Análise: The Rumble Fish + (Multi) — Um port tardio e curioso, mas que tem seu valor

Um clássico dos arcades nipônicos finalmente ganha um lançamento oficial, mas sofre com os sinais da idade.

em 19/01/2024
The Rumble Fish foi uma das pérolas dos jogos de luta do começo dos anos 2000, mas ficou restrita à parte oriental do planeta. Para piorar, sua presença foi sufocada por alguns de seus contemporâneos, como Tekken 5, Mortal Kombat: Deception, Samurai Shodown 5 Special e SoulCalibur 3.

Para trazer este tesouro esquecido à luz dos jogadores atuais, no final de 2022 foi relançada a obscura sequência The Rumble Fish 2. Agora, para apresentar a obra original a quem não conhecia suas origens, chega o port The Rumble Fish +, marcando o primeiro lançamento oficial do título para o resto do mundo.

Peixe pequeno

The Rumble Fish + conta com um elenco modesto de nove lutadores — e um chefe secreto —, mas uma mecânica até que decente. Nossa barra de especial possui duas partes, uma para a técnica ofensiva e outra para a defensiva. Completar ambas possibilita o uso do golpe máximo do nosso personagem.

O sistema de combos é dinâmico e intuitivo, sendo possível conectar qualquer um dos botões de ataque fraco com os de ataque forte na sequência, finalizando com um especial, ou até aumentando o volume do dano causado. A maioria dos personagens funciona dessa maneira, dadas as devidas variações de golpes especiais.

O ritmo de jogo mais pausado e as animações mais travadas, que eram bastante chamativas em 2004, também mostram as rugas da idade, parecendo um pouco ultrapassadas. Ainda assim, elas conseguem ter um certo charme graças à combinação de sprites coloridos em 2D com cenários tridimensionais.

Justificando o Plus

Para tentar desviar da pecha de ser um mero port de duas décadas, The Rumble Fish + trouxe alguns incrementos modestos. O principal deles é o modo online, com direito ao uso do rollback netcode. Também é possível salvar os replays de cada luta e assisti-los quando quiser. Infelizmente, no meu tempo analisando o game, não consegui encontrar outros jogadores para testar a estabilidade das partidas em rede.

Para não ficar totalmente na falha, o modo treino também trouxe algumas opções bacanas, como programar o rival para fazer sequências pré-determinadas, e assim realizarmos práticas mais situacionais. Não é algo inovador, visto que vários títulos recentes possuem esse recurso, mas não deixa de ser uma inclusão válida.

Outra característica bacana é que, para cobrir as faixas pretas das laterais da tela, podemos colocar a lista de comandos dos personagens. É um recurso visual interessante, que ajuda a trazer um pouco da “alma de fliperama” que sempre rodeou The Rumble Fish.

Para encher a prateleira

Ter The Rumble Fish + à disposição é bom para quem sempre quis matar a curiosidade, mas não estava afim de recorrer a emuladores diversos. Ainda assim, nos dias de hoje ele se torna insosso perto de tantas opções disponíveis. Pelo menos seu preço baixo serve de incentivo para os entusiastas e fãs do gênero o adquirirem sem culpa.

Prós

  • Mecânica de jogo simples e de fácil aprendizado;
  • Finalmente um lançamento original de um título que ficou por muito tempo restrito ao Oriente;
  • Os gráficos coloridos até têm um certo charme;
  • É possível colocar o comando dos personagens na lateral da tela;
  • Modo treino bastante completo.

Contras

  • Tanto suas animações quanto o ritmo de jogo mostram o quanto ele é datado;
  • O modo online, principal motivo do port, está vazio;
  • Tem pouco a oferecer perto de outros concorrentes.
The Rumble Fish + — PC/PS4/Switch/XBO — Nota 6.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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