BGS 2023: Granblue Fantasy Relink (Multi) diverte no gameplay, mas tem que tomar cuidado com a estrutura

Títulos da Cygames passou por um desenvolvimento complicado, mas parece bem encaminhado para um lançamento suave em fevereiro do ano que vem.

em 16/10/2023


A história de Granblue Fantasy: Relink (Multi) se arrasta desde 2016, quando foi anunciado como um RPG de ação para expandir a marca Granblue Fantasy, já consolidada no mobile, para outros públicos e plataformas. Na época, o desenvolvimento havia ficado a cargo da PlatinumGames — que era uma empresa na crista da onda da indústria — e confirmado o lendário Nobuo Uematsu na composição da trilha sonora. 

Depois de algum tempo com poucas atualizações, a Platinum acabou sendo dispensada de seu envolvimento do game (algo que também chegou a acontecer com Scalebound, posteriormente cancelado) depois de desenvolver a base do sistema de batalha, sendo que a Cygames iria lidar com a produção do título.

Após anos na encolha e furando uma janela de lançamento originalmente prevista para 2022, o título voltou a ser devidamente promovido pela Cygames e estava disponível para o público testá-lo na Brasil Game Show 2023. O GameBlast teve a oportunidade de conferir a demo, que foi a mesma que a empresa levou para a Gamescom deste ano.




Antes do jogo efetivamente ter início, houve a oportunidade de mudar algumas configurações pontuais, como controles simplificados e até mesmo idioma dos textos (com português brasileiro disponível). Na sequência, foi a hora de escolher alguns personagens. Cada um deles tinha suas próprias habilidades. Como tivemos a oportunidade de jogar duas vezes, escolhemos dois diferentes.

Na primeira, seguimos com a que aparentemente era a mais equilibrada, Katalina, que dispunha de ataques básicos com sua espada e de um arsenal de técnicas de gelo, além da possibilidade de curar ela e outros personagens que estivessem nas proximidades de uma área pré-determinada.

Na segunda, escolhemos Siegfried, que se assemelhava mais a um heavy hitter e do timing do jogador ao combinar os ataques básicos e fortes (quadrado e triângulo, respectivamente, nos controles do PlayStation) para ganhar determinados bônus.




Adicionalmente, o legado da Platinum acaba ficando evidente logo ao entendermos os comandos, uma vez que a jogabilidade é parecida, uma vez que é necessário combinar esses dois botões de ataque com a movimentação, esquivas e saltos. As técnicas especiais (passíveis de cooldown) são utilizadas ao segurar um dos gatilhos traseiros e ao apertar um dos quatro botões. 

Há também a possibilidade de engatar um golpe especial ao apertar os dois direcionais ao mesmo tempo. Para isso, é necessário carregar a barrinha abaixo do medidor de vida até os 100% enquanto joga normalmente. Acertar o momento certo para tal é importante porque, se os parceiros na mesma party fizerem o mesmo em sequência, o sistema entra em um combo, o que rende um aprimoramento bem robusto nos atributos por um tempo.




Pois bem, tem dez minutos contados no canto da tela para ser completada e traz três objetivos opcionais: derrotar o chefe Gerasene em menos de cinco minutos, ativar um golpe especial Full Burst uma vez e ativar o link, o combo de especiais, uma vez também. 

Logo de cara, o jogador é colocado em um campo verdejante contra um exército de esqueletos e um indicativo no mapa avisando para onde ele deve ir. Uma vez chegando lá, o chefe Gerasene (um esqueletão gigante) se apresenta e é necessário atacá-lo com tudo até zerar a vida do bicho. Nada muito complexo ou elaborado para um teste desse, mas é suficiente para sentir um gostinho da jogabilidade, que se mostrou bem crocante.




Uma vez que Gerasene é derrotado, outro boss toma conta da tela, o Rock Golem, e é mais uma oportunidade de o jogador mostrar serviço ao derrotá-lo. Das duas oportunidades, os dez minutos se mostraram bem apertados para a conclusão do teste, mas foi possível finalizá-lo com alguns poucos segundos sobrando — menos de vinte, em ambas as ocasiões.

No geral, foi possível sentir um gostinho bem positivo do jogo no que diz respeito à jogabilidade prática dele, que parece bem fluida e, nos quase vinte minutos de teste, foi bem divertida. Além disso, é notável o quão bonitão é o título, com um estilo gráfico parecido com o de Tales of Arise, da Bandai Namco. As animações são igualmente impressionantes e a música também não faz feio.




A ressalva fica somente ao estilo do sistema de jogo geral. Considerando esse formato de missões isoladas e foco em jogabilidade multiplayer com até quatro jogadores em simultâneo, Granblue Fantasy: Relink exuma algumas memórias de Babylon’s Fall, que, por coincidência também teve dedo da PlatinumGames. Babylon’s Fall tinha como cerne esse enfoque multiplayer e uma estrutura de jogo voltada para games as a service que normalmente se espera de um jogo free to play, mesmo que ele custasse sessenta dólares como um produto premium.

A despeito disso, é importante ressaltar que a jogabilidade bruta de Babylon’s Fall também era demasiadamente chata. Entediante mesmo e pouco inspirada, além da identidade visual medonha. O pouco que deu para testar do jogo da Cygames, entretanto, já deu para pegar um gameplay bem mais diverso, envolvente e divertido, além de um mundo visualmente colorido e agradável de se ver.
 
Só resta saber se, estruturalmente, os caras vão acertar, né? Para isso, não vai ser necessário esperar muito tempo, já que Granblue Fantasy: Relink está previsto para ser lançado em 1 de fevereiro de 2024 para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC. 

É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
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