Meus jogos favoritos de 2023 — Alexandre Galvão

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 11/12/2023

O ano de 2023 foi um período significativo para os videogames, marcado pela chegada de excelentes títulos. Para mim, é difícil lembrar de um ano tão excepcional quanto este no mundo dos jogos. Tive a oportunidade de experimentar diversos desses lançamentos notáveis, e posso dizer que foi um privilégio.

Neste fim de ano, continuo nossa tradição de compartilhar as experiências que tanto eu como os demais colegas redatores de nossa equipe tivemos com jogos no decorrer do ano. Desta vez, tive momentos memoráveis os quais estou ansioso para dividir antes de 2023 chegar ao fim. Quer saber mais sobre minhas aventuras nos jogos? Vamos nessa!

Novidades que marcaram

Para começar, quero trazer alguns jogos que realmente se destacaram este ano, trazendo algo novo que me cativou ou simplesmente me relembraram por que sou apaixonado por videogames.

Em março, Wo Long: Fallen Dynasty me introduziu de volta ao gênero Soulslike. Para mim, este é um daqueles tipos de jogos que você adora, mas não domina completamente, e Wo Long rapidamente se tornou um desafio principal na minha lista de “preciso aprimorar minhas habilidades”.


Apesar da premissa clichê do herói destinado a salvar a China, o combate viciante de Wo Long me prendeu. Enfrentei muitos chefes e inimigos poderosos, morrendo um excesso de vezes por descuido, mas ao contrário de outros jogos do gênero, Wo Long se destacou e se tornou um dos meus favoritos de todos os tempos.

Outro destaque de março foi Atomic Heart, que me conquistou desde os trailers e até acrescentou a expressão “carniça defumada” ao meu vocabulário durante o tempo que passei jogando. Com uma atmosfera que mescla Bioshock Infinite e Wolfenstein, graças aos poderes e à narrativa distópica, mergulhei em um mundo soviético retro-futurista surpreendentemente original, especialmente em termos de enredo.


Já no final do mesmo mês, descobri DREDGE, um dos jogos indicados ao The Game Awards deste ano. Sua narrativa lovecraftiana, que explora o sobrenatural enquanto pescamos os mais estranhos e curiosos tipos de peixes e frutos do mar para levantar alguns trocados me fisgou completamente.

Logo em seguida, embarquei em outra aventura marítima com a tripulação do Red Marley em Shadow Gambit: The Cursed Crew. Este jogo de estratégia se destacou como um dos melhores de 2023 para mim, especialmente por se tratar de um gênero com o qual não tenho muita familiaridade desde os áureos dias de StarCraft e Age of Empires.

Foi surpreendente ver como esse gênero amadureceu e ainda continua gerando projetos incríveis como este. Sendo também o último projeto da Mimimi Games, me sinto honrado por ter tido o privilégio de jogar e compartilhar minhas impressões sobre esse magnífico título em agosto.


Como fã da era 16-bit, outro jogo que ganhou meu coração foi 30XX, o melhor jogo estilo Mega Man X que não é da Capcom nos últimos tempos. A jogabilidade, atmosfera e mecânicas remetem aos clássicos de MMX. Aos que sentem falta das investidas, tiros e da progressão com armas cada vez mais poderosas, 30XX é uma escolha que recomendo vivamente.


Por último, mas não menos importante, Ugly foi outro título que me cativou, mantendo minha atenção por horas a fio com seus quebra-cabeças desafiadores, alguns dos mais difíceis que já encontrei recentemente. Além disso, sua trama macabra, porém fascinante, me prendeu enquanto explorava as profundezas da mente do nosso amigo 'feinho'.

Melhor que o anterior?

Neste segundo momento, destaco as sequências que fizeram parte das minhas jogatinas ao longo de 2023. São títulos novos de franquias já conhecidas e, em alguns casos, tradicionais.

Em F1 23, pude retornar ao cockpit dos poderosos bólidos da Fórmula 1. Após uma versão não tão empolgante em 2022, a edição deste ano trouxe melhorias que a tornaram relevante, interessante e, felizmente, ainda acessível para quem quer se aventurar no mundo da velocidade de forma virtual pela primeira vez.

O Star Wars Day foi especial este ano. Desde 2020 criei o hábito de celebrar a data na coluna Blast from the Past, em que relembramos os jogos do passado. Dessa vez, porém, pude desfrutar de mais uma história envolvente no universo de Star Wars com Star Wars Jedi: Survivor. O retorno de Cal Kestis trouxe uma jogabilidade viciante e um enredo repleto de referências, mesmo com alguns problemas de performance no lançamento. Aguardo ansiosamente uma possível sequência.


De uma galáxia muito distante, retornei ao futuro longínquo ao lado de Aloy na expansão Horizon Forbidden West: Burning Shores. Sou um grande fã da Salvadora de Meridiana e me envolvi ainda mais com a história deste mundo repleto de gigantescas bestas metálicas. A expansão, mesmo que modesta, ofereceu boas horas de jogatina e uma chance de explorar um pouco mais a região de uma Los Angeles do passado. E, por curiosidade, qual desfecho você escolheu para Aloy e Seyka, caso tenha jogado?
Essa cena gerou polêmicas
Do escaldante Litoral Ardente para o inferno incandescente da Blizzard, meu meio de ano foi quente com Diablo IV. O retorno grandioso de uma das franquias mais consagradas de RPG ocidental foi uma das experiências mais únicas desde que comecei a colaborar aqui no GameBlast.

Além de jogar, troquei ideias com colegas redatores ao redor do mundo por meio de uma comunidade da Blizzard durante o período de testes. Foi fantástico ver diferentes reações e opiniões, além da colaboração direta com os desenvolvedores. Depois do lançamento oficial, reunimos amigos, formamos um clã e enfrentamos as dungeons de Santuário juntos.


Ainda no campo dos RPGs, Final Fantasy XVI também foi uma experiência marcante em 2023. Com uma história mais madura e impressionante, a narrativa de Clive Rosfield em Valisthea quebrou paradigmas da série de uma maneira cativante. Essa mudança na fórmula tradicional de Final Fantasy se revelou necessária para atender à nova geração de jogadores, como mencionei em minha análise na época.

Agora, com as expansões anunciadas, e uma delas já lançada, logo retornarei para este mundo para me envolver um pouco mais com esta impressionante saga que já se tornou, para mim, uma das mais marcantes da série. Além disso, também espero ansioso pelo seu lançamento para fora do PlayStation 5 para que mais pessoas possam ter a oportunidade de jogá-lo.


Ghostrunner 2 também marcou presença em minha jogatina este ano. Tendo tido meu primeiro contato com a série em 2020, fiquei empolgado com a sequência. Embora o ritmo tenha sido um pouco diferente do seu antecessor, a oportunidade de me tornar um ninja cibernético novamente e fatiar criaturas futuristas ainda foi empolgante.

Por fim, um dos grandes destaques foi Marvel’s Spider-Man 2, a tão aguardada sequência do universo do Aranha no PlayStation. O jogo permitiu explorar Nova York como Peter Parker e Miles Morales, com a adição de Venom, oferecendo uma nova perspectiva em uma das histórias clássicas do Homem-Aranha.


Apesar de não ter recebido grandes prêmios nas cerimônias de fim de ano, como o The Game Awards, como fã fiquei extremamente satisfeito com essa adaptação de alta qualidade de um dos heróis mais conhecidos e cultuados da cultura pop mundial.

Capcom, sua linda

Desde a infância, cultivei um carinho especial pela Capcom. É uma marca que cresceu comigo, conectando-se às minhas experiências ao longo dos mais de 30 anos dedicados aos jogos eletrônicos. Ver sua marca estampada no início de um jogo ou trailer evoca uma sensação de nostalgia e boas lembranças.

Em 2023, ela foi responsável por títulos e franquias que me acompanharam desde a infância até a fase adulta. Desde os jogos da Disney para o Super Nintendo até séries como Mega Man e Street Fighter, passando por Resident Evil, Onimusha, Devil May Cry e Okami nos consoles PlayStation. E atualmente, projetos recentes como o impressionante Street Fighter 6 e Monster Hunter, uma franquia que subestimei por muito tempo, mas da qual agora reconheço o valor.
Que belo ano para ser fã de jogos de luta
Com Street Fighter 6, redescobri meu amor pelos jogos de luta. Considerado um dos melhores de todos os tempos, esse jogo me motivou a mergulhar novamente de maneira mais séria e disciplinada no competitivo online, mesmo com muitos tropeços pelo caminho, continuo subindo, aos poucos, nos rankings contra o temível “Ken online brasileiro”.

Em Monster Hunter Rise, finalmente experimentei a verdadeira caça aos notáveis monstros que tornam essa série tão popular. Se o jogo base me fisgou, a expansão Sunbreak foi uma verdadeira prova para saber se era digno de fazer parte dessa comunidade apaixonada e dedicada. Acredito que passei no teste, embora reconheça que ainda tenho muito a aprender sobre a arte da caça aos monstros.


Embora não tenha jogado o remake de Resident Evil 4, tive uma experiência interessante caçando monstros novamente, de certa forma, em Exoprimal. Apesar de uma apresentação um tanto confusa, a ação e a jogabilidade foram pontos relevantes que me incentivaram a passar horas enfrentando dinossauros.

Estive lá pela Capcom, mas fiquei pela satisfação encontrada no combate. Quando o crossover com Monster Hunter chegar, será uma verdadeira união dos melhores mundos — ou talvez não.

Dando o braço (metálico) a torcer

Encerro minha lista de experiências em 2023 dando os devidos méritos a Cyberpunk 2077. Desde seu tumultuado lançamento em 2020, quando adquiri durante a pré-venda e até tive que lutar por um reembolso, passando pela frustração e, eventualmente, comprando-o novamente por um preço acessível em 2021 para uma nova tentativa. Só em 2023, com o lançamento da aguardada atualização 2.0, decidi revisitar Night City.

Agora posso admitir que o jogo está excelente. É gratificante poder desfrutar dele plenamente três anos após seu lançamento, finalmente da maneira como foi planejado. Talvez, quando tiver mais tempo, me aventure na expansão Phantom Liberty para mergulhar mais fundo em Night City. Mas conhecendo minha tendência, é provável que eu acabe passando mais tempo colecionando roupas para poses no modo foto. Sim, sou desses.
Até o meme do Keanu triste veio junto com o novo update
Deixo esse tópico como um registro público de que segundas — até terceiras ou quartas, se for o caso — chances não devem ser desperdiçadas. Se até No Man’s Sky, que chegou de forma medíocre e pobre, se tornou algo grandioso e até referenciado após a persistência dos desenvolvedores e o apoio da comunidade, com a CD Projekt Red temos mais uma prova de que dá para dar a volta por cima e mostrar o verdadeiro valor de seu trabalho. Isso vale também como resolução de ano novo, chapas!

O que espero em 2024

Mais jogos, obviamente! Mesmo que não sejam com tanta quantidade como foi em 2023, mas se vierem com a mesma qualidade ficarei bem contente. Diferente do meu cartão de crédito, que fritou consideravelmente durante este ano.

Dentre os jogos que estou de olho no ano que vem, estes são os que já estão no meu “radar de interesses” para jogar o quanto antes:
Tekken 8 já chega agora em janeiro para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S
Arlequina, Pistoleiro, Capitão Bumerangue e Tubarão-Rei tentam o impossível em Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, em fevereiro
Decisões difíceis e forças sobrenaturais já me chamaram a atenção em Banishers: Ghosts of New Eden, também em fevereiro.
Depois de muitos anos, Skull and Bones finalmente se lançará para o alto mar no PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Os anciãos dos games, como eu, também ficaram animados com Star Wars: Dark Forces Remaster
Ainda em fevereiro, Final Fantasy VII Rebirth retoma a saga de FFVII no PlayStation 5
A Ascenção do Ronin, mais um exclusivo para o PS5, chega logo em seguida, em março
O já impressionante Black Myth: Wukong, trará um soulslike da lenda do Rei Macaco, em agosto
Será que Pragmata, da Capcom, vem esse ano?
Star Wars Outlaws também pode chegar em 2024, mas ainda não temos nada confirmado
Espero por The Wolf Among Us 2 bem mais do que GTA VI
Sendo assim, termino aqui minha retrospectiva pessoal de experiências com games em 2023. Espero que a sua tenha sido tão boa quanto a minha. Se não, que os deuses do videogame te abençoem para que jogos bons cheguem à suas mãos e te marquem como aconteceu comigo. Boas festas e um ótimo fim de ano para você!
Revisão: Juliana Santos

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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