Impressões: Children of The Sun promete ser uma viagem de vingança perturbadora e intrigante

Novo projeto da Devolver, em parceria com René Rother, mistura tiro estratégico, visuais psicodélicos e uma narrativa insana.

em 01/02/2024

A Devolver Digital é uma distribuidora que cada vez mais tem se fortalecido no mercado como um recanto de obras independentes recheadas de criatividade e propostas que fogem da experiência tradicional que os jogadores estão acostumados.
Não é diferente com Children of The Sun, jogo do desenvolvedor de Berlim, René Rother, que tivemos acesso a uma build de preview com quase duas horas do projeto que é uma loucura visceral sobre cultos macabros e fanatismo religioso.

Sem justiça, sem paz


O menu do jogo abre com um rosto assustador e deformado em tela, pouco a pouco você percebe que é uma máscara, e que na verdade é a protagonista do jogo com um visual no melhor estilo Coringa. A história abre com uma cena de um homem de cadeira de rodas cometendo suicídio, logo fica clara a ligação familiar que a personagem tem com o homem, e o potencial estrago que o culto intitulado Children of The Sun fez com a família.

As cutscenes são representadas por uma sequência de imagens que têm um estilo artístico que ressalta a excentricidade e insanidade dessa premissa, com cenas rápidas embaladas por um som ensurdecedor de guitarra extremamente distorcida e bateria sendo tocada erraticamente, tudo pra criar essa atmosfera opressora de uma mente fragmentada.



A partir desse ponto, a protagonista mascarada se arma do mesmo rifle que o pai usou para se matar, e sai com um objetivo fixo na mente: tirar a vida de todos do culto que encontrar pelo caminho, focando principalmente no líder como alvo principal. Essa jornada se traduz em uma gameplay um tanto quanto inventiva, que mistura o estilo de tiro que lembra jogos da série Sniper Elite, mas com um toque criativo que surpreende.

Um tiro, várias mortes


A jogabilidade é uma mistura de tiro tático com estratégia. Você se movimenta em círculo ao redor da área, enquanto busca o melhor ponto para dar seu tiro. A sacada aqui é que diferente de outros jogos com foco no franco-atirador, você não pode dar mais de um tiro para acabar com seus inimigos, só é possível completar uma fase quando você mata todos com apenas um disparo. Cada vez que acerta alguém, você pode redirecionar a mira e caminho da bala para o próximo alvo.

As fases são intercaladas com as já citadas cutscenes para dar contexto à história e seu desenvolvimento, além de apresentar, com uma ótima cadência, novas formas de alterar a velocidade e trajetória de cada projétil. As habilidades variam de poder desacelerar a bala e mudar sua rotação com certa limitação, até a possibilidade de pará-la e mudar completamente seu caminho em um giro de 360°.



A rejogabilidade é altamente incentivada, com placares de líderes e desafios que fazem o jogador querer voltar e concluir cada cenário com a melhor precisão possível. Confesso que não sou um grande fã de rejogar algo pela pontuação, mas em Children of the Sun eu retornei algumas vezes para tentar fazer o desafio de forma mais limpa e profissional.

Filhos do Sol


Com uma premissa um que evoca um tom niilista de desesperança e tece críticas sobre o fanatismo religioso, Children of The Sun tem em mãos um ótimo projeto com boa jogabilidade, arte única e uma atmosfera que promete engolir o jogador para dentro dos pensamentos perversos da protagonista mascarada. Resta saber se o pacote completo terá uma cadência interessante para que não torne tediosa a jornada a longo prazo.

Revisão: Vitor Tibério
Texto de impressões produzido com cópia de acesso antecipado cedida pela Devolver Digital

Redator publicitário em tempo integral e amante de games nas horas vagas. Provavelmente aprendi a segurar um controle mais rápido do que uma mamadeira. Cresci com os maiores clássicos da Big N como Zelda, Mario e Pokémon. Hoje aproveito os pequenos momentos de descanso da vida corrida para me perder em Hyrule, em uma Tóquio pós-apocalíptica ou em um mundo de encanadores e cogumelos.
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