Depois de elencarmos os piores jogos de 2023 segundo a opinião dos nossos analistas, chegou a hora de revisitarmos o melhor que o ano passado nos
ofereceu em termos de experiência de jogo. De clássicos instantâneos a
verdadeiras surpresas que vão do AAA ao indie, foram seis jogos que receberam
a mais alta honraria do GameBlast no ano que se encerrou. Vamos relembrá-los?
Atelier Ryza 3: Alchemist of the End & the Secret Key
A primeira nota 10 de 2023 veio para um RPG japonês. Ivanir Ignacchitti foi o
responsável por analisar a conclusão da trilogia protagonizada por Ryza,
discorrendo a respeito do ponto em que chegou a evolução narrativa e o
amadurecimento dos personagens da IP, bem como o da própria desenvolvedora
responsável pela série.
Atelier Ryza 3: Alchemist of the End & the Secret Key mantém o alto nível da trilogia em uma experiência mais vasta que valoriza a exploração. O último jogo da trilogia encerra muito bem as férias de verão de Ryza e seus amigos, demonstrando o crescimento dos personagens e da própria desenvolvedora ao longo desses quase quatro anos desde o lançamento do primeiro Atelier Ryza.
Impostor Factory
Por se tratar de um título de 2021, a entrega da análise pode ter sido
demorada, mas não sonegada! Em sua análise, Lucas Oliveira destaca a
capacidade do jogo de transmitir emoções e envolver o jogador, mesmo com uma
duração relativamente curta, considerando-a uma obra-prima da Freebird Games.
Kan Gao, juntamente com seu time da Freebird Games, acerta mais uma vez e entrega uma experiência indescritível com Impostor Factory. Com três jogos principais e um spin-off (A Bird Story), essa é uma das poucas séries que ainda não errou e que mantêm o meu entusiasmo nas alturas para o que ainda pode vir pela frente.
Street Fighter 6
Carlos França Jr., nossa autoridade em games de luta, foi responsável por
esmiuçar o lançamento do sexto jogo numerado da aclamada franquia da Capcom. O
fato de se mostrar um fã e especialista no gênero não significava que seria
utilizado um crivo mais brando. Pelo contrário, esse conhecimento todo só
elevou o sarrafo e o game passou com louvor em sua análise, merecendo a
terceira nota 10 de 2023.
Street Fighter 6 veio para ser uma virada definitiva não só para a série, mas para os jogos de luta em geral. Tanto a experiência para quem quer aproveitar sozinho quanto para quem quer passar horas em disputas em rede não deixa a desejar em absolutamente nada, e isso faz SF voltar ao patamar de excelência no gênero que ele nunca deveria ter deixado de apresentar. O mérito deste triunfo pode ser totalmente creditado à maneira como a história dos personagens foi utilizada no World Tour, à acessibilidade que o jogo trouxe a quem nunca encostou em um jogo de luta e ao funcionamento impecável do Battle Hub. Um combo perfeito para quem esperava o retorno de Ryu e cia.
Baldur’s Gate 3
Considerado a grande surpresa de 2023, Baldur’s Gate 3 foi um dos grandes
papa-prêmios do ano que se encerrou por conta da liberdade que impera ao longo
de suas campanhas. Ao menos é o que Luan Gabriel de Paula pontuou em sua
análise, que também disseca sobre como tal atributo se estende a diferentes
facetas do gameplay:
Liberdade é a palavra que reina por aqui: a liberdade de criar seu personagem, resolver seus conflitos, adentrar suas tramas, explorar o mundo, se relacionar, combater e sobreviver. A forma como você procede nos Reinos Esquecidos só diz respeito a você. Nem o próprio Baldur’s Gate 3 ousa te prender com opções engessadas e fáceis; aqui, você é o mestre e o jogador, que decide se esta é uma história de glória e heroísmo ou sangue e dor.
Marvel’s Spider Man 2
Quando um jogo de excelência recebe um novo título, cria-se sempre um
burburinho em relação a como o produto oferecido pode ser aprimorado.
Alexandre Galvão, o Xelão, atesta com toda a certeza que essa expectativa foi
cumprida ao considerar que o novo game do teioso aumenta o sarrafo na
qualidade nos títulos baseados em heróis ao oferecer uma experiência que se
utiliza de todos os recursos disponíveis no PlayStation 5 e fazendo jus à sua
condição de exclusivo da plataforma.
Marvel’s Spider-Man 2 eleva o nível dos games baseados em heróis dos quadrinhos, estabelecendo-se como uma referência do gênero. Isso se deve a um roteiro primoroso, uma jogabilidade consistente e uma ambientação envolvente que nos mantém entretidos do início ao fim, desde o momento em que lançamos a primeira teia para o alto.
Slay the Princess
Ivanir Ignacchitti aparece novamente, agora em sua condição de mestre das
Visual Novels, para dar continuidade à bateria de notas perfeitas do GameBlast
em 2023 ao analisar Slay the Princess. Segundo a análise, a VN da Black Tabby
Games é uma experiência singular dentro do gênero dos romances visuais ao
trazer uma abordagem surpreendentemente sensível sobre a existência humana que
a faz se sobressair dentre outros produtos do mesmo estilo.
Slay the Princess é uma visual novel profunda e impactante que consegue discutir de forma sensível a natureza subjetiva da existência. Embora os aspectos violentos possam não ser indicados para algumas pessoas, trata-se de uma experiência de altíssima qualidade na combinação de todos os seus elementos.
Alan Wake 2
Como se não bastasse ter a oportunidade de esmiuçar o badalado Baldur’s Gate,
Luan Gabriel de Paula também foi responsável por analisar o seu maior
competidor no que diz respeito a abocanhar os principais prêmios de jogo do
ano. Oferecendo uma experiência transmidiática única, Alan Wake 2 esbanja
originalidade em um produto feito com muita atenção e dedicação.
Alan Wake 2 é de longe a experiência mais original que joguei neste ano, me deixando dividido entre ele e Baldur’s Gate 3 (Multi) como o melhor jogo do ano. A forma como a Remedy construiu seu mundo, personagens e história, sem se importar com padrões da indústria ou convenções narrativas do gênero, é de fato louvável. O projeto encontra força em ser uma história dupla de horror e investigação, colocando o jogador para pensar junto com seus protagonistas em uma forma de usar a arte e reescrever um futuro que parece imutável.
O Clube do 9.5
Enquanto as notas 10 são a maior honraria que um jogo pode receber de seu
analista, é válido ressaltar que ainda existem aquelas que chegam muito perto
desse objetivo supremo. Assim, confira também nosso recorte (em ordem de
publicação) com os games quase perfeitos que, infelizmente, deixaram de
alcançar a glória eterna por meros detalhes e acabaram ficando com 9.5 de
nota.
Wonder Boy Anniversary Collection (Carlos França Jr.)
Wonder Boy Anniversary Collection faz jus ao legado da franquia das crianças que têm que derrotar monstros gigantes e salvar reinos e princesas. O trabalho com os ports e com as peculiaridades de cada versão é muito bem-feito e a galeria dá um show de conteúdo. Agora sim temos uma coletânea que vale ser notada como uma das melhores que temos para as gerações atuais.
PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo (Ivanir Ignacchitti)
PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo é uma das obras mais interessantes do seu gênero, destacando-se especialmente pelo uso sagaz dos enquadramentos de câmera e por brincar com a percepção do jogador através de múltiplas perspectivas e elementos metalinguísticos. Este título é uma fácil recomendação para qualquer jogador interessado em obras narrativas e mostra como há várias formas engenhosas de repensar o conceito de adventure e, mais especificamente, visual novels.
Spin Rhythm XD (Gustavo Souza)
Viciante, frenético e divertido são apenas alguns dos adjetivos de Spin Rhythm XD. Com uma boa seleção de músicas e uma jogabilidade fluida e fácil de entender, Spin Rhythm chega para se destacar e se consolidar como uma das melhores experiências disponíveis em jogos de ritmo. Mesmo com a enorme complexidade nas dificuldades mais altas, é extremamente satisfatória a constante tentativa de completar uma música. Com a promessa de novos conteúdos para o futuro, Spin Rhythm XD tem tudo para permanecer relevante por muito anos.
MLB The Show (Carlos França Jr.)
MLB The Show 23 deixou a preguiça de lado e, em vez de só atualizar elencos e trocar a capa, fez melhorias discretas, mas que beneficiaram bastante a experiência de quem queria algo mais completo. A adição de um modo focado na Negro League foi a jogada que colocou o título da franquia como um dos melhores já feitos sobre o esporte.
Resident Evil 4 (Matheus Senna de Oliveira)
O remake de Resident Evil 4 não substitui a aventura original, mas fica lado a lado como uma experiência única, rica, bem-construída e viciante. Mais do que comparações diretas, aqui temos um caso raro em que mudanças cuidadosamente executadas tornam o novo lançamento superior em diversos pontos, sempre respeitando aquilo que funcionava bem. Seja você um novato ou veterano, esse é um game absolutamente obrigatório na tua biblioteca.
Wild Dogs (Carlos França Jr.)
Wild Dogs pode ter sido criado com a intenção de ser um run and gun retrô, mas a junção de elementos que ele trouxe o tornou algo muito maior. É uma recomendação que eu faço sem pensar duas vezes para quem quer experimentar o gênero ou para quem já é veterano. Sua vontade de ação e nostalgia com um bom desafio certamente será saciada.
Shadow Gambit: The Cursed Crew (Alexandre Galvão)
No panorama geral, Shadow Gambit: The Cursed Crew solidifica ainda mais o status da Mimimi Games como uma produtora de experiências marcantes e gratificantes no gênero de estratégia furtiva. Em um mercado talvez não tão vasto, a empresa continua a cativar tanto os aficionados quanto os recém-chegados, como um corsário habilidoso conquistando novos territórios. Um brinde merecido, seja com rum ou uma taça de admiração, a este impressionante título.
Anonymous; Code (Ivanir Ignacchitti)
ANONYMOUS;CODE consegue explorar muito bem seu conceito de futuro e discussão sobre realidade para oferecer uma experiência de alto nível. É uma recomendação bem segura para quem tem interesse no gênero, mostrando mais uma vez a alta qualidade da franquia Science Adventure.
Armored Core VI: Fires of Rubicon (Luan Gabriel de Paula)
Armored Core VI: Fires of Rubicon é uma carta de amor a toda a história da franquia e eleva o trabalho feito pela FromSoftware feito nos últimos 25 anos, agradando a veteranos e novatos. É um projeto seguro, de certo modo, por manter intacta boa parte do loop de gameplay de seus antecessores; porém, ele consegue aprimorar cada aspecto desses componentes, trazendo uma experiência única como poucos jogos de ação conseguem fazer hoje em dia. Um grande retorno de uma IP que nunca deveria ter sido esquecida.
Resident Evil 4: Caminhos Distintos (Matheus Senna de Oliveira)
Após um lançamento digno dos melhores do ano, a única coisa importante que estava faltando chegou: Resident Evil 4 - Caminhos Distintos entrega o protagonismo a Ada Wong, que consegue não somente complementar a saga de Leon, mas também construir uma aventura própria de primeira. Atirar, chutar e sair saltando é sempre muito divertido, e os desafios do DLC têm um ótimo nível de dificuldade, incluindo combates e quebra-cabeças. Em conclusão, uma expansão obrigatória para quem tem o jogo e um grande incentivo extra para quem ainda não o adquiriu.
God of War Ragnarök: Valhalla (Alexandre Galvão)
God of War Ragnarök: Valhalla representa um extraordinário acréscimo ao universo de God of War Ragnarök, transcendendo as expectativas ao oferecer uma experiência envolvente e repleta de desafios. Sua qualidade excepcional não apenas amplia a narrativa de Kratos, mas também proporciona uma jornada emocionante e rica em detalhes, tornando-se essencial para os fãs da saga.
Menções Honrosas
Ficando um pouco mais longe dos scores referentes à perfeição ou à quase-perfeição, os jogos que alcançaram 90 pontos em 100 possíveis não são de se jogar fora, sendo universalmente recomendados e verdadeiras referências para seus respectivos gêneros. Confira, então, nossas menções honrosas de 2023.
Revisão: Juliana Piombo dos Santos