Análise: Open Roads (Multi) peca na execução, mas entrega uma aventura narrativa cativante

Acompanhe Tess e Opal em uma viagem de carro para investigar os mistérios de sua família.

em 11/04/2024

Em Open Roads, mãe e filha viajam de carro pelas estradas à procura de respostas acerca de sua família. Produzido pela Open Roads Tem e publicado pela Annapurna Interactive, este jogo é um walking simulator que nos apresenta uma narrativa envolvente, apresentando um mistério instigante e reflexões acerca de problemas comuns de adolescentes e suas famílias, apesar de alguns problemas em sua execução. 

Andando e conversando

Em Open Roads acompanhamos a jovem Tess e sua mãe Opal em um grande problema familiar. Após a morte de sua mãe, Opal foi obrigada a procurar uma nova casa para morar e começou a empacotar todos os itens de sua casa. A partir do ponto de vista de Tess, começamos a explorar o seu quarto e encaixotar nossos pertences.

De cara, não temos nenhum contexto dos acontecimentos e a história se desenrola à medida que interagimos com os itens da garota. Após arrumar alguns cômodos da residência, elas encontram uma maleta misteriosa com alguns itens que as deixaram curiosas sobre o passado da família. Nisso, elas decidem seguir algumas pistas e visitar locais importantes para a história da família.




O game alterna a jogabilidade entre um walking simulator e diálogos entre as moças. No primeiro, estamos sempre na visão de Tess e devemos nos movimentar e interagir com elementos do cenário para encontrar objetos que nos contem mais sobre a história da família e que nos ajudem a resolver o mistério de sua avó.

Quando encontramos algo importante, temos a opção de interagir com a Opal para que ela converse conosco sobre aquele objeto. Apenas alguns itens possuem interação obrigatória para o avanço da história. Dessa forma, para entender mais sobre o contexto, precisamos vasculhar gavetas, armários, lixeiras e cada canto dos cômodos para conhecer mais sobre esse universo



História com potencial

Um dos grandes méritos de Open Roads é apresentar um roteiro interessante que nos deixe presos à história do início ao fim. Com uma excelente atuação de Kaitlyn Dever e Keri Russel, que dão vozes a Tess e Opal respectivamente, e ambientes cheios de itens para interação, logo ficamos imersos no mundo e nos problemas da família.

A jogabilidade não tem nenhum segredo: em um mundo 3D, controlamos Tess em primeira pessoa e pegamos coisas do cenário para interagir, podendo girar o objeto e dar zoom para observar os detalhes. Nos momentos de diálogos, a perspectiva muda e passamos a observar Tess e Opal desenhadas em meio ao mundo tridimensional, o que dá um charme interessante ao jogo.




Os diálogos costumam ser longos, mas são muito interessantes, principalmente durante as viagens de carro. Enquanto investigamos o mistério de sua avó, descobrimos também outros problemas relacionados ao divórcio dos pais de Tess, suas dúvidas em relação à faculdade e suas dúvidas em relação às atitudes da mãe, levando a momentos reflexivos.

Por mais que a história seja boa, ela ainda possui alguns problemas. Durante as conversas com a Opal, em alguns casos, temos a opção de escolher a resposta dentre algumas opções. De cara, pensei que o final poderia sofrer algum impacto de acordo com as minhas escolhas, mas isso não acontece. O máximo de mudança são algumas linhas de diálogos e isso não é motivação o suficiente para experimentar a campanha novamente.




Além disso, o final deixa um pouco a desejar. A primeira metade desenvolve tão bem o relacionamento das protagonistas e cria um mistério tão legal, dando pistas aos poucos, deixando-nos curiosos, mas a resolução aparece de maneira abrupta e fica por isso mesmo.  Fica aquela sensação de que falta alguma coisa na história que a elaborasse melhor.

Preso na terceira marcha

Open Roads apresenta uma história cativante, apesar de seus problemas. A relação entre Tess e Opal é bem desenvolvida e em muitos momentos nos levam à reflexão, principalmente para quem já passou por problemas familiares semelhantes. A forma que o final é contado deixa a desejar, assim como as múltiplas opções de diálogos, que não têm importância significativa para a história, mas certamente é uma ótima opção para quem procura uma narrativa envolvente e criativa. 



Prós

  • A narrativa é envolvente, contando com uma história instigante e um bom desenvolvimento de personagens;
  • A atuação de voz das protagonistas é excelente, trazendo mais imersão ao jogo;
  • Há muito itens nos cenários para interação;
  • Os diálogos trazem momentos reflexivos, abordando questões de relacionamento, trabalho e problemas de família.

Contras

  • O sistema de escolhas não traz impacto à narrativa;
  • O final é mal desenvolvido, trazendo uma solução repentina ao mistério.
Open Roads — PS5/PS4/XSX/XBO/Swicth/PC — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Vitor Tibério
Análise feita com cópia digital cedida pela Annapurna Interactive


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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