Porém, como os spin-offs SteamWorld Heist e SteamWorld Quest: Hand of Gilgamech demonstraram, a série nunca teve medo de sair de sua zona de conforto e flertar com gêneros novos. Com lançamento previsto para o próximo dia 1 de dezembro, SteamWorld Build apresenta a qualidade usualmente associada à saga em uma aventura carismática e que promete horas de diversão para os fãs de construção e simuladores.
A busca pela sobrevivência
Apesar dos visuais coloridos, a história de SteamWorld Build se inicia de forma um pouco sombria: basicamente, o planeta em que você vive está morrendo. Portanto, é questão de tempo até que tudo ao redor, inclusive você mesmo, vire pó em um fim trágico.
Mas e se houvesse uma saída enterrada nas profundezas de seu planeta? Bem, é o que dizem os rumores. Supostamente, existem tecnologias antigas e espaciais sob o solo que possuem o poder necessário para salvar toda a população.
Nessa situação, como o próprio jogo reforça, é cavar ou morrer tentando. Por isso, caberá ao jogador reunir seu bando e construir, do zero, uma nova e organizada cidade SteamWorld.
Quem sabe, se a localidade prosperar o bastante e fizer bom uso dos recursos encontrados, talvez seja possível chegar longe na exploração e encontrar as tais tecnologias antigas para salvar a população.
Simples e superficial?
Particularmente, sempre apreciei simuladores e jogos focados em construção. Lembro-me, por exemplo, com muito carinho das horas gastas em minha infância com o clássico RollerCoaster Tycoon e sua sequência, ambos no PC de minha família.
Seja você experiente ou não com o gênero, uma das primeiras características positivas de SteamWorld Build é o seu amplo e amigável tutorial. Basicamente, o primeiro objetivo consiste em atrair trabalhadores para a cidade, satisfazendo suas necessidades básicas para que eles se mantenham felizes e produtivos.
Como em todo bom jogo do gênero, o segredo está na complexidade que vai se revelando aos poucos, acompanhando o ritmo do jogador. Se inicialmente você se verá ocupado com armazéns e simples residências, não é preciso muito tempo para se perceber construindo fábricas complexas, gerenciando minas e tentando prover o necessário para que cada vez mais robôs qualificados sejam atraídos ao seu pedaço de terra.
E não para por aí: na missão de salvar seu planeta, é imprescindível descer ao subterrâneo, que traz consigo seus próprios problemas, como criaturas inimigas e o risco de colapso, caso suas estruturas não sejam de qualidade ou devidamente planejadas e sustentadas.
Se ainda é necessário um pouco mais tempo de jogo para averiguar a verdadeira profundidade de SteamWorld Build, as minhas primeiras impressões não poderiam ser mais positivas, indicando um título para realmente ficar de olho antes do lançamento oficial.
Estilo para dar e vender
Outro ponto que merece elogios desde já é a apresentação e a otimização do jogo. Cada habitante e construção possuem diversos detalhes, de modo que é possível gastar um bom tempo admirando as coloridas e cada vez mais complexas cidades construídas (e, claro, a vida cotidiana nelas).
Além disso, o carisma que define títulos como SteamWorld Dig 2 e SteamWorld Quest se faz presente tanto nos habitantes e em suas animações quanto no que vi até agora da história. O suporte ao português brasileiro em forma de legendas, embora esperado, também é muito bem-vindo, especialmente porque facilita a compreensão dos vários recursos à disposição.
Pensado desde o início para ser um jogo multiplataforma, SteamWorld Build também foi, segundo seus desenvolvedores, amplamente otimizado não somente para o icônico combo de mouse e teclado, mas também para os controles tradicionais.
Paralelamente, a interface clean e amigável indica que, felizmente, o jogador não terá problemas relacionados a ela, algo que não deve ser menosprezado em obras do gênero, que facilmente podem gerar um festival de micro janelas abertas na tela.
Um título para se ficar de olho
Não é uma tarefa fácil, mas o segredo dos bons simuladores e títulos de construção está em ser tão acessível quanto complexo, fornecendo uma aventura capaz de ser revivida inúmeras vezes e de diversas formas, ao gosto do jogador.
Seguindo esse mantra, já nas primeiras horas, SteamWorld Build consegue encantar com a grande variedade de brinquedos que entrega para a sua carismática, colorida e versátil caixa de areia. Embora a sua real profundidade ainda precise ser conferida, todos os sinais apontam para um jogo que merece a atenção dispensada. Como resultado, tanto a franquia SteamWorld quanto seus fãs agradecem e anseiam pelos próximos dias.
Revisão: Davi Sousa
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida pela Thunderful Publishing