrentar os perigos de Arc em várias tentativas foi perceber que cada nova área traz armamentos únicos e cada vez mais poderosos. Depois de investir cerca de duas horas em mais tentativas de vencer o jogo, o aprimoramento do meu corpo cibernético e o desbloqueio de novas armas para facilitar meu avanço na estação eram evidentes.

Por sua natureza roguelite, ArcRunner exige uma persistência constante do jogador para avançar cada vez mais. Como enfrentei todos esses perigos sozinho, acredito que com a ajuda de alguns colegas as incursões seriam, pelo menos, mais engajadoras. A opção de jogar com bots, ou mesmo o suporte ao crossplay com mais plataformas, poderia sanar um pouco essa deficiência.


Minha experiência com ArcRunner foi satisfatória e proporcionou bons momentos de jogatina. Não há muitos pontos negativos a destacar, mas devo mencionar um aspecto que é tanto favorável quanto desfavorável para o jogo: sua direção de arte.

A estética colorida e cheia de detalhes, repleta de neon, pode render momentos em que é difícil distinguir alguns elementos do cenário. Por vezes, tive dificuldade em localizar inimigos à distância devido à mescla de cores com os elementos da tela.

A jogabilidade também tem seus deslizes, especialmente por não ser totalmente adaptada para jogar com controles, resultando em momentos em que um tiro não acerta seu alvo como esperado. Alguns ajustes para tornar esse aspecto mais amigável são necessários, mas não afetam drasticamente a experiência.

Vale várias tentativas

ArcRunner oferece uma experiência de jogo envolvente, destacando-se pela sua jogabilidade direta e pela atmosfera cativante de um mundo cyberpunk. Embora apresente alguns deslizes, como a falta de adaptação precisa para controles e uma direção de arte que, embora vibrante, pode dificultar a identificação de elementos no cenário, o jogo compensa com sua progressão pouco cansativa e a variedade de armamentos e implantes disponíveis.

A capacidade de jogar em equipe adiciona uma camada adicional de diversão e estratégia, embora essa dinâmica dependa da disponibilidade de colegas para jogar junto. No geral, ArcRunner oferece uma experiência satisfatória para os fãs do gênero roguelite, proporcionando momentos emocionantes de enfrentamento de desafios em um ambiente futurista, cheio de ação e com neon de sobra.

Prós

  • Jogabilidade simples e de fácil adaptação;
  • A atmosfera com temática cyberpunk é chamativa e traz uma boa apresentação;
  • A progressão não é tão cansativa, com armamentos e implantes únicos que estimulam novas partidas;
  • Possibilidade de jogar em equipe, proporcionando mais diversão e aspectos estratégicos.

Contras

  • Precisão pouco adaptada para controles, demandando ajustes personalizados;
  • Apesar da direção de arte vibrante, ela pode dificultar a identificação de elementos no cenário, como inimigos e alguns itens.
  • Limitações na dinâmica de jogo em equipe devido à indisponibilidade de outros jogadores e falta de crossplay.
ArcRunner — PC/PS5/PS4/XSX/XBO — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PlayStation 5
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela PQube

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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