Embora eu ainda não seja tão ativa aqui quanto eu gostaria, já estou satisfeita por ter conseguido contribuir mais para este site incrível em relação ao ano passado. É verdade que, devido à minha rotina, tenho maior disponibilidade para analisar jogos para o Nintendo Blast (minha listinha de favoritos é esta aqui), mas o GameBlast me proporcionou alguns títulos interessantes também (destaco, porém, que alguns títulos partiram de iniciativa própria minha).
Vamos lá então? Os jogos estão em ordem alfabética.
[I] Doesn't Exist
Uma curiosa experiência que mescla a essência dos antigos jogos textuais e jogabilidade moderna ao mesmo tempo que aborda temas importantes, em especial crise existencial. Recomendadíssimo para quem curte um tipo de imersão mais introspectivo.
All Idleness and Ephemera
Boys love não é a demografia que mais consumo, especialmente em visual novels, mas foi interessante ver ebi-hime saindo da sua zona de conforto ao apresentar um spin-off envolvendo o romance controverso entre o protagonista Yuel e seu primo Tavi. Ver outras facetas desses personagens foi super interessante, e preciso confessar que a escrita consegue superar a da visual novel original, All Ashes and Illusions.
Loopers
Loopers é uma intrigante visual novel sobre repetir o mesmo dia várias e várias vezes e como as pessoas presas neste loop lidam com essa repetição constante. No entanto, no meio do caminho há reviravoltas inesperadas e, a partir de então, é só ladeira abaixo no nosso emocional — mas fazer o quê? Key é Key.
Shattered Heaven
Tive a oportunidade de experimentar a demo deste roguelike deckbuilding na edição de 2022 da Brasil Game Show e preciso dizer que o jogo despertou instantaneamente meu interesse. Além de uma lore riquíssima e envolvente, os combates trazem várias imprevisibilidades, tudo dentro de um pacote de dungeons geradas proceduralmente.
To Have and to Hold
Spin-off do supracitado All Idleness and Ephemera, temos aqui uma visual novel gratuita de qualidade ímpar (e que, curiosamente, me cativou mais do que Ephemera). Se o romance entre Yuel e Tavi já havia me pegado de surpresa antes, To Have and to Hold só me provou que ebi-hime é capaz de se adaptar para atender a diferentes demandas.
Usagi Shima
Um gostosinho idle game mobile com coelhinhos fofinhos. Basicamente, tudo o que precisamos fazer é gerenciar nossa ilha e interagir com os diversos tipos de orelhudinhos que aparecem nela. Inclusive, Usagi Shima recebeu uma atualização recente e agora os habitantes da ilha podem passar um tempinho brincando no mar. É muita fofura!
UsoNatsu ~The Summer Romance Bloomed From A Lie~
A única visual novel girls love — agora, sim, uma demografia da qual sou realmente fã — que analisei para o GameBlast este ano, e um título que vai ficar na minha lista de jogos favoritos como um todo. UsoNatsu traz uma trama que, a princípio, parece superficial e clichê, afinal, estamos falando de um romance entre duas colegiais, mas que logo escancara suas inúmeras camadas. Além do crescimento pessoal de Kaoru e Shiori, temos temas importantes, como violência doméstica e psicológica, automutilação e dependência emocional, vindo à tona; embora a presença desses assuntos traga certo peso à leitura, eles são abordados com muita maturidade e sensatez, em vez de serem introduzidos apenas como artifícios baratos para fazer a história andar.
With Eyes of Ice
Nesta (mais uma!) visual novel, ebi-hime não mediu esforços para explorar cenários e costumes diferentes daqueles que a autora está acostumada a escrever. Deixando um pouco a Inglaterra de lado, temos aqui uma conturbada história de amor, mas que é suficientemente quentinha para aquecer o inóspito inverno islandês. Vale a pena ler até o fim!
Expectativas para 2024
2023 já está praticamente no fim e acho que não vou dar conta de completar nenhum título em aberto até as 23h59 de 31 de dezembro — talvez The Curse of Kudan no Switch, isso se eu não desfalecer na cama antes, hahaha. Com o ano-novo batendo à porta, é óbvio que tenho expectativas para 2024: por recomendação do meu colega Ivanir, espero aproveitar Another Code: Recollection em janeiro — terminei a demo no último dia 25 e estou bem empolgada para o jogo completo —, e pela primeira vez na vida estou no aguardo de um título da franquia Mario: Princess Peach: Showtime!. Quem diria, hein?
Porém, as expectativas não param por aí: a Ubisoft me pegou de surpresa com o anúncio de uma edição de 20 anos de Beyond Good & Evil, um título que é muito especial para mim, e Unicorn Overlord, que parece ser tão promissor quanto os outros jogos da Vanillaware. Também não posso deixar de mencionar Persona 3 Reload e Metaphor: ReFantazio; esses últimos, porém, talvez eu prefira jogar no meu ritmo, porque me conheço com RPGs, hahaha.
Tenho certeza de que o ano que vem trará surpresas ao longo do caminho — e é bem provável que análises minhas de visual novels pipoquem aqui no GameBlast, hein!
Até 2024!
Deixando um pouco os jogos de lado, 2023 foi um ano cheio de ressignificações para mim e sinto que finalmente estou caminhando com minhas próprias pernas. Consegui deixar para trás algumas dificuldades na minha vida, estreitei relações com quem me faz bem, aprendi coisas novas e importantes com meus amigos — e com colegas de trabalho também.
Viver com depressão e ansiedade não é fácil na maior parte do tempo; ser mulher que gosta de jogos, idem. Mas, acima de tudo, percebi que o caminho que escolhi, mesmo depois de uma década de experimentações, altos e baixos, é o que eu quero para a minha vida.
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| Ad astra per aspera foi meu mote para 2023 e meu presente de aniversário para mim mesma |
Ah! Preciso dizer que finalmente conheci pessoalmente Ivanir e Farley na edição deste ano da Brasil Game Show! Espero que esse tenha sido o primeiro de muitos encontros futuros.
Para você, que me acompanhou aqui no GameBlast em 2023, e também para quem caiu de paraquedas aqui (talvez por curiosidade?), desejo, de coração, Boas Festas e um ótimo Ano-Novo. Que 2024 seja mais gentil conosco e nos traga coisas boas.
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut
