A história de Granblue Fantasy: Relink (Multi) se arrasta desde 2016,
quando foi anunciado como um RPG de ação para expandir a marca Granblue
Fantasy, já consolidada no mobile, para outros públicos e plataformas. Na
época, o desenvolvimento havia ficado a cargo da PlatinumGames — que era uma
empresa na crista da onda da indústria — e confirmado o lendário Nobuo Uematsu
na composição da trilha sonora.
Depois de algum tempo com poucas atualizações, a Platinum acabou sendo
dispensada de seu envolvimento do game (algo que também chegou a acontecer com
Scalebound, posteriormente cancelado) depois de desenvolver a base do sistema
de batalha, sendo que a Cygames iria lidar com a produção do título.
Após anos na encolha e furando uma janela de lançamento originalmente prevista
para 2022, o título voltou a ser devidamente promovido pela Cygames e estava
disponível para o público testá-lo na Brasil Game Show 2023. O GameBlast teve
a oportunidade de conferir a demo, que foi a mesma que a empresa levou para a
Gamescom deste ano.
Antes do jogo efetivamente ter início, houve a oportunidade de mudar algumas
configurações pontuais, como controles simplificados e até mesmo idioma dos
textos (com português brasileiro disponível). Na sequência, foi a hora de
escolher alguns personagens. Cada um deles tinha suas próprias habilidades.
Como tivemos a oportunidade de jogar duas vezes, escolhemos dois diferentes.
Na primeira, seguimos com a que aparentemente era a mais equilibrada,
Katalina, que dispunha de ataques básicos com sua espada e de um arsenal de
técnicas de gelo, além da possibilidade de curar ela e outros personagens que
estivessem nas proximidades de uma área pré-determinada.
Na segunda, escolhemos Siegfried, que se assemelhava mais a um heavy hitter e
do timing do jogador ao combinar os ataques básicos e fortes (quadrado e
triângulo, respectivamente, nos controles do PlayStation) para ganhar
determinados bônus.
Adicionalmente, o legado da Platinum acaba ficando evidente logo ao
entendermos os comandos, uma vez que a jogabilidade é parecida, uma vez que é
necessário combinar esses dois botões de ataque com a movimentação, esquivas e
saltos. As técnicas especiais (passíveis de cooldown) são utilizadas ao
segurar um dos gatilhos traseiros e ao apertar um dos quatro botões.
Há também a possibilidade de engatar um golpe especial ao apertar os dois
direcionais ao mesmo tempo. Para isso, é necessário carregar a barrinha abaixo
do medidor de vida até os 100% enquanto joga normalmente. Acertar o momento
certo para tal é importante porque, se os parceiros na mesma party fizerem o
mesmo em sequência, o sistema entra em um combo, o que rende um aprimoramento
bem robusto nos atributos por um tempo.
Pois bem, tem dez minutos contados no canto da tela para ser completada e traz
três objetivos opcionais: derrotar o chefe Gerasene em menos de cinco minutos,
ativar um golpe especial Full Burst uma vez e ativar o link, o combo de
especiais, uma vez também.
Logo de cara, o jogador é colocado em um campo verdejante contra um exército
de esqueletos e um indicativo no mapa avisando para onde ele deve ir. Uma vez
chegando lá, o chefe Gerasene (um esqueletão gigante) se apresenta e é
necessário atacá-lo com tudo até zerar a vida do bicho. Nada muito complexo ou
elaborado para um teste desse, mas é suficiente para sentir um gostinho da
jogabilidade, que se mostrou bem crocante.
Uma vez que Gerasene é derrotado, outro boss toma conta da tela, o Rock Golem, e é mais uma oportunidade de o jogador mostrar serviço ao derrotá-lo. Das duas oportunidades, os dez minutos se mostraram bem apertados para a conclusão do teste, mas foi possível finalizá-lo com alguns poucos segundos sobrando — menos de vinte, em ambas as ocasiões.
No geral, foi possível sentir um gostinho bem positivo do jogo no que diz
respeito à jogabilidade prática dele, que parece bem fluida e, nos quase vinte
minutos de teste, foi bem divertida. Além disso, é notável o quão bonitão é o
título, com um estilo gráfico parecido com o de Tales of Arise, da Bandai
Namco. As animações são igualmente impressionantes e a música também não faz
feio.
A ressalva fica somente ao estilo do sistema de jogo geral. Considerando esse
formato de missões isoladas e foco em jogabilidade multiplayer com até quatro
jogadores em simultâneo, Granblue Fantasy: Relink exuma algumas memórias de
Babylon’s Fall, que, por coincidência também teve dedo da PlatinumGames. Babylon’s Fall tinha como cerne esse enfoque multiplayer e uma estrutura de
jogo voltada para games as a service que normalmente se espera de um jogo free
to play, mesmo que ele custasse sessenta dólares como um produto premium.
A despeito disso, é importante ressaltar que a jogabilidade bruta de Babylon’s
Fall também era demasiadamente chata. Entediante mesmo e pouco inspirada, além
da identidade visual medonha. O pouco que deu para testar do jogo da Cygames,
entretanto, já deu para pegar um gameplay bem mais diverso, envolvente e
divertido, além de um mundo visualmente colorido e agradável de se ver.
Só resta saber se, estruturalmente, os caras vão acertar, né? Para isso, não
vai ser necessário esperar muito tempo, já que Granblue Fantasy: Relink está
previsto para ser lançado em 1 de fevereiro de 2024 para PlayStation 4,
PlayStation 5 e PC.