Em 1994, surgia no Mega Drive o terceiro episódio da saga da mascote da Sega: Sonic the Hedgehog 3 (ou Sonic 3). Importante para a indústria de videogames como um todo, este título foi o responsável por consolidar o ouriço azul como um dos maiores personagens, além de trazer mais ação e velocidade ao gênero plataforma. Agora, está na hora de relembrar um dos maiores clássicos atemporais de todos os tempos.
A confusão em Angel Island
Seguindo os acontecimentos de Sonic the Hedgehog 2, após o incidente em West Side, a nave do Dr. Eggman, Death Egg, colide na Angel Island. Esse impacto faz com que a ilha seja parcialmente engolida pelo oceano, porém esse não foi o único estrago causado por Dr. Eggman: as Esmeraldas do Chaos foram espalhadas por todo o local.
Depois desse impacto, Knuckles, o guardião da ilha e também responsável por vigiar as Esmeraldas do Chaos, desperta e encontra o vilão em busca das gemas preciosas. A fim de proteger a si mesmo, Dr. Eggman acusa Sonic de roubar as Esmeraldas e o equidna acredita, formando uma aliança improvável com o cientista.
Quando Sonic e Tails chegam a Angel Island, são recepcionados por um enfurecido Knuckles, que rouba as Esmeraldas em posse da dupla. Os dois, então, partem em uma aventura para recuperar as joias e entender a motivação do equidna, logo descobrindo que é Dr. Eggman quem está por trás de toda a confusão.
Jogabilidade aprimorada
Assim como consolidado pelo seu antecessor, Sonic 3 é um título de plataforma side-scrolling em 2D e, tal qual em Sonic 2, podemos controlar o ouriço ou Tails, sendo que a raposinha também pode ser guiada por um segundo jogador ou pelo computador. No entanto, os personagens possuem habilidades únicas: além do famoso Spin Dash, Sonic é capaz de usar os poderes elementais dos escudos adquiridos durante as fases para potencializar seus movimentos, enquanto Tails pode usar suas duas caudas para alcançar locais mais altos.
Ao todo, Sonic 3 possui seis zonas com dois atos cada, totalizando 12 fases: Angel Island, Hydrocity, Marble Garden, Carnival Night, IceCap e Launch Base. Além delas, estão presentes as fases bônus, que, neste terceiro jogo, são divididas em dois tipos:
- Uma gigantesca máquina de chiclete capaz de nos conceder escudos, vidas extras e mais anéis, que pode ser acessada nos postes de salvamento desde que tenhamos 50 anéis ou mais;
- As fases especiais, que são acessadas por meio de anéis gigantes escondidos nos atos de cada zona e, quando completadas, nos recompensam com uma Esmeralda do Chaos.
Nessas fases especiais, temos uma visualização tridimensional e esférica, que, à primeira vista, pode ser um pouco difícil de navegar. Nosso objetivo é eliminar todas as esferas azuis enquanto desviamos das vermelhas, que encerram a fase instantaneamente. Porém, a velocidade de movimentação aumenta gradualmente, nos exigindo uma boa coordenação motora para recuperar as Esmeraldas.
Fora a campanha principal, Sonic 3 oferece ainda um modo competitivo, no qual duas pessoas disputam entre si em cinco zonas exclusivas — Azure Lake, Balloon Park, Chrome Gadget e Endless Mine. O Competition Mode, como é chamado, também traz seus próprios modos de jogo, a saber:
- Grand Prix: os competidores correm por todas as cinco zonas em sequência e aquele que vencer mais vezes é o campeão;
- Match Race: similar ao anterior em jogabilidade, porém os competidores podem escolher em qual zona correrão;
- Time Attack: o único modo para um jogador, no qual o objetivo é completar cada uma das zonas no menor tempo possível.
Desenvolvimento ambicioso
Com o domínio da Sega no mercado de videogames na década de 1990, especialmente graças à popularidade de Sonic, a empresa decidiu maximizar seus lucros, lançando vários jogos da mascote em diferentes plataformas. O desenvolvimento de Sonic 3 foi liderado por uma equipe talentosa do Sonic Team, encabeçada por Yuji Naka e Hirokazu Yasuhara, mas o projeto também veio acompanhado de muita pressão, já que o resultado precisava ser revolucionário.
Uma das principais inovações durante o desenvolvimento de Sonic 3 foi o aprimoramento do motor gráfico do jogo para aproveitar ao máximo as capacidades do hardware do Mega Drive. Isso permitiu criar fases três vezes maiores que as de Sonic 2, com ainda mais detalhes e visualmente impressionantes; além disso, para garantir um equilíbrio de dificuldade do terceiro jogo, foram feitas inúmeras sessões de testes com crianças americanas.
As zonas de Sonic 3 foram inspiradas em locais e atividades do mundo real, resultando em ambientes diversificados, e Knuckles, o primeiro rival declarado de Sonic, foi escolhido por meio de um concurso dentro do Sega Technical Institute (STI), nos Estados Unidos. No entanto, com o prazo de desenvolvimento apertado, o Sonic Team resolveu dividi-lo em duas partes: Sonic 3A (Sonic 3), lançado em uma promoção com o McDonald's, e Sonic 3B (Sonic & Knuckles), contendo os níveis de Knuckles — pelo menos, essa divisão permitiu gráficos mais detalhados e um recurso de salvamento, fazendo com que o jogo não precisasse ser terminado de uma só vez.
Com Sonic 3 concluído em 1993, um dos funcionários do Sonic Team teve a ideia de juntar as duas aventuras em uma só para expandir a jogabilidade; para isso, era necessário criar um modo de unir Sonic 3A com Sonic 3B. Dessa sugestão, nasceu a tecnologia lock-on, que permitiu acoplar Sonic & Knuckles em Sonic 3, formando assim Sonic 3C, que viria a ser conhecido como Sonic 3 & Knuckles.
A trilha sonora de Sonic 3 foi uma colaboração entre a equipe de som da Sega e alguns músicos da Cube Corp, uma empresa japonesa. Essa nova parceria se deu devido a problemas de royalties envolvendo Masato Nakamura e sua banda, a Dreams Come True, responsáveis pelas faixas das duas primeiras entradas do ouriço, que levaram a Sega a procurar outra abordagem para o terceiro jogo.
Surgiu, então, a informação de que Michael Jackson havia se oferecido para compor as músicas de Sonic 3. No entanto, a participação do músico acabou sendo envolta em controvérsias e problemas legais; ao longo dos anos, inclusive, diferentes relatos sobre o envolvimento ou não de Jackson passaram a pipocar na mídia.
Elevando Sonic a outros patamares
À época, Sonic 3 recebeu pontuação de 89.00% no GameRankings, sendo considerado a melhor aventura do ouriço até então; as críticas, no geral, foram bastante positivas, especialmente na comparação com Sonic 2. A Sega Power, com todo o seu ceticismo, considerou o jogo "excelente" e facilmente "o mais explorável e jogável da série", enquanto a Sega Magazine declarou que Sonic 3 era "muito superior a Sonic 2 como um todo" e "um sério concorrente ao prêmio de Melhor Jogo de Plataforma de Sempre".
Mesmo com todas as polêmicas e controvérsias envolvendo a produção de Sonic the Hedgehog 3, é inegável que a terceira aventura da mascote da Sega é um dos melhores títulos do Mega Drive. Inclusive, graças à tecnologia de lock-on, pude conhecer Knuckles, que logo se tornou meu personagem favorito da franquia — e nem preciso dizer que Sonic 3 & Knuckles é o que mais curto na série, né?
Quais as suas experiências com Sonic 3? Conte para a gente nos comentários!
Revisão: Davi Sousa
Fonte: Sonic Wiki Zone
