Na semana passada rolou o Steam Next Fest, festival de demonstrações gratuitas de jogos que vão sair na loja, entrevistas com desenvolvedores e muito mais. A edição deste ano contou com uma melhoria na categorização das demos, o que ajudou bastante quem queria desbravar as centenas de títulos disponíveis.
Dentre tantos projetos interessantes, separamos alguns indies com ideias inovadoras, jogabilidade inventiva ou arte excepcional que se destacaram e merecem a sua atenção esse ano, feitos por estúdios pequenos e com publicadoras menores. Apesar de nem todos terem data, é provável que sejam lançados ainda este ano devido à tradição do evento.
Mullet Mad Jack (Multi)
Começamos com um jogo brasileiro na nossa lista. Mullet Mad Jack é desenvolvido pela Hammer95 e é uma viagem louca e frenética. A história gira em torno do resgate de uma princesa influencer das garras de robôs corporativos malucos. Ao som de hits que lembram as clássicas baladas dos anos 1980 e com um estilo retrô de anime da década de 1990, o jogo te faz entrar numa nostalgia ácida.
Para além da loucura, estética e sátira de uma sociedade louca por dopamina, Mad Jack é um shooter em primeira pessoa injetado de insanidade em sua base fundamental. Você só tem dez segundos de vida, e ao matar os inimigos ganha mais um segundo. Isso torna cada fase do jogo uma loucura por morte, velocidade e sangue que é extremamente divertida.
Cryptmaster (PC)
Imagine ter que escrever cada ação em um RPG. Essa é a proposta de Cryptmaster da Akupara Games. Você é guiado por essa figura demoníaca por calabouços e cavernas, buscando baús que contêm itens perdidos do passado enquanto enfrenta alguns inimigos. Parece simples, mas a grande sacada é a necessidade de escrever cada passo, sempre com reações espontâneas e interessantes do mestre do jogo. Você sente que está de fato dialogando com o personagem.
Até para lançar magias ou algum ataque, é necessário primeiro descobrir as letras que formam a habilidade, para então escrevê-la, não existe aqui um botão específico para bater ou mandar raios, por exemplo. O conceito é interessante e te prende por boa parte da demo, resta saber se manterá essa qualidade no produto final.
Dungeonborne (PC)
Imagine que Dungeons & Dragons se encontre com Escape From Tarkov. É exatamente essa a proposta de Dungeonborne, um jogo de extração que mistura cooperação e PvP numa ambientação medieval que lembra títulos como Dark Souls e Dragon’s Dogma.
Com uma boa seleção de classes, em Dungeonborne você entra em incursões a mapas escuros, recheados de perigos e recompensas enquanto compete pela sobrevivência contra outros jogadores. Entre, pegue o máximo de equipamento, mate os inimigos, encontre a saída e extraia em segurança. Um típico loop de gameplay de um extraction shooter, mas com a jogabilidade de RPG medieval tão popular hoje em dia.
Duck Detective: The Secret Salami (PC)
Um pato detetive com sobretudo e chapéu, recém-divorciado e viciado em “pão”. Mais interessante que isso só se ele tivesse um botão específico dentro do jogo pra grasnar e fazer “quack, quack”. Na verdade, ele tem esse botão e é magnífico.
Duck Detective é um jogo de investigação e mistério no qual você comanda Eugene McQuack na solução de investigações em busca de tentar juntar algum dinheiro para pagar o aluguel. O texto cômico e a dublagem me fizeram rir durante todos os 11 minutos da demo. É um projeto descompromissado, com gameplay simples, arte característica e um tom de comédia muito bem executado.
Lightyear Frontier (PC/XBO/XSX)
Para os fãs de cozy games, Lightyear Frontier é o famoso jogo de fazendinha, mas com um toque a mais: um mecha gigantesco. Você cai nesse planeta paradisíaco infestado por corrupção, e com o auxílio do seu robô, transforma-o num lar de verdade.
Além do clássico sistema de plantar e colher, aqui é necessário também aprimorar o seu robô além de ter opções diversas de personalização. Como a máquina não se compara ao homem, é extremamente satisfatório derrubar árvores e colher os frutos com o seu companheiro mecânico, que torna cada ação simples mais divertida.
#Blud (Multi)
Um desenho dos anos 2000 que ganhou vida. #Blud tem um design característico que lembra imediatamente clássicos da Cartoon Network, como Laboratório de Dexter. O título da Exit 73 Studios é um rpg de ação com similaridades ao beat-em-up, e com sistema de dungeon crawler. Uma mistura de gêneros que torna a experiência única e interessante.
A história gira em torno dessa pacata cidade e seus habitantes sendo levados a enfrentar um apocalipse vampírico com monstros, mutantes e outros inimigos pavorosos. Você controla Becky Brewster, recém-chegada na cidade vinda de uma antiga linhagem de caçadores de vampiros.
Indika (Multi)
Talvez o mais estranho e instigante de todas as demos disponíveis, Indika é um projeto da Odd Meter e te leva a uma Rússia alternativa do século XIX, discutindo visões religiosas e uma realidade grotesca. É uma aventura em terceira pessoa que te coloca na pele da protagonista de nome homônimo que saiu de um convento em busca de autodescoberta, entretanto, a loucura se instala quando você descobre que o companheiro de viagem, que sempre solta piadas ácidas ou comentários esdrúxulos durante sua jornada, é o próprio diabo.
Harold Hallibut (Multi)
Com estilo encantador de stop motion, Harold Halibut é um jogo narrativo com uma história um tanto quanto curiosa. O protagonista vive em uma nave, do tamanho de uma cidade, que caiu no mar em um planeta alienígena depois de sair da Terra em busca de um novo lar.
Você conversa com seus habitantes, ajuda em tarefas diárias e encontra personagens estranhos e carismáticos. A grande virada vem logo em seus minutos iniciais, quando descobrimos que a terra, que muitos achavam ter sido destruída, está inteira e com seus habitantes vivos. A estética é incrível, o elenco de dublagem é ótimo e a história soma a isso tudo com um dos projetos que mais prometem para 2024.
Agora queremos saber de você: jogou algo no Steam Next Festival? Está animado para algum dos títulos mencionados? 2024 promete uma boa seleção de indies e estamos animados com os próximos lançamentos.
Revisão: Vitor Tibério