Análise: FROGUE (PC/Mobile) — Uma desafiadora e agitada mistura de roguelike, bullet hell e combate por turnos

Salte entre paredes para derrotar seus inimigos da maneira mais eficiente possível.

em 13/02/2024

Produzido e publicado pela Wired Dreams Studio, FROGUE é um indie brasileiro que combina elementos de roguelike, bullet hell e combate por turnos para criar desafios que exigem agilidade e precisão dos jogadores. No controle de um sapo guerreiro, devemos explorar mapas gerados proceduralmente e derrotar todos os inimigos para impedir que os poderes das trevas acabem com o mundo.

A última esperança contra o castelo amaldiçoado

A história de Frogue se passa em uma região onde, a cada 100 anos, um castelo amaldiçoado aparece para propagar trevas. Nesse contexto, estamos no controle do sapo Kene Legstrong, um dos integrantes da Ordem dos Cavaleiros Verdes do Clã Hanuro e também a última esperança para impedir a maldição do castelo.




Junto de nosso amigo anfíbio, precisamos explorar quatro áreas do castelo e enfrentar todos os inimigos possíveis até chegar ao chefe final e selá-lo, pelo menos até o próximo século. Kene está armado com sua espada e possui a capacidade de grudar em paredes, atacar agilmente seus inimigos e congelar o tempo temporariamente com a Cronosfera.

Frogue segue a estrutura de um roguelike tradicional. Todas as áreas do castelo são geradas proceduralmente, reposicionando as salas com inimigos, quebra-cabeças e melhorias de diferentes formas toda vez que iniciamos a campanha. Da mesma forma, Kene pode adquirir diferentes habilidades que aparecem aleatoriamente, como melhorar o alcance dos ataques, recuperação de vida ou aumentar o tempo de uso da Cronosfera.



Tudo o que precisamos é de uma espada e pensamentos rápidos

O escopo pequeno do jogo da Wired Dreams Studio pode ser visto em quase todos os seus aspectos, mas isso não significa que ele seja limitado. O combate é a principal característica que reflete isso: ele é simples, com poucos comandos, mas possui muitas camadas que permitem aos jogadores elaborar diversas estratégias.

Kene consegue se movimentar quicando pelas paredes e, ao entrar em contato com um inimigo, ele ataca automaticamente. No entanto, seu deslocamento não é livre, sendo limitado a um raio ao seu redor. O diferencial é que todo o combate ocorre por turnos, onde cada ação nossa é seguida por uma ação dos inimigos. A grande questão é que, em nosso turno, os inimigos ficam parados, assim como seus projéteis.




Olhando por esse lado, é fácil pensar que a jogabilidade seja cadenciada e que temos tempo para pensar qual será o melhor movimento na nossa rodada. Eu não acho que seja um raciocínio equivocado, principalmente por levar em conta o tempo que precisei para dominar essas mecânicas e progredir na campanha. Contudo, movimentos ágeis são recompensados com pontuações de combos, recuperação de vida e AP, pontos necessários para usar a Cronosfera.

Inclusive, essa é uma mecânica muito interessante. Essa habilidade permite congelar uma área e tudo dentro dela, deixando inimigos e projéteis imóveis por alguns turnos. Em determinados momentos, as salas se tornam pequenos trechos de bullet hell por conta da grande quantidade de inimigos, e são nesses momentos que a Cronosfera é útil. Quando ela é utilizada na hora certa, somos capazes de congelar dezenas de inimigos e ataques, facilitando nossa vida e deixando o combate mais estratégico.




No entanto, os cenários não são enriquecidos com essa complexidade. Por exemplo, todas as quatro fases possuem a mesma estrutura, variando apenas a paleta de cores, alguns aspectos visuais específicos e inimigos. Não há nada de marcante nelas e, com o tempo, tudo se torna meio monótono.

Ainda nesse sentido, é importante destacar que não há muita variedade de inimigos. Mesmo que alguns possuam visuais diferentes, as abordagens de combate não mudam, com exceção dos chefes, que são um espetáculo à parte. Cada um deles possui movimentos e ataques únicos, exigindo que os jogadores tomem um cuidado redobrado e elaborem estratégias para agir.




Por fim, uma questão que vale ressaltar é o quão trabalhosa se torna a movimentação de Kene fora de combate. Quicar nas paredes para derrotar inimigos é legal, mas chegar à saída pode ser custoso justamente pela limitação de área que podemos alcançar. Por muitas vezes eu fiquei dando voltas com o personagem pelas plataformas só para conseguir alcançar a saída, o que é frustrante e quebra o ritmo do jogo. Há um sistema de viagens rápidas entre salas que completamos, o que alivia um pouco a frustração.

Breve, mas memorável

Apesar de não ser um projeto grandioso, FROGUE proporciona momentos divertidos e desafiadores ao longo de suas poucas fases. A jogabilidade inovadora, mesclando combate por turnos, bullet hell e elementos de plataforma, traz situações únicas que exigem abordagens criativas. No entanto, alguns aspectos, como a pouca diversidade de inimigos e fases pouco marcantes, podem deixar a aventura um pouco monótona, mas isso não tira o brilho da bela execução das técnicas de movimentação e parada de tempo.



Prós

  • Mesmo simples, a jogabilidade é prazerosa e divertida;
  • As batalhas contra os chefes são desafiadoras e exigem mais atenção dos jogadores;
  • Há uma boa diversidade de habilidades para equipar em Kene.

Contras

  • Todos as fases possuem uma estrutura semelhante;
  • Não há muita variedade de inimigos;
  • Movimentar Kene fora do combate é custoso.

FROGUE — PC/Android — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Wired Dreams Studio


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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